Todo início de ano, os donos de imóveis precisam fazer o pagamento de um tributo: o IPTU. Em geral, o pagamento do IPTU pode ser feito à vista (com desconto), ou parcelado (sem desconto) - tudo vai depender do estado em que o contribuinte mora.

A partir disso, muitas pessoas se perguntam o que é melhor: pagar à vista, ou parcelado. Em suma, existem algumas coisas que você precisa considerar nesse momento. E por isso, nada melhor do que ouvir uma especialista em planejamento financeiro.

Por isso, vamos te mostrar abaixo, o que a especialista Anna Luiza Carvalho, em entrevista ao Terra, orientou sobre o assunto. Dessa forma, você saberá qual é a melhor forma de fazer o pagamento desse tributo.

Vale a pena pagar o IPTU à vista ou parcelado?

De acordo com Anna Luiza Carvalho,

"Um ponto simples de o cidadão avaliar é comparar o desconto à vista com a taxa de juros de um investimento comum. Se o desconto é muito menor que a taxa de juros, matematicamente vale a pena parcelar (pelo carnê da Prefeitura) e aproveitar para investir o valor do imposto. Se for o contrário, matematicamente vale pagar à vista".

Por exemplo: no Rio de Janeiro, o desconto do IPTU pago à vista é de 7%. Por outro lado, em São Paulo é de 3%. Nestes dois casos, o desconto é abaixo da taxa de juros. Neste caso, a especialista explica que vale a pena parcelar.

Agora, confira como fica a simulação de parcelamento no caso de São Paulo:

  • Imagine que o IPTU é R$ 2.000. Caso o morador pague à vista, o valor fica R$ 1.940. Por outro lado, se ele pagar parcelado, serão 10 parcelas de R$ 194 no carnê da Prefeitura. Se ele pagar a primeira parcela de R$ 194, e investir os R$ 1.746 em um CDB com rendimento de 100% do CDI, a cada mês, ele vai poder sacar um bom dinheiro para pagar a parcela.

O mesmo acontece com quem mora no Rio:

  • Imagine que o IPTU é de R$ 1.000. Caso o morador pague à vista, o valor fica R$ 930. Por outro lado, se ele parcelar em 10x de R$ 100, ganhando a primeira parcela, e investindo os R$ 900 restantes, em um CDB com rendimento de 100% do CDI, a cada mês ele saca mais R$ 100 para pagar as parcelas.

Por fim, a especialista afirma também que há quem prefira se livrar do boleto logo. "Vale considerar outros fatores além da matemática: às vezes, a pessoa prefere pagar à vista simplesmente para ter um boleto a menos ao longo do ano", ressaltou Anna Carvalho.

O parcelamento no cartão vale a pena?

Se você pensa em parcelar o IPTU no cartão de crédito. É necessário considerar o seguinte: se a taxa de juros cobrada pela instituição é maior que o retorno de um investimento, é melhor fazer o pagamento à vista. Caso contrário, vale a pena parcelar.

O PicPay, por exemplo, é uma fintech que permite o parcelamento em até 12 vezes, com a incidência de juros, para quem quer mais tempo para pagar o imposto. Mas será que vale a pena? Vamos considerar o seguinte exemplo:

  • Digamos que o seu imposto é de R$ 2.000, e você tem desconto de 3% ao pagar à vista (R$ 1.940). Caso você opte por parcelar via boleto, pagará em até 10 parcelas de R$ 200.
  • Para um IPTU de R$ 3.000, em SP, o valor poderá ser parcelado em 5 vezes sem juros (R$ 600 ao mês). Já à vista (desconto de 3%), fica em R$ 2.910.

Se você quiser fazer o pagamento à vista no PicPay, você não precisa pagar nenhuma taxa. Nesse caso, o pagamento à vista é uma boa opção. Por outro lado, se você quiser fazer o pagamento com o cartão de crédito, à vista no PicPay, vai pagar uma taxa de 4,99% por transação.

E se você precisar parcelar em 12 vezes a taxa, terá que pagar 4,99% por transação + 4,49% sobre cada parcela. Ou seja, ao considerar a taxa de juros + 12 vezes com juros de 4,49% ao mês, você pagará ao final, R$ 2.000 (IPTU) + R$ 99,80 (taxa do cartão) + R$ 661,94 (Taxa do parcelamento), totalizando assim, R$ 2.761,74.

A partir disso, é possível ver que o parcelamento da taxa no cartão não vale a pena. Afinal de contas, você vai pagar quase 40% a mais no imposto.