Wellington Dias (PT-PI), senador eleito e coordenador do núcleo de Orçamento da equipe de transição de governo, confirmou que a equipe do presidente eleito Lula (PT) irá propor salário mínimo de R$ 1.320,00 para 2023.

Caso seja aprovado, o valor do salário mínimo proposto pela PEC da Transição ficará acima do que foi adicionado ao Orçamento do governo Jair Bolsonaro. Hoje, o salário mínimo é de R$ 1.212,00.

Na campanha eleitoral, Lula afirmou que iria reajustar o salário mínimo acima da inflação, caso ganhasse a corrida presidencial. No governo Bolsonaro, o salário teve reajuste de acordo com a inflação em 2020, 2021 e 2022, ou seja, sem aumento real.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo é pago para 56,7 milhões de brasileiros, dos quais 24,2 milhões são beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Valor do salário mínimo desde 2005

Veja abaixo, a evolução dos valores do salário mínimo até os dias de hoje:

  • 2005 - R$ 300
  • 2006 - R$ 350
  • 2007 - R$ 380
  • 2008 - R$ 415
  • 2009 - R$ 465
  • 2010 - R$ 510
  • 2011 - R$ 545
  • 2012 - R$ 622
  • 2013 - R$ 678
  • 2014 - R$ 724
  • 2015 - R$ 788
  • 2016 - R$ 880
  • 2017 - R$ 937
  • 2018 - R$ 954
  • 2019 - R$ 998
  • 2020 - R$ 998
  • 2021 - R$ 1.100
  • 2022 - R$ 1.212
  • 2023 - R$ 1.302 (proposta da LDO) / R$ 1.320 (proposta de Lula)

Centrais sindicais e PEC da Transição

No encontro que ocorreu entre Lula e representantes de centrais sindicais no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), foi discutido sobre o reajuste do salário mínimo e decidido o valor de R$ 1.320 em 2023 pela equipe de transição.

A cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, são R$ 370 milhões de custo adicional por ano, de acordo os cálculos do Ministério da Economia. Desta forma, em 2023, o total do aumento para um salário de R$ 1.320 equivale a um gasto extra de R$ 6,66 bilhões em novas despesas no ano que vem para a União.

No entanto, economistas temem que haja alta na dívida pública e solicitam que o aumento de gastos através da PEC da Transição sejam compensados.

De acordo com os especialistas, em 76,8% do PIB em outubro, ou R$ 7,3 trilhões, o patamar já está elevado, comparado com os países emergentes, onde a média é de cerca de 65% para o endividamento total.