Em maior ou menor grau, todos nós sentimos ansiedade em algum momento de nossas vidas. A ansiedade pode ser caracterizada por um excesso de agonia e preocupação, geradas pelo medo do desconhecido, do que está por vir. Em outras palavras, é a ausência de tranquilidade sobre situações posteriores; é o excesso de futuro; é o sofrimento por algo que não aconteceu ainda; é, também, uma preocupação, em excesso ou sadia, em conduzir atividades ou situações que requerem um grau de assertividade, o que pode gerar o receio do erro.

Como tudo na vida, a ansiedade pode ser benéfica ou causar malefícios, de acordo com a perspectiva em que for encarada pela própria pessoa. A ansiedade benéfica é aquela que coloca a pessoa em um estado de preparação ao que está por vir, levando-a a uma postura pró-ativa. A ansiedade benéfica é a que faz com que a pessoa dê o melhor de si para percorrer situações necessárias, estando preparada estratégica e emocionalmente.

Porém, a ansiedade pode ser extremamente prejudicial - e essa é a condição mais comum encontrada na esmagadora maioria das pessoas. Se a ansiedade positiva pode levar o indivíduo à ação, a ansiedade negativa pode o paralisar totalmente, deixando-o vulnerável ao próprio controle físico e emocional. Nos casos dos estudantes que se preparam para prestar concursos públicos, a ansiedade pode ser uma companheira constante, se não for tratada com atenção e cuidado.

Nervosismo quanto ao tempo para estudar; preocupação se o preparo está sendo suficiente; nervosismo dias antes da prova; nervosismo no dia da prova; etc. São muitos os desequilíbrios gerados pelos receios e inseguranças sobre os passos a serem dados rumo à conquista de uma tão sonhada vaga, gerando a ansiedade.

Portanto, para entender se os níveis de ansiedade estão saindo fora no normal, é importante detectar as seguintes situações:

- O estudante está tendo preocupações exageradas, ao ponto de não conseguir mais se concentrar nem descansar direito, atrapalhando as leituras ou o momento de descanso, durante o sono;

- O concurseiro começa a sentir um medo extremo de falhar, de não conseguir realizar a prova, de não conseguir estudar o que deve, e por aí vai. O medo é paralisante e desequilibra totalmente o rendimento necessário para o dia a dia da rotina de estudos.

- O candidato passa a ter a sensação de que algo ruim vai ocorrer, como ter a certeza de que não passará na determinada prova. Essa situação pode ocasionar em desistência de um concurso ou, de uma maneira geral, da corrida em busca da carreira pública.

- Os pensamentos já não conseguem ser mais controlados e, pelo contrário, passam a controlar o dia do estudante. Com isso, a memória e a concentração são fortemente afetadas, interferindo, também, na qualidade do sono, tão importante para garantir o desempenho do dia seguinte.

- Com os níveis de ansiedade já extremados, o corpo físico começa a padecer. O candidato começa a sentir dores e sensações desagradáveis, palpitação, aperto no peito, mãos trêmulas e suores, etc.

Todas essas situações acima, juntas ou separadamente, ao acontecer, devem ser encaradas como um claro sinal de alerta que o próprio corpo está enviando ao concurseiro. É momento de parar, avaliar o que está acontecendo, por que a situação chegou a um nível tão extremo e procurar adotar uma postura de mudança em relação a isso, para que não se transforme em algo mais prejudicial do que já está.

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Ansiedade X Concursos

A ansiedade pode ser uma aliada, mas também pode ser uma grande inimiga da preparação do candidato para prestar os concursos. Os sentimentos e sintomas originados pela ansiedade causam grandes prejuízos aos rendimentos como um todo. Por vivermos em uma cultura imediatista, por falta de experiência, controle e equilíbrio, os candidatos podem acabar pecando em diversas questões importantes que deveriam seguir para estarem bem preparados e plenamente capazes de assumir um cargo público. Não somente os estudos e a aprovação são lentos, como também os processos de avaliação e, mesmo quando houve a aprovação, o resultado pode levar um grande período de tempo até ser homologado e dar início às convocações. Portanto, uma dica primordial para combater a ansiedade: paciência!

Outra grande inimiga é a expectativa, isto é, o candidato não ser capaz de compreender tudo que é envolvido nos processos de concursos públicos e, por acreditar ou desejar fortemente passar logo, acaba por estimular a ansiedade descontrolada na medida em que percebe que a realidade "não é bem assim". E, então, após a ansiedade, vêm as frustrações, os desequilíbrios, os fracassos, etc. Com isso, mais uma dica importante para evitar a ansiedade e as frustrações: seja realista!

A ansiedade como aliada

Uma das melhores maneiras de começar a tratar a ansiedade é fazer com que ela haja em seu benefício, isto é, que funcione como uma mola propulsora para agir e alcançar os seus objetivos. Com isso, os processos ficam mais leves e claros de serem encarados e percorridos, dando lugar à garra e a perseverança em alcançar os objetivos. Preocupações em excesso prejudicam os resultados finais, causam desequilíbrios físicos e emocionais e vão deixando com que a tão sonhada vaga fique cada vez mais longe.

Por isso, respire fundo, relaxe e confira as dicas a seguir para conseguir dominar a temida ansiedade:

- Seja realista com o seu tempo: quase nada na vida é alcançado da noite pro dia. Muitas conquistas requerem tempo, amadurecimento e muito, muito trabalho. Portanto, saiba que tudo deve levar o tempo necessário e, para isso, a calma e a paciência serão grandes aliadas nesse percurso;

- Cuide da saúde: conforme já dito, a ansiedade causa prejuízos para o corpo físico, mental e emocional. Portanto, cuidar da saúde é importante para evitar diversos males que possam ocorrer. Além disso, a ingestão de alimentos saudáveis e a prática de exercícios físicos auxiliam na manutenção da saúde como um todo - mente, corpo e emoções - evitando o desenvolvimento de desequilíbrios, como a ansiedade. Sobre isso, leia mais em: A importância de cuidar da saúde para os estudos e Boa alimentação pode melhorar desempenho nos estudos.

- Aprenda a dizer não e organizar as suas prioridades: quando o estudante decide que dedicará muitas horas do seu dia para o preparo para concursos, ele deve saber que terá que abrir mão de muitas coisas. Deve conhecer os seus limites e saber para quais atividades e funções poderá se dedicar. Com isso, vamos para a próxima dica:

- Tenha organização: criando um cronograma de estudos, o candidato poderá estipular seus horários e turnos em que terá disponibilidade de estudar, dedicando-se somente a isso. O cronograma serve, também, para organizar o candidato quanto aos seus demais compromissos que porventura são previstos no dia, seja um momento de praticar exercícios físicos, seja um momento que será reservado para descanso e lazer. Com isso, o candidato evita desperdício do seu tempo e, até, ajuda a saber quantas horas está dedicando por dia aos estudos. Assim, o candidato saberá quanto tempo tem disponível durante o dia e até a próxima prova, evitando o surgimento de imprevistos, correrias de "última hora", etc, um campo minado para a ansiedade;

- Evite cobranças: conheça os seus limites e não cobre demais de si mesmo. Erros acontecem e servem para que possamos nos aperfeiçoar e acertas na segunda, terceira, quarta vez se preciso. Cada um possui seu ritmo, o seu estilo, as suas capacidades e fragilidades, portanto, não se deve comparar-se aos outros e exigir demais de si mesmo. Seja realista e flexível consigo mesmo;

Acima de tudo, para qualquer desejo que se queira alcançar na vida, é preciso dedicação e trabalho. Nada vem fácil e, portanto, não existem métodos mágicos para conseguir passar em concursos. Por conta disso, seja leal e consciente quanto aos seus compromissos, responsabilidades e com sua própria conduta perante os estudos. É preciso estudar e ler muito, é preciso largar mão da procrastinação, é preciso se dedicar e não dar lugar à preguiça e a desmotivação, é preciso ter disciplina e muito mais.