Cerca de 10 dias após a volta do sistema Valores a Receber do Banco Central, muitas pessoas já conferiram se não possuem valores esquecidos em bancos e outras instituições financeiras, porém, considerando o total de valores que estavam disponíveis, uma parcela muito pequena foi resgatada.

A informação é do Banco Central. Segundo o órgão, até meados dessa semana, os saques de dinheiro esquecido somavam R$ 285,1 milhões o que representa apenas 4,8% dos R$ 6 bilhões que estão disponíveis para a população.

Outro dado disponibilizado é que até o momento, 4,2 milhões de pessoas físicas e empresas solicitaram a devolução de recursos por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR), de acordo com balanço parcial do BC e que cerca de R$ 5,7 bilhões seguem esperando por seus donos.

Fonte: M3Mídia; Fotógrafo: Márcio Bohrer
Fonte: M3Mídia; Fotógrafo: Márcio Bohrer

Por isso, o Banco Central faz um alerta: se você ainda não conferiu, faça. Pode ser que uma parte desse valor seja seu.

Ao todo, 38 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de empresas têm dinheiro a resgatar. A página para consulta inicial de dinheiro esquecido está ativa desde o dia 28 de fevereiro. Já o sistema para saque está no ar desde o dia 7 de março.

Uma pessoa sacou R$ 750 mil

Entre os destaques desses últimos 10 dias, estão os R$ 750 mil que foram sacados por uma única pessoa. Segundo o BC, esse foi o maior valor resgatado até o momento por um único CPF. Isso foi no dia 8 de março.

Antes disso, o maior valor que tinha sido resgatado era de R$ 328 mil. Além disso, o BC também divulgou que nos três primeiros dias de resgates, os três maiores saques por pessoas físicas somaram quase R$ 1,4 milhão.

Ainda não resgatou? Veja como fazer

Os passos para fazer o resgate são os seguintes:

  • Passo 1: saber se você tem valores a receber: isso é feito pela página www.valoresareceber.bcb.gov.br. O BC ressalta que este é o único site disponibilizado para consulta. Nessa etapa, é preciso preencher os campos com CPF e data de nascimento. No caso de empresas, a busca é feita pelo CNPJ e data de abertura do negócio. Caso tenha valores a receber, a tela irá indicar o próximo passo. Em caso contrário, o sistema irá sugerir uma nova consulta em outro momento.
  • Passo 2: se houver dinheiro, você será encaminhado para uma nova página do SVR: nesse momento será necessário acessar o sistema com a sua conta Gov.br. É possível consultar valores seus ou de pessoas falecidas. Você aceita os termos do BC e a tela seguinte trará as seguintes informações: montante a receber; nome e dados da instituição que deve devolver o valor; origem (tipo) do valor a receber; informações adicionais, quando for o caso.
  • Passo 3: o pedido de devolução dos valores: clique no botão "solicitar por aqui" e siga as orientações indicadas. Em seguida, selecione uma das suas chaves PIX e, caso deseje, informe seus dados pessoais. Nesse caso, a instituição devolverá o valor via PIX em até 12 dias úteis após a solicitação. O botão "solicitar por aqui" só irá aparecer, no entanto, caso a instituição na qual você tem dinheiro esquecido tenha firmado um termo de adesão com o Banco Central. Do contrário, o resgate não será feito diretamente pelo sistema do BC. O sistema irá apenas informar o valor a receber e em qual instituição está aquele recurso. Aparecerá, nesse caso, uma mensagem informando contatos oficiais (e-mail e telefone) para que você entre em contato diretamente com a instituição e combine a forma de devolução.

    De acordo com o BC, o SVR permanecerá aberto para todos, sem interrupções programadas, para o resgate de valores no sistema financeiro. "Independente do montante, o recurso pertence ao cidadão e deve a ele ser devolvido", afirmou, em nota.

    O que pode ser regatado?

    Nessa segunda etapa serão até 10 novos tipos de serviços financeiros englobados pelo sistema, totalizando 17 serviços, incluindo os que já estavam liberados na primeira fase. Os serviços disponibilizados são:

    • Tarifas cobradas indevidamente, não previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
    • Parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, não previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
    • Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
    • Contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível;
    • Entidades em liquidação extrajudicial FGC (Fundo Garantidor de Créditos);
    • FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito).
    • Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
    • Contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível; e
    • Outras situações que ensejam valores a devolver reconhecidas pelas instituições.
    • Contas corrente ou poupança encerradas com saldo disponível;
    • Tarifas cobradas indevidamente, desde que previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
    • Parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
    • Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários de cooperativas de crédito;
    • Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados.