Bolsa Família: valor médio já passa de R$ 960 em alguns estados

O valor médio pago pelo Bolsa Família vem tendo grandes variações conforme os estados brasileiros, apontam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). No Mato Grosso, que lidera o ranking nacional com o maior valor médio pago por domicílio, o valor médio chega a R$ 968. O montante é aproximadamente 43% superior à média nacional, que ficou em R$ 678, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira (30).

A grande diferença nos valores se deve a fatores de inclusão de benefícios complementares, como os adicionais pagos a famílias em áreas rurais e em regiões atingidas por desastres naturais. No caso específico do Mato Grosso, a combinação entre vulnerabilidade social no campo e o impacto de eventos climáticos extremos têm influenciado diretamente o repasse dos valores.

Além disso, o estado tem se destacado por registrar uma concentração maior de famílias que recebem múltiplos benefícios vinculados ao programa, como o Benefício Primeira Infância (R$ 150) e o Benefício Variável Familiar (R$ 50), que são adicionados à parcela base de R$ 600.

Centro-Oeste lidera entre as regiões

A análise regional também revela disparidades importantes. A região Centro-Oeste, puxada principalmente pelo desempenho de Mato Grosso, registrou a maior média regional, com R$ 897 por domicílio. A região Sul aparece em segundo lugar, com R$ 862, seguida pelo Sudeste (R$ 822), Norte (R$ 680) e, por fim, o Nordeste, com a menor média: R$ 629.

Veja os valores médios por região:

• Centro-Oeste: R$ 897
• Sul: R$ 862
• Sudeste: R$ 822
• Norte: R$ 680
• Nordeste: R$ 629

Apesar de deter o menor valor médio por domicílio, o Nordeste concentra o maior número de beneficiários: cerca de 9,4 milhões de famílias, o que corresponde a 34% da população da região.

Os estados do Sul e Sudeste apresentam médias acima do patamar nacional, impulsionadas por fatores como urbanização, presença de mais famílias monoparentais com filhos pequenos e um número maior de domicílios com pessoas com deficiência ou idosos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

No Sul, destaca-se o estado de Santa Catarina, onde os repasses extras ligados a situações de emergência climática também elevaram o valor médio. O mesmo ocorre no Rio Grande do Sul, que enfrenta repetidas crises ambientais desde 2023.

A PNAD Contínua é uma pesquisa estatística realizada pelo IBGE com o objetivo de retratar a realidade socioeconômica das famílias brasileiras. Diferente do Censo, a PNAD é feita de forma periódica, utilizando uma amostragem representativa da população. Os dados coletados servem de base para formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas, como o próprio Bolsa Família.

Pagamento de junho começa no dia 16

O repasse de junho do Bolsa Família começa no próximo dia 16 de junho e vai até o dia 30, conforme o último dígito do Número de Identificação Social (NIS). Neste mês, os pagamentos virão acompanhados do retorno do Vale-Gás, no valor de R$ 108, destinado a cerca de 5 milhões de famílias.

Confira o calendário:

Famílias que vivem em municípios em estado de emergência ou calamidade pública terão os valores antecipados.

Valores do Bolsa Família seguem inalterados

Mesmo com cortes no orçamento federal, os valores do programa foram mantidos para 2025:

• R$ 600: parcela base por família;
• R$ 150: por criança de até 6 anos (Primeira Infância);
• R$ 50: para gestantes e jovens de 7 a 18 anos (Variável Familiar);
• R$ 50: por bebê de até 6 meses (Nutriz).

A recomendação do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) é de que os dados do CadÚnico sejam revisados a cada dois anos ou sempre que houver alterações na renda, endereço ou composição familiar.

Os beneficiários podem acessar os recursos do Bolsa Família de diferentes formas: pelos aplicativos Caixa Tem e Bolsa Família, por meio do cartão do programa, ou em casas lotéricas, correspondentes Caixa Aqui e terminais de autoatendimento. A Caixa Econômica Federal também permite o uso do benefício na função débito para compras em estabelecimentos comerciais.