A busca pelo "concurso mais fácil" é uma questão que atravessa a mente de milhões de candidatos que desejam ingressar no serviço público brasileiro. No entanto, essa pergunta aparentemente simples esconde uma complexidade que demanda análise detalhada e compreensão de múltiplos fatores.

O que é "fácil" para um candidato pode ser extremamente desafiador para outro, dependendo de sua formação, experiência profissional e capacidade de dedicação aos estudos. Vamos entender melhor isso tudo?

O que é "fácil" pra você?

A facilidade em um concurso público é uma característica relativa e multifatorial. Quando falamos em concursos mais acessíveis, estamos nos referindo àqueles que combinam alguns elementos estratégicos:

  • número expressivo de vagas disponíveis;
  • requisitos de escolaridade compatíveis com a população geral;
  • conteúdo programático mais objetivo; e
  • concorrência equilibrada entre candidatos e posições oferecidas.

Em 2025, segundo levantamentos de especialistas em concursos públicos, a Lei Orçamentária Anual (LOA) prevê aproximadamente 57 mil novas vagas para provimentos em concursos públicos na esfera federal.

Somando as previsões estaduais e municipais, o número chega a cerca de 130 mil vagas. Esse volume significativo de oportunidades aponta para um mercado aquecido, onde a seleção criteriosa da qual participar pode fazer toda a diferença na aprovação.​

Como avaliar a acessibilidade de um concurso?

Para identificar quais são os concursos considerados mais fáceis de passar, é essencial compreender os critérios que determinam o nível de dificuldade:

  • Número de vagas disponíveis: A quantidade de oportunidades diretas impacta significativamente a concorrência. Um concurso com 1.000 vagas oferece probabilidades muito maiores de aprovação do que um com apenas 50 posições. Concursos com vagas abundantes frequentemente têm menor concorrência por vaga.
  • Nível de escolaridade exigido: Concursos que exigem apenas ensino médio completo tendem a ter conteúdo menos complexo do que aqueles que requisitam nível superior. Além disso, o acesso ao ensino médio é mais amplo na população brasileira, aumentando o número de candidatos qualificados.
  • Conteúdo programático: A complexidade e o volume de disciplinas fazem enorme diferença na dificuldade de preparação. Concursos com matérias básicas como português, matemática, atualidades e noções de direito são mais acessíveis que aqueles com disciplinas muito especializadas.
  • Taxa de concorrência: A proporção entre candidatos inscritos e vagas oferecidas é determinante. Uma concorrência de 3 candidatos por vaga é mais favorável que 100 candidatos por vaga.
  • Perfil do candidato: A facilidade é também uma questão individual. Um técnico de enfermagem terá mais facilidade em passar em um concurso para técnico de saúde do que um advogado, por exemplo, justamente porque já domina conteúdos específicos.

Os concursos mais acessíveis atualmente

1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

O IBGE representa uma das principais portas de entrada para o serviço público. Para 2025, o instituto tem edital previsto com 9.580 vagas para cargos de Agente e Supervisor, todos em nível médio. As razões pelas quais este é considerado um concurso mais acessível incluem:

  • O conteúdo programático caracteriza-se por ser fundamental e objetivo, focando em português, matemática básica, atualidades e ética;
  • Não há demanda por conhecimentos especializados em direito ou legislação complexa.
  • As provas são estruturadas de forma clara, geralmente com questões objetivas diretas.
  • O grande número de vagas em múltiplos estados reduz significativamente a concorrência em cada localidade.
  • Historicamente, o IBGE tem apresentado uma concorrência moderada, com taxas que variam entre 3 a 8 candidatos por vaga em edições passadas.
  • O edital frequentemente inclui contratação temporária, o que diminui as exigências de experiência profissional prévia.

2. Concursos de Polícia Penal em estados específicos

Diversos estados abriram ou planejam abrir concursos para Policial Penal ainda em 2025, configurando-se como oportunidades importantes para candidatos com nível médio. Alguns exemplos illustram essa tendência:

  • Minas Gerais: A Polícia Penal de Minas Gerais tem edital com 1.178 vagas para Policial Penal, exigindo nível médio, com remuneração inicial de R$ 4 mil. O grande número de vagas favorece aprovações.​
  • Paraíba: Com 1.000 vagas previstas para Policial Penal em nível superior, o edital autorizado pela banca IDECAN oferece oportunidade expressiva para quem possui graduação.​
  • Ceará: Anunciado com 600 vagas para Policial Penal em nível médio, com remuneração até R$ 7 mil. A quantidade moderada de vagas ainda oferece possibilidades reais.​
  • Espírito Santo: 600 vagas previstas para Polícia Penal, nível médio, com salário de R$ 4.7 mil.​

Esses concursos de Polícia Penal são considerados relativamente acessíveis porque o conteúdo foca em direito penal, legislação específica estadual, português e noções de direitos humanos — disciplinas que, embora técnicas, permitem preparação direcionada. O tempo de estudos necessários é menor comparado a carreiras judiciais complexas. A remuneração oferecida é atrativa para o nível de escolaridade exigido, motivando candidatos dedicados.

3. Caixa Econômica Federal

A Caixa Econômica Federal destaca-se como uma das oportunidades mais acessíveis no setor bancário público. Tradicionalmente, oferece expressivo número de vagas distribuídas em todas as regiões do país, o que reduz a concorrência por posição em cada localidade. O conteúdo programático concentra-se em disciplinas fundamentais: língua portuguesa, matemática, conhecimentos bancários básicos e técnicas de atendimento ao cliente.

A estrutura previsível das provas permite preparação direcionada e eficiente. Candidatos que dominam os conteúdos básicos e dedicam tempo à resolução de questões anteriores da banca organizadora aumentam consideravelmente suas chances de aprovação. O cargo de escriturário, que exige nível médio completo, representa a principal porta de entrada, oferecendo remuneração competitiva e possibilidades reais de progressão na carreira.

4. Banco do Brasil

O Banco do Brasil mantém padrão similar ao da Caixa Econômica Federal em termos de acessibilidade. Os concursos frequentemente disponibilizam centenas de vagas para cargos de escriturário e outras funções administrativas de nível médio. A distribuição geográfica ampla das vagas reduz significativamente a concentração de candidatos em cada localidade.

O conteúdo das provas abrange português, matemática, atualidades do mercado financeiro e conhecimentos específicos sobre a instituição. A preparação demanda estudo consistente, mas não exige conhecimentos técnicos avançados ou especializações. A ampla oferta de vagas historicamente resulta em concorrência moderada, tornando viável a aprovação para candidatos bem organizados que mantêm rotina regular de estudos por alguns meses.

5. Agências Reguladoras: oportunidades para nível superior

As agências reguladoras federais representam uma categoria frequentemente subestimada de concursos acessíveis, especialmente para candidatos com formação superior em áreas específicas. Embora exijam nível superior, a especialização requerida naturalmente reduz o universo de concorrentes qualificados, criando oportunidades genuínas.

  • Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA): Vinculada à implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, a ANA realiza concursos para consultores e especialistas que exigem formação superior específica e experiência comprovada. Essas exigências afastam candidatos sem qualificação adequada, reduzindo drasticamente a concorrência. Para profissionais com a formação requisitada, representa oportunidade valiosa.
  • Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS): Responsável pela regulação do mercado de planos de saúde no Brasil, a ANS é relativamente desconhecida entre concurseiros iniciantes. Os cargos de nível superior em áreas como Direito, Ciências Contábeis e Administração envolvem conhecimentos específicos do setor de saúde suplementar, conteúdo que candidatos dessas áreas podem dominar com preparação direcionada.
  • Agência Nacional do Cinema (Ancine): As atribuições relacionadas ao fomento e regulação do mercado audiovisual brasileiro tornam este concurso pouco procurado. O processo seletivo geralmente envolve prova objetiva sobre conhecimentos do Poder Executivo Federal e legislação específica do setor. A exigência de nível superior e o nicho especializado afastam grande parte dos concorrentes generalistas.
  • Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a ANEEL fiscaliza os serviços de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Enquanto os cargos de nível médio apresentam concorrência mais elevada, as posições de especialista exigem formação superior e enfrentam concorrência significativamente menor. Profissionais com formação em Engenharia Elétrica, Administração ou Economia encontram vantagem competitiva natural.
  • Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel): A agência responsável pela regulação das telecomunicações brasileiras oferece concursos que incluem prova objetiva, prova discursiva e análise de títulos para cargos de nível superior. Essa estrutura multi-etapas, embora exija preparação mais completa, reduz a concorrência ao eliminar candidatos menos preparados nas fases iniciais. Adicionalmente, a Anatel enfrenta déficit de servidores, sinalizando possível abertura de vagas expressivas em futuros editais.

6. Instituições públicas especializadas

  • Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): O BNDES representa oportunidade diferenciada para profissionais graduados. Como instrumento de investimento e financiamento de longo prazo do Governo Federal, o banco exige formação específica para cada cargo. Embora a remuneração elevada atraia candidatos qualificados, a especificidade das formações exigidas (Economia, Engenharias, Administração, Direito) e o nível técnico das provas naturalmente limitam o número de concorrentes realmente preparados.
  • Companhia Nacional de Abastecimento (Conab): Responsável pela regularidade do abastecimento e segurança alimentar do país, a Conab realiza concursos relativamente desconhecidos do grande público. A baixa divulgação resulta em concorrência moderada, mesmo para cargos com remuneração atrativa. Candidatos com formação em Administração, Economia, Agronomia e áreas correlatas encontram vantagem competitiva natural pelo alinhamento entre formação acadêmica e atribuições do cargo.
  • Financiadora de Estudos e Projetos (Finep): Agência pública de fomento à ciência, tecnologia e inovação, a Finep estabelece editais com exigências específicas: conhecimentos sobre inovação, gestão de projetos, serviço público e frequentemente proficiência em língua estrangeira. Essas exigências afastam candidatos generalistas, tornando a prova acessível para profissionais com perfil técnico adequado e dispostos a preparação direcionada.
  • Fundação Biblioteca Nacional (FBN): A maior biblioteca da América Latina, localizada no Rio de Janeiro, oferece concursos extremamente específicos. O processo seletivo inclui prova objetiva e estudo de caso discursivo sobre temas técnicos de cada cargo. Posições como bibliotecário e arquivista, que exigem formação específica, apresentam concorrência naturalmente limitada. Para profissionais dessas áreas, representa oportunidade genuína de ingresso no serviço público federal.

7. Órgãos ambientais federais

  • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): Vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, o IBAMA executa a Política Nacional do Meio Ambiente. As provas combinam conhecimentos básicos (português, matemática) com conteúdos específicos: legislação ambiental, finanças e contabilidade pública, noções de direito constitucional e administrativo. Candidatos com formação em áreas ambientais ou jurídicas que se preparam adequadamente nesses conteúdos específicos possuem vantagem significativa.
  • Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio): Responsável pela execução das ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o ICMBio oferece concursos com conteúdo programático altamente especializado para cargos de nível superior. Disciplinas técnicas relacionadas à conservação, biodiversidade, manejo de fauna e flora tornam a prova pouco concorrida entre candidatos generalistas, mas extremamente viável para profissionais com formação em Biologia, Engenharia Florestal, Gestão Ambiental e áreas correlatas.

8. Defensoria Pública da União

Embora o cargo de Defensor Público Federal seja uma das carreiras mais concorridas do país, outros cargos de nível superior na Defensoria Pública da União apresentam concorrência surpreendentemente baixa. Posições como bibliotecário, arquivista, assistente social, psicólogo, sociólogo e contador oferecem remuneração atrativa (frequentemente acima de R$ 10 mil) com concorrência moderada. Profissionais dessas áreas específicas que buscam ingresso no serviço público federal encontram na DPU uma oportunidade estratégica frequentemente ignorada por concurseiros tradicionais.

9. Concursos de prefeituras em municípios menores

Frequentemente negligenciados por candidatos em busca de carreiras federais, os concursos de prefeituras em cidades pequenas e médias oferecem oportunidades genuinamente acessíveis. As razões incluem:

  • Concorrência significativamente reduzida, uma vez que candidatos frequentemente focam em concursos federais ou estaduais mais prestigiosos;
  • Conteúdo altamente previsível e regionalizado, permitindo preparação focada;
  • Vagas contínuas ao longo do ano, criando múltiplas oportunidades;
  • Requisitos geralmente menos rigorosos e cargos com descrições simples.

Cargos como auxiliar administrativo, agente de saúde, técnico em enfermagem e professor para ensino fundamental são frequentemente abertos. A preparação para essas posições permite aproveitamento de conhecimentos em várias seleções similares no mesmo estado ou região.

Concurso Nacional Unificado (CNU)

O Concurso Público Nacional Unificado, conhecido como CNU ou "Enem dos Concursos", representa uma das mais significativas inovações no cenário de concursos públicos brasileiros. Em 2025, sua segunda edição ofereceu 3.652 vagas distribuídas em 32 órgãos federais, organizadas em 9 blocos temáticos, com salários que variam de R$ 4 mil a R$ 18,7 mil.

No entanto, o CNU apresenta características que o tornam simultaneamente acessível e desafiador, dependendo do perfil do candidato. Veja só.

Por que o CNU pode ser considerado "mais fácil"?

Diversos fatores posicionam o CNU como uma opção potencialmente acessível para candidatos estratégicos:

  • Redução significativa da concorrência: Contrariando expectativas iniciais, a segunda edição do CNU registrou concorrência substancialmente menor que a primeira. Com 761 mil inscritos e abstenção de 42,8% no dia da prova, a competição real ficou muito abaixo do esperado. Alguns especialistas apontam que a concorrência foi cinco vezes menor que na edição anterior. O Bloco 9 (Intermediário - Regulação), por exemplo, liderou em número de inscritos com 177.598 candidatos, mas a taxa de abstenção reduziu drasticamente o número de competidores efetivos.
  • Múltiplas oportunidades com uma única prova: O modelo unificado permite que o candidato concorra a várias vagas dentro de um mesmo bloco temático com apenas uma inscrição de R$ 70. Diferentemente dos concursos tradicionais, onde cada seleção exige inscrição separada, o CNU oferece economia de custos e maximização de oportunidades.
  • Bloco 9: a opção mais acessível: Entre os nove blocos temáticos, o Bloco 9 (Intermediário - Regulação) é amplamente considerado o mais acessível. Este bloco oferece vagas para agências reguladoras como ANAC, Anatel, ANP, ANT, exigindo apenas ensino médio completo para diversos cargos. A composição da prova apresenta número reduzido de questões e disciplinas mais objetivas comparado aos blocos de nível superior, tornando a preparação mais direcionada e menos extensa.​
  • Conteúdo previsível e padronizado: A centralização sob uma única banca examinadora (FGV em 2025) garante uniformidade nos critérios de avaliação. Candidatos podem estudar focando no estilo específico da banca, eliminando a necessidade de adaptar-se a múltiplos estilos de questões.
  • Distribuição geográfica favorável: As provas são aplicadas em 228 cidades de todos os estados e Distrito Federal, democratizando o acesso e reduzindo custos de deslocamento para candidatos de regiões mais distantes dos grandes centros.

Por que o CNU pode ser considerado "mais difícil"?

Paradoxalmente, o CNU também apresenta desafios que podem torná-lo menos acessível para determinados perfis de candidatos:

  • Chance única anual: Diferentemente de concursos tradicionais, que ocorrem ao longo do ano em diversos órgãos, o CNU oferece apenas uma oportunidade anual. Um desempenho ruim significa esperar até o próximo ano, enquanto concursos isolados permitem múltiplas tentativas em diferentes meses.
  • Conteúdo generalista pode prejudicar especialistas: A estrutura de blocos temáticos abrangentes pode desfavorecer candidatos especializados em áreas específicas. Profissionais com expertise aprofundada em uma disciplina precisam estudar conteúdos mais amplos e generalistas, potencialmente diluindo sua vantagem competitiva.
  • Incompatibilidade com outros concursos estratégicos: O conteúdo do CNU apresenta pouca sobreposição com grandes concursos como Polícia Rodoviária Federal, Banco do Brasil, Tribunais de Justiça estaduais e INSS. Candidatos que focam exclusivamente no CNU podem ficar "isolados estrategicamente", perdendo oportunidades em outras seleções com melhores salários ou perfis mais adequados.​
  • Carga de estudo intensa: Apesar da proposta unificadora, a preparação para o CNU exige domínio de múltiplas disciplinas dentro de cada bloco. A amplitude do conteúdo pode sobrecarregar candidatos com tempo limitado de estudo.
  • Lotação nacional sem escolha garantida: Muitas vagas não possuem local de lotação definido, podendo exigir mudança para Brasília ou outras localidades conforme necessidade administrativa. Essa indefinição pode ser problemática para candidatos com vínculos familiares ou profissionais em suas cidades de origem.

Quando o CNU é a melhor escolha?

O CNU representa oportunidade genuína para perfis específicos de candidatos:

  • Candidatos iniciantes com disponibilidade para relocação: Quem está começando a estudar para concursos e tem flexibilidade geográfica pode aproveitar a estrutura unificada e o custo reduzido de inscrição para competir por múltiplas vagas simultaneamente.
  • Candidatos do Bloco 9 com Nível Médio: Para quem possui apenas ensino médio e busca salários superiores a R$ 8 mil, o Bloco 9 oferece oportunidades excepcionais em agências reguladoras com concorrência relativamente baixa.​​
  • Candidatos estratégicos que combinam CNU com concursos isolados: A abordagem mais eficiente consiste em preparar-se para o CNU sem abandonar completamente o estudo para concursos tradicionais com maior sobreposição de conteúdo. Isso permite aproveitar ambas as modalidades sem ficar "isolado" em apenas uma estratégia.​

O Concurso Nacional Unificado não é categoricamente "fácil" ou "difícil" — é estrategicamente vantajoso para alguns perfis e potencialmente limitante para outros. A chave está em avaliar honestamente seu perfil, disponibilidade de tempo, flexibilidade geográfica e objetivos de carreira antes de decidir investir prioritariamente no CNU ou diversificar sua preparação em concursos tradicionais.

Como aumentar as chances de aprovação?

Identificar um concurso potencialmente "fácil" é apenas o primeiro passo. A aprovação real depende de estratégias bem estruturadas de preparação:

  • Escolha estratégica de foco: Candidatos iniciantes devem concentrar esforços em um único concurso de cada vez, priorizando aquele que oferece melhor combinação de acessibilidade e alinhamento com seu perfil. Estudar para múltiplas seleções simultaneamente, sem foco, desperdiça energia e reduz a probabilidade de aprovação em qualquer uma delas.
  • Estudo de questões anteriores: A resolução de provas passadas é uma ferramenta extraordinariamente eficaz. Ela proporciona familiaridade com o estilo de questões, o nível real de dificuldade e a distribuição de tópicos em cada disciplina. Candidatos que estudam exclusivamente pela teoria, sem resolver questões práticas, frequentemente se surpreendem desagradavelmente na prova.
  • Planejamento e regularidade: A consistência é mais valiosa que a intensidade. Estudar 2 horas diárias durante 6 meses produz resultado superior a estudar 8 horas diárias por um mês. Cronogramas realistas, adaptados à rotina pessoal de cada candidato, aumentam exponencialmente a probabilidade de conclusão da preparação.
  • Uso de materiais de qualidade: Nem todos os cursos e materiais disponíveis no mercado possuem qualidade equivalente. Cursos renomados, livros de autores conceituados e plataformas estabelecidas geralmente oferecem conteúdo mais preciso e atualizado. Economizar em materiais de preparação frequentemente resulta em economia de tempo perdido estudando conteúdo incorreto ou desatualizado.
  • Especialização em conteúdos comuns: Muitos concursos compartilham disciplinas básicas. Dominar profundamente português, matemática, noções de direito constitucional e atualidades cria uma base sólida reutilizável em múltiplas seleções. Essa especialização inicial em matérias comuns permite depois adaptar-se rapidamente aos conteúdos específicos de cada concurso.
  • Simulados e avaliação contínua: Participar de simulados que reproduzem as condições reais da prova (tempo limitado, ambiente com outras pessoas, sem consultas) permite identificar pontos fracos antes do concurso. Essa avaliação contínua orienta ajustes na estratégia de estudos.

A realidade é: facilidade é algo relativo

Embora alguns concursos sejam objetivamente mais acessíveis que outros pela combinação de fatores apresentados, é essencial compreender que nenhum concurso é verdadeiramente "fácil" para candidatos desorganizados ou pouco preparados. Um concurso com grande número de vagas e conteúdo básico pode parecer extremamente desafiador para quem nunca estudou sistematicamente.

Inversamente, um candidato bem preparado pode ter sucesso mesmo em seleções consideradas competitivas, pela simples razão de estar melhor fundamentado que a maioria dos concorrentes. A real "facilidade", portanto, emerge não apenas das características do concurso, mas principalmente do encontro entre uma seleção acessível e um candidato dedicado e bem orientado.