A segurança na internet está em constante evolução, mas as ameaças não param de aparecer. Recentemente foi descoberto um vírus capaz de desviar dinheiro de transferências Pix e até mesmo esvaziar contas bancárias. Isso mesmo! Desenvolvido por cibercriminosos brasileiros, este malware foi detectado pela empresa russa de segurança cibernética Kaspersky em dezembro do ano passado.

Segundo a empresa de segurança, esse vírus já foi responsável por 1.385 golpes no Brasil, tornando-o a segunda maior ameaça em fraudes na América Latina, atrás apenas do chamado vírus da família Banbra, utilizado em golpes conhecidos como "mão fantasma" e que contabilizaram outro 2.039 registros.

A semelhança com o golpe da "mão fantasma" é notável, pois ambos têm como objetivo tomar o controle do celular da vítima para roubar dinheiro de suas contas bancárias. No entanto, esse novo vírus apresenta uma abordagem ainda mais perigosa, já que não exige contato direto com a vítima. Em vez disso, os cibercriminosos se aproveitam de notificações e aplicativos falsos para infectar os dispositivos das vítimas.

Como o vírus se propaga?

Os cibercriminosos distribuem o vírus por meio de notificações e aplicativos falsos. Um exemplo é um anúncio de uma suposta atualização do WhatsApp, que estava disponível na Google Play Store com a descrição "Atualização Whatsapp v2.5". Felizmente, o Google já tomou medidas para remover esse aplicativo malicioso após o alerta da Kaspersky.

O Google diz que identifica comportamentos nocivos em aplicativos e dispositivos Android e alerta os usuários sobre possíveis ameaças. No entanto, vale lembrar que esse tipo de vírus também pode afetar dispositivos iOS, embora seja menos comum.

Até o momento, não foi divulgado um nome específico para esse vírus ou se ele pertence a alguma família de malwares conhecida. Isso torna ainda mais difícil detectar e combater essa ameaça.

Como o vírus age?

Uma vez que o vírus infecta o dispositivo da vítima, ele obtém acesso a dados sensíveis, como geolocalização, contador de passos (pedômetro), horário e outros dados do aparelho.

Com essas informações, os criminosos estudam a rotina da vítima para determinar os momentos em que ela realiza transações bancárias.

Essa fase serve como preparação para o vírus, que, quando ativado, realiza alterações nas transferências Pix sem que o usuário perceba. Isso significa que, ao realizar uma transferência, a vítima pode digitar a senha e, em seguida, ver o destinatário e o valor da transação serem alterados sem seu consentimento.

Como se proteger do novo vírus do Pix?

Para evitar cair nesse tipo de golpe, é essencial estar atento e tomar medidas de segurança:

  • Desconfie de notificações suspeitas: Se você receber uma notificação que solicita acesso às opções de acessibilidade do seu dispositivo, seja de um navegador ou de um aplicativo, suspeite. Essa permissão dá amplo acesso às funcionalidades do smartphone e só é necessária para quem precisa de algum auxílio para usar aplicativos. Portanto, selecione com cuidado quem concede essa permissão;
  • Mantenha seus dispositivos atualizados: Manter seu sistema operacional e aplicativos atualizados é crucial para corrigir vulnerabilidades conhecidas e evitar infecções por malware;
  • Tenha cuidado com links e aplicativos: Evite clicar em links suspeitos e baixar aplicativos de fontes não confiáveis;
  • Monitore suas contas bancárias: Fique atento às atividades em suas contas bancárias, verificando regularmente as transações em busca de atividades não autorizadas.

Lembre-se de que a segurança na internet é uma responsabilidade compartilhada. Ficar informado e adotar práticas de segurança sólidas é a melhor maneira de se proteger contra ameaças como o vírus do Pix.