O concurso do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE) está sendo investigado após rumores de que possíveis fraudadores de provas em outras seleções estariam participando da seleção. O certame abriu 109 vagas e registrou mais de 179 mil candidatos, com provas aplicadas no dia 15 de outubro.

24/07/2017
31/08/2017
15/10/2017
R$ 5.502,12
109
17/10/2017
Anexos

O delegado Lucas Sá, da Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil da Paraíba, afirma que o certame foi contaminado e que o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC) não colaborou com as investigaçãoes. De acordo com Sá, membros de quadrilha especializada em fraudes de concursos estavam inscritos para participarem da disputa. A Operação Gabarito investiga uma quadrilha que atua no nordeste do país e já identificou fraudes em 90 certames. Sá informa que o esquema funcionava por meio da venda de um pacote para a aprovação no concurso, que funcionava com, no mínimo, 10 candidatos em cada certame. O candidato pagava determinado valor como entrada, a segunda parcela na divulgação do resultado parcial e uma terceira na nomeação. A fraude era realizada com o uso de equipamentos eletrônicos para transmissão de informações. Foram citados ainda os concursos do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN) e da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Já o IBFC, banca responsável pela realização do concurso do TJ-PE, nega, em nota oficial, as acusações do delegado Sá. A banca afirma que "nunca impediu qualquer investigação policial realizada da Operação Gabarito e que contribuiu ativamente com todas as autoridades". O IBFC diz ainda que o delegado Sá não solicitou acesso aos locais de prova do concurso e que a banca lhe passou todas as informações sobre os candidatos investigados. Outra informação do IBFC é a de que as folhas de respostas dos suspeitos foram analisadas e não há indício de fraude, acrescentando que boa parte dos investigados nem mesmo compareceu no dia de prova. Assim, o IBFC solicitou, junto à Corregedoria Geral da Polícia Civil da Paraíba, a adoção de procedimentos administrativos para apuração de possíveis falhas do delegado Lucas Sá, com protocolo de representação formal contra ele. Por fim, a banca afirma apoiar a Operação Gabarito e estar a disposição para contribuir com o andamento das investigações.

O TJ-PE, por sua vez, comunica que o presidente tribunal, desembargador Leopoldo Raposo; o diretor-geral da instituição, Ricardo Lins; o secretário de Gestão de Pessoas, Marcel Lima; e o chefe da Assistência Policial Militar e Civil, tenente-coronel Valfrido Curvêlo, participaram de reunião realizada com inscritos no concurso. Os representantes do tribunal receberam um abaixo-assinado, reconhecendo a manifestação como legítima e pontuando que o órgão não irá tolerar nenhuma irregularidade na realização do certame e que tomará as medidas cabíveis, caso fraudes sejam comprovadas.

As 109 vagas efetivas, mais formação de cadastro reserva, oferecidas no concurso do TJ-PE são de níveis médio e superior, com salários iniciais entre R$ 4.222,45 e R$ 5.502,12. Os cargos em disputa são os de Técnico Judiciário nas áreas Judiciária, Administrativa, Programação de Computador e Suporte Técnico; e de Analista Judiciário nas especialidades Judiciária, Administrativa, Assistência Social, Pedagogia, Psicologia, Contábeis, Analista de Suporte, Analista de Sistemas e Oficial de Justiça.

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