O ano de 2016 chegou e trouxe mudanças oficiais na nossa língua portuguesa. O Novo Acordo Ortográfico, aquele mesmo, aprovado lá em 2009, mas que vinha tendo sua vigência postergada pelo Ministério da Educação, agora é obrigatório.

Se você vem se preparando para concursos públicos e ainda tem dúvidas sobre o que mudou, vamos lhe ajudar a relembrar o que poderá cair na sua prova logo ali na frente. Não sabe por onde começar? Quer dicas para estar ainda mais preparado para vencer a concorrência rumo a um cargo público? Para essas problemáticas, existe uma solução certeira: o estudo da disciplina amplamente pedida pelas bancas dos concursos públicos e, também, a que mais reprova devido ao pouco conhecimento e habilidade dos candidatos quanto às regras, concordâncias, flexões verbais, etc.: a Língua Portuguesa. Portanto, não só começar os estudos por essa matéria mas, também, aprofundar o conhecimento no Português é, com certeza, um caminho obrigatório.

Dentre as questões mais importantes para o candidato estar atento quanto ao Português em provas de concursos, estão: como proceder quanto ao Acordo Ortográfico - agora oficial - e quais os conteúdos mais pedidos pelas bancas dos maiores concursos. Para auxiliar nesses dois tópicos, vejamos:

Novo Acordo ortográfico passa a valer

A partir do Decreto 7.875/12, de 27 de dezembro de 2012, o período de transição para a utilização da nova ortografia, que antes estava afixada em 1º de janeiro de 2013, teve ampliação desse prazo para 1º de janeiro de 2016. Até esta data, coexistiram as duas ortografias no país e as bancas deveriam aceitar as duas formas. Agora, meu caro, você deverá utilizar somente a nova ortografia e as bancas certamente irão explorar bem isso, portanto, estude. 

De acordo com a Presidência da República, o adiamento do prazo de implementação do acordo justificou-se para possibilitar o alinhamento do cronograma brasileiro com o de outros países e dar mais tempo para que as pessoas pudessem se adaptar com as nova regras.

Relembrando: o acordo ortográfico adotado em 2008 foi, na verdade, assinado em 1990 pelo poder público e privado de sete nações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) com o objetivo de unificar as regras do português escrito em todos os países que possuem o idioma como língua oficial. Tal adoção possui como objetivo um melhor intercâmbio cultural, a redução de custos econômicos para a produção de livros e facilitar a difusão bibliográfica nesses países. Fazem parte do CPLP, além do Brasil: Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O que muda?

Conforme o documento, o Novo Acordo Ortográfico acarretará uma mudança na grafia de 0,8% nas palavras da nossa língua, segundo o Ministério da Educação. Com isso, as mudanças mais significativas são:

- Oficialização das letras "K", "Y" e "W" no alfabeto português, passando de 23 para 26 letras;

- Obrigatoriedade do hífen diante de palavras iniciadas por "h" e entre a repetição da mesma letra, como: semi-hemisfério e arqui-inimigo. A dobra do "r" que não era comum, também ocorreu nos prefixos terminados por vogal e palavras iniciadas por "r" como em: autorretrato, contrarrevolução, entre outras.

- Elementos de conexão perdem o hífen, como em pé de cabra, dia a dia e mão de obra, valendo também para palavras formadas por advérbio "não", como não agressão e não fumante, e palavras derivadas com o prefixo "co", como coirmão, cofundador e coprodução.

- Palavras que possuem o grupo de ditongos abertos como "ei" e "oi" perderam o acento agudo, somente de palavras paroxítonas como: ideia, assembleia, heroico, paranoico.

- Os hiatos "oo (s)" e "eem" perderam o uso do acento circunflexo, como em: enjoo e creem.

- O trema foi retirado das palavras que utilizavam o acento na letra "u", porém a pronúncia manteve-se. Exemplo: tranquilo, sequência, linguístico.

Veja as demais mudanças no documento completo publicado pelo MEC, que rege o Novo Acordo.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) disponibiliza ainda um aplicativo com a grafia correta das palavras conforme as regras do novo acordo. O chamado Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) está disponível para download em dispositivos IoS da Apple, pela App Store e também para Android, no Google Play.

Como estar preparado

Frente a essa problemática que envolve a nova ortografia a ser utilizada, muitos candidatos ficam confusos quanto adoção das mesmas em provas de processos seletivos públicos. E, ainda, surge a dúvida quanto a qual eliminar ou qual adotar para aprofundar os estudos para um preparo adequado conforme o que a banca exige.

Como não há mais a possibilidade de utilizar as duas ortografias, o melhor a fazer é estudar muito as regras do Novo Acordo, uma vez que, desde 2008, muitos órgãos públicos já a utilizam. Além disso, após a extensão do prazo em 2013 para emprego dessa nova ortografia, muitas fontes já utilizavam a nova forma para que as mudanças ocorressem normalmente no decorrer dos anos e agora já estão ambientados com a nova escrita. Algumas bancas, como Cespe, Cesgranrio, Vunesp, Carlos Chagas, etc, responsáveis por grandes e disputados concursos já utilizavam a nova ortografia em seus textos.

Língua Portuguesa nos grandes concursos

Conforme já dito, o Português é a matéria confirmada na grande maioria das provas objetivas em concursos públicos. Por isso, a disciplina deve estar como prioridade nos estudos dos concurseiros. Como se trata de um matéria que reprova muitos candidatos por falta de conhecimento e habilidade, estar com o português em dia surge como uma grande vantagem para quem presta concursos com muitos concorrentes.

Para saber como melhor se preparar para essas provas, abaixo trazemos os conteúdos programáticos pedidos pelas bancas organizadoras dos concursos mais disputados no Brasil:

- Correios: certame que obteve mais de 1 milhão de inscritos em seu último concurso (2011), através do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), empresa organizadora da seleção, pediu em suas provas conteúdos acerca de Compreensão e interpretação de textos; Ortografia oficial; Acentuação gráfica; Emprego das classes de palavras: nome pronome, verbo, preposições e conjunções; Emprego do sinal indicativo de crase; Sintaxe da oração e do período; Pontuação; Concordância nominal e verbal; Regência nominal e verbal; Significação das palavras; Formação de palavras.

- Caixa Econômica Federal: o concurso do órgão também teve mais de 1 milhão de candidatos inscritos na sua última edição (2014), tendo como empresa organizadora o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB). Para a prova, os requisitos na disciplina de Português foram: Compreensão e interpretação de textos; Tipologia textual; Ortografia oficial; Acentuação gráfica; Emprego das classes de palavras; Emprego do sinal indicativo de crase; Sintaxe da oração e do período; Pontuação; Concordância nominal e verbal; Regência nominal e verbal; Significação das palavras; Redação Oficial.

- INSS: Este promete ser um dos maiores concursos de 2016 e já cobrará as mudanças, portanto, fique atento. Para o cargo de Técnico do Seguro Social, carreira de nível médio que tem 800 vagas pelo país, os assuntos a serem cobrados em Português na prova que ocorrerá lá no dia 15 de maio envolvem os seguintes itens: Compreensão e interpretação de textos; Tipologia textual; Ortografia oficial; Acentuação gráfica; Emprego das classes de palavras; Emprego do sinal indicativo de crase; Sintaxe da oração e do período; Pontuação; Concordância nominal e verbal; Regências nominal e verbal; Significação das palavras; Redação de correspondências oficiais (conforme Manual de Redação da Presidência da República).

Conforme o edital dos concursos públicos supracitados, o conteúdo programático exigido pelas bancas nas provas costuma compreender os mesmos requisitos quanto ao Português. Por isso, o melhor a fazer é estudar minuciosamente a matéria, aprofundando e fixando os conteúdos através de resolução de exercícios e provas anteriores, simulados, etc. A leitura diária também tem um importante papel para fornecer ao estudante habilidade e bom desempenho no seu português.