A cidade de São Paulo amanheceu parada parcialmente nesta quinta-feira, 23 de março. Quem depende do transporte público por meio do metrô da capital viu os funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo decretarem greve, com fortes reivindicações ao Governador Tarcísio de Freitas.

Além de solicitar o pagamento de abonos que, segundo os metroviários, não foram realizados devidamente pelo Metrô, a categoria pede o fim das privatizações e terceirizações do serviço de transporte por parte do governo paulista, bem como um aumento de contratações via concurso público, para efetivos. Veja abaixo a nota do Sindicato dos Metroviários de SP:

"Devido a intransigência do governo e direção do Metrô, a categoria decretou greve a partir das 00h de 23/3 exigindo que a empresa pague nossos direitos".

Exigimos também o fim das terceirizações e abertura imediata de concurso público mediante o quadro defasado de funcionários.

Com a greve decretada, os servidores do turno da tarde prolongarão a jornada e o pessoal do turno da noite não deve entrar para trabalhar, disse o sindicato.

Segundo informações do site do Metrô, até às 12h55min estas eram as linhas paralisadas:

  • Linha 1-Azul;
  • Linha 2-Verde;
  • Linha 3-Vermelha;
  • Linha 15-Prata.

Já a Linha 4-Amarela e Linha 5-Lilás estavam com operações normalizadas.

Greve no Metrô de SP: categoria pede novos concursos

Os atuais funcionários querem do governo uma garantia de incremento do quadro via concurso de admissão. Ou seja, eles pressionam a casa para aumentar o quadro de servidores efetivos, a fim de extinguir os terceirizados.

O sindicato afirma que novas contratações são necessárias para fortalecer a prestação dos serviços à população, que hoje recebe um atendimento deficitário.

"No início dos anos 1990, o metrô transportava 2 milhões de passageiros e a empresa tinha cerca de 10 mil funcionários. Em 2022, com a vacinação e a recuperação sanitária, o metrô transporta cerca de 2,7 a 2,8 milhões de passageiros (números fornecidos pela empresa) e a quantidade de funcionários foi reduzida a 7.500 funcionários", afirmou o Sindicato dos Metroviários em nota.

Portanto, estima-se que esteja em cerca de 2,5 mil a vacância atualmente na composição de servidores efetivos no Metrô de São Paulo.

Último concurso público do Metrô/SP foi em 2019

O Metrô de SP realizou em 2018 e 2019 dois concursos para preenchimento de 54 vagas e formação de cadastro reserva em sete cargos de nível superior e um de nível médio (Agente de Segurança Metroviária).

O concurso público foi executado pela Fundação Carlos Chagas (FCC) e o edital destinou 5 vagas para os candidatos portadores de deficiência. Veja abaixo a relação de cargos no último certame:

  • 30 vagas para área de Administração de Empresas, que exige bacharelado em Administração e registro no conselho de classe;
  • 10 vagas para área de Ciências Contábeis, que exige bacharelado na área;
  • 5 vagas para área de Ciências da Computação que exige ensino superior, sendo bacharelado ou tecnologia com carga horária mínima de 2.000 horas, em Ciências da computação;
  • 1 vaga para Design Gráfico, com exigência de graduação de ensino superior, bacharelado ou tecnologia com carga horária mínima de 1.600 horas em Design Gráfico;
  • 2 vagas na área de Psicologia, que exige ensino superior na área e registro no conselho da classe;
  • 1 vaga para Enfermeiro do Trabalho;
  • 1 vaga para Médico do Trabalho;
  • 4 vagas para Agente de Segurança Metroviária.

O Metrô oferecia na época salários entre R$ 5.377,59 e R$ 8.966,15, por jornadas de trabalho de 20 horas semanais para médicos e 40 horas para os demais cargos, mais benefícios com bilhete de serviço (acesso gratuito ao sistema metroviário), previdência suplementar opcional, plano de saúde opcional, auxílio-alimentação, auxílio refeição e seguro de vida em grupo/opcional.

Total de Vagas

50

Início inscrições

30/09/2019

Fim Inscrições

23/10/2019

Salários até

R$ 8.966,15

Total de Vagas

4

Início inscrições

22/08/2019

Fim Inscrições

13/09/2019

Salários até

R$ 3.075,16