O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na sexta-feira (28) os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que indicam que a taxa de desemprego no país subiu para 8,8% no trimestre móvel encerrado em março.

Embora o resultado seja o menor para o período desde 2015, quando ficou em 8%, a taxa de desocupação aumentou 0,9 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, que registrou 7,9%. A taxa de desemprego, durante o mesmo período de 2022, foi de 11,1%. Veja:

IBGE divulgou dados de empregabilidade do 1º trimestre de 2023 - Fonte: IBGE
IBGE divulgou dados de empregabilidade do 1º trimestre de 2023 - Fonte: IBGE

Desta forma, houve um aumento de 10% no número absoluto de desempregados em relação ao trimestre anterior, totalizando 9,4 milhões de pessoas. Isso representa um acréscimo de 860 mil indivíduos em relação ao último trimestre do ano passado. Em comparação com o mesmo período de 2022, a queda é de 21,1%, o que equivale a 2,5 milhões de trabalhadores.

O número total de pessoas ocupadas no Brasil apresentou uma queda de 1,6% em relação ao trimestre anterior, atingindo um total de 97,8 milhões de brasileiros. Cerca de 1,5 milhão de pessoas deixaram esse grupo. Já na comparação anual, houve um crescimento de 2,7%.

Procura por trabalho é maior

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, é comum observar um movimento de retração da ocupação e expansão da procura por trabalho nos primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia. Beringuy destaca que esse resultado do 1T23 pode indicar que o mercado de trabalho está retornando a sua normalidade, após dois anos de movimentos atípicos.

As informações em destaque na pesquisa são as seguintes:

  • Taxa de desocupação: 8,8%;
  • População desocupada: 9,4 milhões de pessoas;
  • População ocupada: 97,8 milhões;
  • População fora da força de trabalho: 67 milhões;
  • População desalentada: 3,9 milhões;
  • Empregados com carteira assinada: 36,7 milhões;
  • Empregados sem carteira assinada: 12,8 milhões;
  • Trabalhadores por conta própria: 25,2 milhões;
  • Trabalhadores domésticos: 5,7 milhões;
  • Trabalhadores informais: 38,1 milhões;
  • Taxa de informalidade: 39%.

Informalidade aumentou no país

O IBGE informou ainda que a quantidade de empregados com carteira assinada no setor privado permaneceu estável no trimestre, sendo que grande parte da diminuição na ocupação pode ser atribuída à diminuição de trabalhadores sem carteira assinada no setor público (-7%) e privado (-3,2%).

Vários setores, como agricultura (-2,4%), comércio (-1,5%), construção (-2,9%), administração pública (-2,4%), e outros serviços (-4,3%), experimentaram quedas significativas no número de trabalhadores sem carteira.

Além disso, a quantidade de trabalhadores autônomos com CNPJ diminuiu em 8,1%, o que representa menos 559 mil pessoas. Por este motivo, a taxa de informalidade voltou aos 39% da população ocupada, sendo 38,1 milhões de trabalhadores informais no Brasil. A taxa era de 38,8% no trimestre anterior, mas estava em 40,1% no mesmo trimestre do ano anterior.

Nível de ocupação tem queda

De acordo com os dados do IBGE, o nível de ocupação, que é a porcentagem de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, caiu de 57,2% para 56,1% no primeiro trimestre de 2023, uma queda de 1 ponto percentual. Comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, ocorreu um aumento de 1 p.p. (55,2%). Já a quantidade de pessoas fora da força de trabalho chegou a 67 milhões, aumentando em 1,1 milhão comparado ao trimestre anterior e mais de 1,5 milhão na comparação anual.

Porém, de acordo com a coordenadora, este aumento de pessoas fora da força de trabalho não tem relação com o aumento da população na força de trabalho potencial ou no desalento, que se mantiveram estáveis no trimestre e caíram no ano.

No que se refere aos rendimentos dos trabalhadores, o IBGE informa que o rendimento real habitual subiu em relação ao trimestre anterior, indo de R$ 2.861 para R$ 2.880. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, no entanto, houve um aumento de 7,4%.

Com informações da Agência IBGE