No próximo mês, no dia 2 de maio, está prevista para ter início a 2ª etapa do Sistema Valores a Receber, ferramenta do Banco Central lançada em fevereiro e que tem como objetivo ajudar os brasileiros a encontrar valores que tenham ficado esquecidos em contas bancárias ou de outras instituições financeiras.

Na primeira fase, que encerrou no último dia 16 de abril, quase 3 milhões de brasileiros tinham dinheiro a resgatar, o que totalizava cerca de R$ 3,9 bilhões. No entanto, no fim de março, dados divulgados pelo BC apontavam que apenas 10% do total havia sido resgatado.

Então agora, essa segunda etapa, além de ampliar a gama de serviços financeiros que serão abrangidos pelo sistema, o BC vai oferecer também mais uma chance para aqueles que perderam os primeiros prazos.

Inclusive, o Banco Central alerta: mesmo aqueles que não tinham valores para receber na primeira etapa podem e devem fazer uma nova consulta nesse segundo momento.

"O sistema contará com informações novas repassadas pelas instituições financeiras. Ou seja, mesmo quem já resgatou seus recursos e quem não tinha valores a receber na primeira etapa deve consultar novamente o sistema, pois os dados serão atualizados e pode haver recurso novo", diz o orgão.

Abaixo, entenda melhor sobre o funcionamento dessa nova fase.

Segunda etapa terá 7 novos serviços

Segundo informações divulgadas pelo Banco Central serão até 7 novos tipos de serviços financeiros englobados pelo sistema a partir dessa segunda etapa. São eles:

  • Tarifas cobradas indevidamente, não previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
  • Parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, não previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
  • Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
  • Contas de registro mantidas por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e por sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários para registro de operações de clientes encerradas com saldo disponível;
  • Entidades em liquidação extrajudicial FGC (Fundo Garantidor de Créditos);
  • FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito).

Atén então, a plataforma agregava cinco dados diferentes de valores esquecidos:

  • Contas corrente ou poupança encerradas com saldo disponível;
  • Tarifas cobradas indevidamente, desde que previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
  • Parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
  • Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários de cooperativas de crédito;
  • Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados.

Acesso único

Outra novidade é que o usuário não vai precisar acessar o portal em dois momentos diversos para consultar os valores disponível e solicitar o resgate do dinheiro, como vinha acontecendo até então.

Na primeira fase foi preciso voltar ao sistema em uma data agendada pelo BC, conforme calendário, para solicitar a transferência. Esse agendamento, agora, não mais vai existir. Tudo estará disponível já na primeira consulta.

Não se sabe ainda se essa segunda etapa terá um prazo final para consulta, como teve a primeira. O Banco Central informou apenas que, quem não conseguir acessar a ferramenta não vai perder o direito ao dinheiro. Os recursos continuarão guardados pelas instituições financeiras, pelo tempo que for necessário, esperando até que o cidadão solicite o resgate.

A estimativa é de que R$ 8 bilhões sejam devolvidos para a população e para empresas.