Com a iminência de uma nova greve geral de caminhoneiros marcada para o dia 1º de novembro, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um "auxílio" aos caminhoneiros nesta quinta-feira, 21. O presidente discursou durante visita a Pernambuco em cerimônia de inauguração do Ramal do Agreste, em Sertânia (PE), obra da transposição do Rio São Francisco, e falou da intenção do governo de ajudar os caminhoneiros autônomos.

Bolsonaro não falou em valores do novo auxílio, mas o presidente afirmou que 750 mil profissionais seriam beneficiados. "Uma parte do que nós consumimos de combustível nós importamos e temos que pagar o preço deles lá de fora", frisou o presidente.

O novo ato de greve dos caminhoneiros marcado para novembro deve ter adesão de cerca de 70% do setor. O movimento foi encabeçado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e pela Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

"Vamos atender os caminhoneiros autônomos. Os números [valores e impactos no orçamento] serão apresentados nos próximos dias", disse Bolsonaro. Que completou: "Os caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel. São momentos difíceis, mas não deixaremos ninguém para trás". Veja o pronunciamento feito por Bolsonaro. Ele fala sobre os caminhoneiros após 1:01:00.

A categoria pede ainda o alinhamento e a redução de impostos federais e estaduais, pois alegam que governos estaduais e federal transferem a responsabilidade pela alta dos preços uns aos outros, mas não reduzem os valores.

As declarações dadas nesta quinta-feira (21/10) colocam mais um ponto de interrogação na categoria. Ainda sem saber de onde sairão os recursos para o Auxílio Brasil e para o Vale-Gás, aprovado recentemente pelo Senado, o governo anuncia um novo benefício sem ter uma fonte de recursos definida.

A alta do diesel atingiu 0,3% nas duas últimas semanas e o preço médio do litro no país já é de R$ 4,976, destacou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No ano, a alta do combustível chega a 37,99%.