O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, garantiu que o governo Lula irá lançar um programa para compras de passagens aéreas de baixo custo para uma parte da população. A notícia foi revelada pelo ministro para o jornal Correio Braziliense no último domingo (12).

De acordo com França, o programa já está pronto, no entanto, falta o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta do programa é lançar a venda de passagens aéreas para aposentados, servidores públicos e estudantes.

"A meta é encontrar passagens a R$ 200 (o trecho), R$ 400 ida e volta, de qualquer lugar do país. O que estamos buscando é comprar a ociosidade dos espaços. As companhias brasileiras chegam na faixa de 30 milhões de passageiros, cada uma delas, operando com 78% a 80% de vagas ocupadas. Outras 20% saem vazias. Eu quero essas vagas para pessoas que não voam", disse França.

Quem terá direito ao benefício de passagens aéreas?

O benefício das passagens aéreas deve ser concedido a aposentados, pensionistas e servidores públicos com salários de até R$ 6.800,00 e estudantes. Cada usuário poderá comprar até duas passagens por ano, podendo ser uma para si próprio e outra para um acompanhante.

"Serão duas idas e voltas para qualquer lugar, quatro pernas por R$ 200,00 cada, R$ 800,00 em 12 prestações de R$ 72,00. Essa é a meta. Tira dezembro, janeiro e julho. São 14 a 15 milhões de passagens ao ano por R$ 200", ressaltou França.

O presidente Lula solicitou ao ministro que tenha mais passageiros e aeroportos, com mais pousos de aviões de carreira. De acordo com França, o plano já está montado, basta o governo concordar.

Quem compraria essas passagens?

A compra será feita pelo próprio aposentado e pensionista da previdência, através do aplicativo da Caixa Econômica Federal ou Banco do Brasil. As pessoas já têm renda vinculada ao governo, exceto os estudantes. Para este público, será realizado um mecanismo de financiamento.

O governo não irá subsidiar estas passagens. A intenção é fazer um acordo com as companhias aéreas para vender o espaço excedente, através de um intermédio do governo.

Em outro momento, já existiu o programa "Melhor Viagem" da Caixa, destinado a idosos.

Como garantir que o programa seja utilizado por esse público?

O ministro também ressaltou que o programa terá como garantia este público alvo, já que as empresas aéreas não vão querer vender passagens com custo baixo para aqueles que ganham mais de R$ 6,8 mil.

"Você se encaixa com os R$ 200? Porque as empresas não vão querer que você compre a passagem por R$ 200 se você ganha mais que os R$ 6.800. Não é para competir com você mesmo, tem que encontrar o público. Mas não tem banco, não tem financiamento, não tem 1 2 3 milhas. É outro público, nós temos hoje 90 milhões de passageiros, mas só 10 milhões de CPFs que voam. Veja que absurdo, 90 milhões de passagens emitidas por ano, para apenas 10 milhões de pessoas", disse o ministro.