O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar nesta quinta-feira (11) sobre o auxílio emergencial. Após falar recentemente que pagar novamente o auxílio "quebraria o país", o presidente admitiu a volta do auxílio, que terminou em dezembro.

Em cerimônia realizada para entrega de títulos de propriedade na cidade de Alcântara, no Maranhão, Bolsonaro disse que só para habitantes do estado foram liberados R$ 13 bilhões do auxílio emergencial. E completou: "no momento a nossa equipe, juntamente com parlamentares, estudamos a extensão de mais alguns meses do auxílio emergencial. Que repito: o nome é emergencial, não pode ser eterno, pois isso representa um endividamento muito grande do nosso país e ninguém quer o país quebrado. E nós sabemos que o povo brasileiro quer, na verdade, é trabalho".

Ainda sobre o benefício, Bolsonaro completou: "Está quase certo, ainda não sabemos o valor. A partir de março. Três a quatro meses, está sendo acertado com o Executivo e o Parlamento também porque temos que ter responsabilidade fiscal", finalizou.

Recentemente, quando questionado se haveria prorrogação do auxílio, Bolsonaro respondeu: "Eu acho que vai ter, vai ter uma prorrogação [do auxílio emergencial]. Você pode ver, foram 5 meses de R$ 600 e mais 4 meses de R$ 300. Mas isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal. Se você não fizer com responsabilidade isso [dar benefícios], você acaba tendo a desconfiança do mercado, aumenta o valor do dólar, que vai impactar no preço do combustível. Fica uma bola de neve" disse o presidente, que ainda ironizou: "O ideal é dar R$ 10 mil pra todo mundo até que o vírus vá embora do mundo".

Sobre o corte de beneficiários, Bolsonaro confirmou que haverá redução do número de beneficiários, ainda sem detalhar quem ficará de fora. "O que está sendo estudado também, uma linha de corte. Até quando a gente pode bancar isso aí? Foram 68 milhões de brasileiros que receberam. Nenhum país da América Latina criou um auxílio assim como a gente fez. O nosso endividamento hoje é de R$ 5 trilhões de reais. Nós temos que enfrentar esse problema também [do isolamento em estados e municípios] para a economia andar" frisou.

Ainda não há um novo formato de pagamentos e quem poderia receber o novo benefício. O filtro deve ser estudado pelo Ministério da Economia e o valor do auxílio também deverá ser menor, por volta de R$ 200. O auxílio emergencial teve 9 parcelas em 2020, 5 delas de R$ 600 e mais 4 de R$ 300.

Guedes já havia confirmado volta do auxílio

A volta do auxílio emergencial foi anunciada na semana passada, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu com os novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para discutir os rumos da economia brasileira em 2021.

Na ocasião, Guedes disse que o auxílio será agora diferente, para "metade dos beneficiários", referindo-se ao grupo de 68 milhões de pessoas que recebeu a ajuda no ano passado. Ainda assim, voltar a pagar o auxílio depende ainda de 'cláusulas necessárias', a serem anunciadas em breve.

O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco já se disse favorável a volta do benefício e defendeu ajudar a parte mais pobre e vulnerável do país. "A pandemia continua e agora eu vim ao ministro da Economia, Paulo Guedes, externar o que é a preocupação do Congresso Nacional que é uma preocupação em relação à assistência social, a um socorro que seja urgente, emergencial", citou.

O congresso busca ainda alternativas para buscar uma solução para o tema, já que 48 milhões deixaram de receber o auxílio em 2021. "Fazer isso com cautela, com prudência, com observância de critérios para evitar que as coisas piorem. Mas, obviamente, nós temos que ter a sensibilidade humana e eu vim como senador e presidente do Congresso Nacional externar essa sensibilidade política de que nós temos que socorrer essas pessoas", declarou Rodrigo Pacheco, presidente do Senado.

Para consultar o benefício, a DATAPREV disponibiliza um site específico para esse fim, apenas inserindo dados pessoais, como número de CPF e nome completo.