Se você paga aluguel de algum imóvel, ficar de olho no IGP-M é importante, porque é esse Índice Geral de Preços - Mercado que determina a variação do preço desse tipo de contrato. E no mês de fevereiro houve uma queda de 0,06% no valor segundo os dados divulgados nessa semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em janeiro de 2023 esse mesmo índice registrou uma alta de 0,21%. Assim, atualmente o índice acumula alta de 0,15% no ano e de 1,86% em 12 meses. Em fevereiro de 2022, o índice variara 1,83% e acumulava alta de 16,12% em 12 meses.

Isso significa que, se você está com um contrato de aluguel por vencer e ser reajustado nesse mês de março, a alta no preço deverá seguir esses valores.

Créditos: M3Mídia/Divulgação
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O IGP-M de fevereiro

O IGP-M é calculado com base na média de três índices de preços analisados:

  • IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo): 60%
  • IPC (Índice de Preços ao Consumidor): 30%
  • INCC (Índice Nacional de Custo da Construção): 10%

Segundo a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,20% em fevereiro, após variar 0,10% em janeiro. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -4,38% para 4,07%, no mesmo período.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,38% em fevereiro, após alta de 0,61% em janeiro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (2,04% para 0,46%).

E o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,21% em fevereiro, ante 0,32% em janeiro. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: Materiais e Equipamentos (-0,26% para 0,16%), Serviços (0,53% para 1,10%) e Mão de Obra (0,77% para 0,10%).

O recuo dos preços de grandes commodities - com destaque para soja (de -0,92% para -3,68%) e bovinos (de 0,65% para -2,74%) - sustenta o IPA em queda e contribui para um novo recuo da taxa em 12 meses, que passou de 3,00% para 0,42%, o menor patamar desde março de 2018, quando caíra 1,22%. A inflação ao consumidor também cedeu diante da contribuição menos intensa do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja variação média desacelerou de 2,04% para 0,46%. Por fim, o INCC também registrou inflação mais baixa, influenciado pelo comportamento da mão-de-obra (de 0,77% para 0,10%), que registrou alta discreta em comparação ao mês anterior", afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

Como calcular o reajuste?

O cálculo é bastante simples. Veja só:

Digamos que você quer saber o reajuste de aluguel no valor de R$ 1.500,00, com vencimento em março de 2023, com base no índice de 1,86% do IGP-M de fevereiro.

Para isso, basta multiplicar seu valor por 1,0186 (R$ 1.500,00 X 1,0186).

O resultado: R$ 1.527,90.

E este passa a ser o valor que vai vigorar mensalmente até o próximo reajuste, daqui a 12 meses.

Média dos aluguéis no Brasil

O preço médio do aluguel residencial no fim de 2022, calculado em 25 cidades brasileiras foi de R$ 37,80 por metro quadrado. Assim, a média para um apartamento de 50 metros quadrados no Brasil chega a R$ 1.890. Os dados são do índice FipeZAP+ de Locação Residencial.

Dentro desse contexto, entre as cidades com a média mais cara, figura Barueri, na região oeste da Grande São Paulo. O valor médio fica em R$ 45 por metro quadrado hoje. O município abriga a sede de importantes empresas e o residencial de luxo Alphaville que elevam a média consideravelmente.

Na sequência vem a capital paulista, com um aluguel médio de R$ 42 por metro quadrado. Isso significa que o aluguel de uma apartamento de 50 metros quadrados, por exemplo, sai na faixa dos R$ 2,1 mil por mês.

Dentro de São Paulo (capital), porém há bairros mais baratos e outros mais caros. No que tem os preços mais elevados - o Itaim Bibi - o custo da locação é, em média, de R$ 66.

Esse valor, porém, ainda é mais baixo do que a média cobrada no Leblon, do Rio de Janeiro, cujo metro quadrado fica na faixa de R$ 67. Portanto, um imóvel de 100 metros quadrados, por exemplo, custa cerca de R$ 6,7 mil por mês para ser alugado.

Por outro lado a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, foi a que registrou o menor valor: R$ 15,58. Dessa forma, o aluguel de um apartamento com 50 metros quadrados fica, em média, por R$ 779 por lá.

Tente negociar

Na hora do reajuste cada caso é um caso e precisa ser avaliado individualmente. É preciso considerar fatores como contrato, por exemplo. Então o primeiro passo é dar uma boa lida no documento para saber se existe alguma possibilidade de diminuir o valor do reajuste.

Em muitos casos, porém, imobiliárias e proprietários estão dispostos a negociar. O locatário pode, por exemplo, se oferecer para fazer uma melhoria na casa, como uma pintura ou manutenção, e em troca manter o aluguel por um período de tempo maior.

Outra dica é: pesquise e compare o imóvel que você aluga com outros parecidos. Casas ou apartamentos com o mesmo número de cômodos, estrutura e localização estão custando quanto? Se o valor do seu imóvel está acima dos demais, é possível tentar uma negociação utilizando isso como argumento.

Se você pretende se mudar, as chances de negociar podem ser ainda melhores. Nesse caso, além das dicas acima, você também pode usar a seu favor o tempo de desocupação do imóvel - quando mais tempo ele estiver vago, maiores são as chances do proprietário aceitar uma proposta.

Além disso, a estrutura dele também pode ser questionada, como a falta de grades, manchas no piso, muro baixo, necessidade de reformas, etc. Tudo isso pode resultar em reduções no valor.