O presidente Jair Bolsonaro anunciou na manhã da última sexta-feira, 26 de abril, por meio de uma publicação em sua conta pessoal no Twitter, que o Governo está estudando a privatização dos Correios. Sem concursos para a área operacional desde 2011, parece que uma nova seleção pública no órgão não irá mais ocorrer.

De acordo com o presidente, a estatal 'foi o início do foco de corrupção com o mensalão', escândalo que aconteceu entre 2005 e 2006, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Demos OK para estudo da privatização dos Correios. Temos que rememorar para a população o seu fundo de pensão. A empresa foi o início do foco de corrupção com o mensalão, deflagrando o governo mais corrupto da história. Com o Foro de SP destruíram tudo nome da Pátria Bolivariana", escreveu o presidente. Tal medida já era esperada, pois Bolsonaro já dava sinais durante a sua campanha eleitoral de privatizar estatais, devido aos prejuízos causados por esquemas de corrupção em massa.

Sobre o órgão

Com 356 anos de existência, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é subordinada hoje ao Ministério das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação. Após prejuízos registrados entre 2013 e 2016, a estatal registrou lucro de R$ 161 milhões em 2017 e de R$ 667,3 milhões em 2018.

A recuperação financeira ocorreu após lançamento de ações da empresa como renegociação de dívidas, revisão de contratos, redução de custos com pessoal, mudanças na rede de atendimento e cobrança de novas taxas.

Vagas

De acordo com a portaria nº 621, publicado no dia 21 de janeiro de 2019, o Ministério da Economia, através da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital e Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais fixou o limite máximo do quadro de pessoal próprio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - Correios.

De acordo com o documento, o limite era de 106 mil funcionários, sendo 105.211 do quadro permanente e 789 do quadro de anistiados.

A portaria prevê que compete à empresa gerenciar seu quadro próprio de pessoal, praticando atos de gestão para repor empregados desligados do quadro funcional, desde que sejam observados os limites ora estabelecidos, as dotações orçamentárias aprovadas para cada exercício, bem como as demais normas legais pertinentes.

Últimos concursos

Os últimos concursos para os Correios aconteceram em 2011 e 2017.

Em 2011, a seleção contou com um edital com 9.190 vagas distribuídas entre as carreiras de carteiro, atendente, operador de triagem e transbordo, analista de correios, médico do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho, técnico em segurança do trabalho, analista de saúde, engenheiro de segurança do trabalho e enfermeiro do trabalho, com salários que variavam entre R$ 1.003,57 e R$ 3.211,58, sem incluir os benefícios oferecidos pela instituição.

O certame foi organizado pelo Cespe/UnB, que organizou provas objetivas compostas de 120 questões, sendo 50 de conhecimentos básicos - divididas nos temas de língua portuguesa, inglês (para alguns cargos), informática e administração pública - e 70 de conhecimentos específicos - saiba mais.

Já em 2017, foram apenas 88 vagas de níveis técnico e superior na área de saúde e segurança do trabalho. As oportunidades foram distribuídas da seguinte forma: 12 para Auxiliar de Enfermagem do Trabalho Júnior; 21 vagas para Técnico de Segurança do Trabalho Júnior; 2 vagas para Enfermeiro do Trabalho Júnior; 9 vagas para Engenheiro de Segurança do Trabalho Júnior; 44 vagas para Médico do Trabalho Júnior. Os salários dos cargos variavam entre R$ 1.876,43 e R$ 4.903,05, além de benefícios - veja mais.

A banca organizadora na ocasião foi o IADES, que aplicou provas objetivas com 50 questões de língua portuguesa, conhecimentos básicos (raciocínio lógico e matemático, noções de informática e legislação aplicada aos Correios), além de conhecimentos específicos.