Após o anúncio catastrófico do presidente americano Donald Trump de taxar todos os produtos brasileiros em 50%, exportadores locais já estão preocupados com a nova tarifa e o impacto negativo que isso irá causar para os negócios locais.

Em 2024, Petróleo e derivados foram o principal item exportado, seguidos por ferro e aço, e depois carne bovina e suco de laranja no ranking de commodities exportadas.

Os produtos brasileiros estão mais presentes na mesa dos americanos no café, suco de laranja e calçados. Mas o cenário mudou com a nova tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump, surpreendendo exportadores e trazendo preocupação ao setor.

Para a CitrusBR, entidade que representa a indústria de suco de laranja, a medida foi um choque e deve afetar toda a cadeia produtiva, inclusive nos EUA, que dependem do Brasil como principal fornecedor.

No setor de café, a Cecafé alertou que a taxa pode encarecer o produto para o consumidor americano. O Brasil, maior produtor e exportador mundial, espera que novos acordos evitem prejuízos.

Na área de calçados, a Abicalçados classificou a decisão como "um balde de água fria". Em 2025, o setor vinha se recuperando e viu as exportações crescerem mais de 24%, com destaque para os EUA, que compraram 1 milhão de pares em junho.

Já a indústria da carne bovina, representada pela Abiec, também se mostrou preocupada. Segundo a entidade, tarifas mais altas podem frear o comércio internacional e prejudicar produtores brasileiros e consumidores americanos.

Empresas da B3 mais afetadas

Os investidores ficaram apreensivos com essa taxação e já começam a projetar os próximos passos nas suas carteiras. As empresas que devem sofrer mais na Bolsa brasileira com esse tarifaço, serão:

Empresa Ticker Setor Estimativa de exportação para os EUA (US$)
Petrobras PETR3 / PETR4 Petróleo e derivados 6 bilhões
Vale VALE3 Minérios (ferro, cobre) 4 bilhões
JBS S.A. JBSS3 Carne bovina 1,3 bilhões
Minerva Foods BEEF3 Carne bovina 800 milhões
Cutrale Não listada Suco de laranja 750 milhões
Klabin KLBN11 Celulose e papel 750 milhões
Suzano SUZB3 Celulose e papel 800 milhões
CSN CSNA3 Aço e siderurgia 800 milhões
Bunge Alimentos BG(Bolsa NY) Soja e óleos vegetais 800 milhões
BRF S.A. BRFS3 Carnes de frango/pork 600 milhões
ADM do Brasil Não listada Soja/insumos agrícolas 700 milhões

Já em relação ao percentual do total exportado de cada empresa, o Infomoney fez uma tabela com aquelas mais expostas às tarifas de Trump, ou seja, que possuem um percentual alto do valor da receita para os EUA. Veja quais são:

Ticker Companhia Setor Estimativa de % da Receita Proveniente de Exportações para os EUA
EMBR3 Embraer Bens de Capital 23,8%
SUZB3 Suzano Papel & Celulose 16,6%
TUPY3 Tupy Bens de Capital 13,9%
JALL3 Jalles Machado Agro 11,0%
FRAS3 Frasle Mobility Bens de Capital 10,8%
WEGE3 WEG Bens de Capital 9,1%
BEEF3 Minerva Alimentos & Bebidas 8% - 15%
RAPT4 Randoncorp Bens de Capital 6,4%
CSAN3 Cosan Óleo, Gás e Petroquímicos 6,0%
MYPK3 Iochpe-Maxion Bens de Capital 5,4%
ALPA4 Alpargatas Varejo 4,0%
CSNA3 CSN Mineração & Siderurgia 4,0%
PETR4 Petrobras Óleo, Gás e Petroquímicos 4,0%
UNIP6 Unipar Óleo, Gás e Petroquímicos 4,0%
CBAV3 CBA Mineração & Siderurgia 3,2%
AZZA3 Azzas 2154 Varejo 3,0%
VALE3 Vale Mineração & Siderurgia 2,8%
USIM5 Usiminas Mineração & Siderurgia 2,2%
KLBN11 Klabin Papel & Celulose 1,8%
BRKM5 Braskem Óleo, Gás e Petroquímicos menor do que 1%

A Petrobras, mesmo sendo a que tem o maior total exportado, tem a possibilidade de redirecionamento o produto para outros mercados, dessa forma não seria tão afetada diretamente.