Nesta última terça-feira, 30 de agosto, durante o evento Diálogos com Candidatos à Presidência da República, promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PL) realizou uma declaração referente ao futuro dos próximos concursos públicos, caso seja reeleito.

Durante sua fala, Bolsonaro destacou que evitará a realização de novos concursos, tendo em vista os gastos que as novas contratações poderiam influenciar nos cofres públicos.

"Quando assumimos, por ocasião da transição, cortamos mais de 20 mil cargos em comissão. Foi um grande sinalizador. Evitar os concursos públicos até para proteger os atuais servidores que estão aí. Eu sei que os jovens ficam chateados, querem um concurso, mas a máquina está no seu limite. Em 1988, por ocasião da Constituinte, toda hora um trem da alegria, efetivação de pessoas que não tinham feito concurso no passado e foram ganhando isso daí".

A medida seria uma estratégia para "proteger" os servidores que já se encontram em exercício, para que não ocorra déficit no pagamento dos salários. Consequentemente, não abriria oportunidades para futuros candidatos ingressarem na carreira pública.

Em defesa, o candidato destacou que tal ação sugere uma forma de "estancar a hemorragia", uma vez que existe um teto de gastos, aprovado pelo ex-presidente Michel Temer, que limita as despesas com o funcionalismo.

Servidores terão reajuste em 2023

Jair Bolsonaro anunciou ainda em sua fala, a realização de um novo reajuste nos servidores que estão na ativa. "Vai ter que dar reajuste para servidor. Três anos sem reajuste. Passaram por anos difíceis. O não concurso público, aposentadoria e outras coisas. A gente encaixa", disse o presidente.

De acordo com o chefe do Executivo, a intenção era ter feito a reestruturação das carreiras policiais, aumentando salários de servidores da PF, PRF, PC-DF, PM-DF, mas que não foi possível porque outras categorias "politizados" entraram com ameaça de greve. "Não é fácil mexer com alguns setores do funcionalismo altamente politizados. Acredito que no ano que vem dê pra resolver isso daí", declarou Bolsonaro.

O candidato à reeleição disse ainda que a aprovação de uma nova reforma administrativa ficaria a cargo do Poder Legislativo, mas não descarta a possibilidade de realizar novos reajustes salariais em algumas categorias do funcionalismo público.