A Polícia Federal deflagrou hoje (21) a Operação Afronta, nos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Alagoas e Rondônia. A ação é resultado de investigação para desarticular uma organização criminosa, estruturada para fraudar concursos públicos, notadamente do Poder Judiciário, em todo o território nacional. 

04/11/2013
29/11/2013
19/01/2014
R$ 7.566,42
260
27/01/2014
Anexos

Pelo menos 10 aprovados nos respectivos concursos que foram beneficiados pela fraude foram exonerados de seus cargos. O Delegado da PF, Victor Hugo Rodrigues informou ainda não há indícios de participação no esquema por funcionários dos órgãos ou das bancas que aplicaram as provas. Os suspeitos podem pegar de 4 a 12 anos de prisão por organização criminosa (art. 1º, Lei 12.850/2013) e fraude em certames de interesse público (art. 311-A do Código Penal).

A fraude foi detectada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região do estado de São Paulo, que notou irregularidades no último concurso para os cargos de Analista e Técnico Judiciário e encaminhou os documentos à PF para instauração de inquérito. Os candidatos suspeitos tinham prestado a prova em Sorocaba/SP.

Para apoiar os trabalhos investigativos a Polícia Federal usou o S.P.A.D.E., sigla para Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames, software desenvolvido pela própria Polícia Federal para subsidiar apurações de fraudes em concursos públicos e exames. O sistema é alimentado com os gabaritos dos candidatos que fizeram a prova e varre as respostas em busca de coincidências, apontando os candidatos que apresentaram maior número de respostas idênticas e indicando se aquelas coincidências eram ou não esperadas. Os relatórios do sistema são encaminhados concomitantemente à perícia, para validação e análise estatística, e a policiais, para que proceda à investigação criminal. O concurso do TRF 3 foi coordenado pela Fundação Carlos Chagas.

O esquema

De acordo com a PF, a quadrilha escolhia alguns concursos com altos salários e grande concorrência e contratava "tutores" para resolver as questões. Os candidatos, durante a prova, fotografavam com microcâmeras o caderno de questões e as imagens eram enviadas por celular ao líder do grupo, que era responsável por enviar as respostas aos candidatos por minúsculos pontos eletrônicos, quase imperceptíveis a olho nu.

O valor cobrado pela organização criminosa pelas respostas da prova era dez vezes o valor do salário inicial do cargo pretendido.

A Polícia Federal ainda investiga outros 4 concursos, ainda não informados, além do realizado no TRF-3, e aponta que a quadrilha vem agindo há mais de quatro anos. Pelo menos 50 pessoas, entre candidatos e integrantes da quadrilha, estão sendo investigadas por participarem do esquema.

Com informações da Assessoria da Polícia Federal

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