É muito comum com o passar do tempo esquecermos das coisas que estudamos. Já aconteceu de ver uma questão na prova e pensar: "eu sei sobre isso aqui, mas não me lembro" Ou de ler o assunto pela segunda vez e parecer que nunca viu aquilo na vida? Então, isso é falta de uma revisão eficiente e eficaz.

Outra coisa que pode acontecer é de você não conseguir lembrar do conteúdo por mais que tenha revisado. Nesse caso, o método de revisão que está utilizando não é o adequado naquele momento ou para o seu perfil. Todos temos nossas peculiaridades, jeitos, estilos de aprendizagem. Por isso, um método único de estudos para todo mundo de forma igual não funciona. Isso também não seria diferente com a revisão.

A nossa solução é apresentar algumas maneiras que você pode testar e escolher como técnica de revisão e qual a periodicidade de se revisar.

Primeira coisa para se tomar consciência: Por que revisar?

Antes de mais nada, a nossa memória é falha. Não conseguimos absorver tudo o que estudamos de uma vez só. Por mais que o conteúdo seja aprendido, sempre deixamos um detalhe passar despercebido. Já escutou alguém falando que a prática leva à perfeição? Revisar seria a prática.

Já ouvir falar em Curva do Esquecimento? Essa é uma teoria descoberta em 1885 pelo filósofo alemão Hermann Ebbinghaus. Nisso, a curva mostra o quanto de informações nosso cérebro é capaz de reter com o passar do tempo após uma sessão de estudos com uma hora de duração.

Veja na imagem abaixo:

A curva se inicia no zero, pois começa a contar um pouco antes do momento em que o estudante inicia a sua sessão de estudo. Ao final da leitura do conteúdo, a curva atinge o ponto máximo, o que significa que ele se lembra de 100% do assunto ensinado (ou, como diz Dell’Isola, "ao menos saberá o máximo que ele tem condições de aprender, dado o conhecimento prévio sobre o assunto").

A curva começa a cair com o passar dos dias. Logo, no segundo dia depois do fim dos estudos, caso não tenha feito nenhuma revisão, o estudante provavelmente se lembrará de pouca coisa. Segundo ele, as pessoas se esquecem mais nas primeiras horas do que ao longo de 30 dias. Ao final no mês, perceba que não se lembrará de quase nada daquilo que estudou, pois o cérebro humano costuma descartar informações que não são utilizadas com frequência.

Ainda, são recomendados 3 passos para se fazer uma revisão, conforme Hermann Ebbinghaus:

Primeiro passo: Nas primeiras 24 horas após os estudos, para cada leitura de uma hora, faça uma revisão de dez minutos. Ela deve ser feita nesse período de tempo, porque é o momento em que mais perdemos informações e isso será suficiente para "segurar" a sua memória.

Segundo passo:  No sétimo dia, dedique apenas cinco minutos para reativar na memória esse material.

Terceiro passo: Ao final de 30 dias, pratique o conteúdo durante 2 a 4 minutos e isso deverá ser suficiente para ajudá-lo a se lembrar novamente do que estudou. Para praticar, seria interessante resolver algumas questões que abordam sobre aquele assunto.

Outro motivo para revisar é o tempo que você ganha. Veja, quanto mais revisa, menor a probabilidade de ter que ver aquele assunto tudo de novo desde o início como se nunca tivesse visto antes. Quando estudamos um assunto pela primeira vez, o tempo que é demandando é consideravelmente alto. A revisão é mais rápida e permite até mesmo o estudo seja mais aprofundado.

Visto isso, vamos pontuar algumas técnicas de revisão que melhor se adaptariam a você:

1º) Resumos

Resumir consiste basicamente em filtrar e transcrever os pontos mais importantes para uma revisão. Com os resumos é possível separar as ideias principais, exercitar sua própria maneira de discutir sobre aquele assunto, adquirir vocabulário (já que utilizaria das próprias palavras) e melhor organização de ideias.

Algumas das maiores vantagens em resumir é que o estudante é "forçado" a reler o assunto por inteiro, separar o que julga mais relevante e ajuda muito quando precisa fazer uma prova discursiva ou uma redação.

Algumas desvantagem seria o tempo que se leva para resumir. Para quem tem pouco tempo de estudos talvez não seja uma boa opção. Se você tem uma memória mais visual e estética, um resumo totalmente escrito não seria a melhor das opções para você.

2º) Flashcards

Flashcards são cartões para escrever algumas coisas para revisar rapidamente. Existem vários modelos, cores e tamanhos de cartões. Alguns vêm com linhas e outros sem linhas. Você mesmo pode fazer um flashcard com folha A4 ou folha de caderno. Pegue a folha, divida em 2 ou em 4 partes com a tesoura ou régua.

Bloquinhos de Flashcard vendidos nas papelarias

Alguns colocam informações resumidas nos cartões ou perguntas e respostas. Por exemplo: num lado da folha você pode colocar uma pergunta ou questão de prova e do outro lado coloca a resposta. Tipo um joguinho de perguntas e respostas.

Algumas vantagens é que pode ser usado em momentos que você só pode revisar rapidamente. Pode ser separado por assunto, tema, tópico, matéria, como preferir. É mais fácil de guardar também, pois existem algumas pastinhas pequenas ou caixinhas. Aí depende do tamanho do seu cartão.

Uma desvantagem é que só conseguirá colocar pouco conteúdo no cartão em razão do seu tamanho. Se for um cartão do tamanho de meia folha A4, pode ser que consiga colocar mais informações, se for menor que isso o espaço fica limitado para mais informações.

3º) Sublinhar o material

Se utiliza livros, cadernos, apostilas (pode ser física ou em pdf), pode usar canetas marca-texto para grifar o que achar de mais importante nos textos. Na hora da revisão, ao invés de reler tudo o que está escrito, pode fazer a leitura dos pontos grifados. Uma boa dica é separar as cores por assuntos. Por exemplo: a caneta vermelha usa para assuntos que precisa ter mais atenção. A caneta azul serve para sublinhar textos de lei. A caneta amarela para jurisprudência. A verde para pontos que caem muito em prova. É só um exemplo, você pode fazer uma espécie de legenda, em que cada cor significa uma coisa diferente.

4º) Mapas mentais

Os mapas mentais são diagramas que permitem que as ideias sejam organizadas de forma mais lógica e simples. O ponto principal pode ser ramificado para pontos secundários. Por exemplo: você faz um mapa mental sobre o assunto "Atos Administrativos". Nisso, você "puxa" setas para relacionar os subtópicos desse tema principal.


 Com esse método você relaciona os assuntos e usa da criatividade e organização de ideias.

Use e abuse de cores diferentes, ícones, desenhos, tamanhos de letras e fontes diferentes. Você pode fazer à mão ou utilizar de softwares ou aplicativos. Existem vários gratuitos na internet.

5º) Questões

Resolver muitas questões permite que você faça uma revisão mais direcionada.

Digamos que tenha estudado o assunto "espécies de tributos". Nesse caso, você separa as questões sobre esse assunto, responde, corrige, toma nota daquelas que teve mais dificuldade ou que tenha achado relevante e acompanha o desempenho obtido na resolução das questões.

Essas técnicas e maneiras de revisar não são excludentes, ou seja, você pode usar mais de uma ou todas, a depender da disciplina estudada ou da forma como aprende. Há disciplinas em que uma dessas técnicas não será suficiente e precisará combinar com outras.

Se você tem um organograma de estudos, pode incluir os momentos, dias ou horários em que fará as revisões dentro do cronograma.

Quando fazer a Revisão

- Todos os dias em horário reservado para tal;

- Imediatamente após a disciplina ter sido estudada;

- Semanalmente;

- Pode-se usar os três métodos acima ao mesmo tempo;

- Pode-se usar também o método que mencionamos anteriormente conforme ensinado pelo filósofo Hermann Ebbinghaus.

O importante é utilizar de pelo menos uma técnica, revisar regularmente e treinar constantemente com questões. Mesmo que não utilize das questões como forma de revisão, é crucial resolvê-las sempre!