Na última terça-feira, dia 9, o Banco Central (BC) divulgou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), destacando que a apresentação do arcabouço fiscal pelo governo teve um papel importante na redução da incerteza relacionada aos possíveis cenários extremos de crescimento da dívida pública nos próximos anos.

Conforme o documento, se o Congresso aprovar uma regra fiscal confiável e sólida, há uma perspectiva de um processo positivo de desinflação, embora não haja uma relação direta entre a regra fiscal e os níveis de preços. O BC reiterou sua preocupação com as expectativas de inflação, que permanecem desvinculadas das metas estabelecidas.

Preços devem desacelerar

A ata enfatiza ainda que, considerando a atual fase da dinâmica inflacionária, a desaceleração dos preços tem a tendência de ocorrer de maneira mais gradual devido às expectativas desancoradas.

No entanto, os cenários que poderiam exigir um aumento das taxas de juros se tornaram menos prováveis. O Banco Central (BC) optou por manter a taxa Selic em Maio no patamar de 13,75% ao ano durante a última reunião, sem sinalizar possíveis cortes futuros, embora considere que a probabilidade de novos aumentos tenha diminuído. A próxima reunião ocorre em junho, dias 20 e 21.

Taxa neutra mais alta no país

Durante a reunião, foram examinados fatores que poderiam influenciar a taxa de juros neutra, como a possível adoção de políticas fiscais expansionistas. Houve discussões entre alguns membros do Copom sobre a possibilidade de uma taxa neutra mais alta no Brasil, levando em consideração o aumento das taxas de economias mundiais, a resiliência da atividade econômica brasileira e o processo gradual de desinflação.

No entanto, a maioria dos membros do comitê considerou que essa interpretação ainda carece de dados adicionais para ser confirmada. Os indicadores sustentam a previsão de uma queda significativa na taxa de inflação acumulada em 12 meses até este trimestre, seguida de um aumento até o final do ano. O cenário econômico sugere uma desaceleração gradual da atividade econômica, com solidez no mercado de trabalho.

Entretanto, o ambiente externo continua desafiador, e os episódios envolvendo bancos estrangeiros têm impacto negativo nas condições financeiras e no crescimento global, embora, até o momento, o contágio tenha sido limitado.