Com o país batendo já na casa de 200 mil vítimas da Covid-19 neste início de janeiro, o senador Weverton (PDT-MA) apresentou um novo Projeto de Decreto Legislativo na Casa para que o estado de calamidade pública no país seja prorrogado até o dia 30 de junho. O PDL 1/2021 prorrogaria o antigo decreto, válido até o último dia 31 de dezembro.

Na justificativa, o Senador disse que a situação que motivou a edição do primeiro decreto não só perdura, como se agrava, com probabilidade ainda de novas ondas de infecções por covid-19 até que a vacina chegue aos brasileiros.

O Senador defendeu ainda que as medidas de isolamento são necessárias para o controle da pandemia, mas que isso agrava a crise econômica. Com a prorrogação do Decreto de calamidade, o governo teria maior poder de investimento em políticas de ajuda a empresas e pessoas mais vulneráveis sem restrições ao teto de gastos, não descartando uma possível prorrogação do auxílio emergencial, que foi a única renda de muitos dos 68 milhões de brasileiros beneficiados em 2020.

Nas redes sociais, o próprio Senador citou que a extensão do Decreto de calamidade possibilitaria a prorrogação do Auxílio Emergencial. Veja:

Senadores devem se reunir nos próximos dias com representantes do Ministério da Economia para avaliação da situação fiscal e se haveria espaço para novos pagamentos do auxílio na execução orçamentária de 2021.

Governo não quer prorrogar o Auxílio

Tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o Ministro da Economia Paulo Guedes são enfáticos ao afirmar que dificilmente novos pagamentos do auxílio ocorrerão em 2021, visto que não há "espaço fiscal e orçamento" para tal. Ontem (5), o próprio presidente afirmou que o país enfrenta uma grave crise econômica e que "não poderia fazer nada; o Brasil está quebrado" nas palavras do chefe do executivo.

Em outubro o Ministro Paulo Guedes afirmou que a prorrogação do Auxílio Emergencial em 2021 era "uma certeza" em caso de uma segunda onda de contaminações no país, situação que acontece atualmente. No entanto, mais recentemente, tirou de cogitação a prorrogação do benefício, dizendo que a equipe econômica já estaria preparada para agir em todas as situações e que o fim do auxílio emergencial ajudaria, inclusive, no controle da inflação. "Nós achamos que esse aumento de inflação vai se dissipar. Primeiro, porque o presidente da Câmara [dos Deputados] vai aprovar o Banco Central independente, que vai impedir que essa alta transitória de preços prossiga. E, segundo, porque a própria suavização do auxílio emergencial, na medida em que ele desce e recai no Bolsa Família. Essa explosão de preços de construção civil, de alimentos, se acalma um pouco", declarou o ministro.

No Congresso, parlamentares pressionam o governo para prorrogar o auxílio emergencial em meio ao forte aumento de novos casos da Covid. Com a demora para iniciar a vacinação, brasileiros estão preocupados com o cenário de desemprego e falta de renda neste início de 2021.

O auxílio emergencial custou quase R$ 300 bilhões aos cofres públicos, mas o fim do benefício vai deixar 48 milhões de pessoas sem renda alguma neste início de ano, sendo a maioria informais e autônomos que não recebem o Bolsa Família. O governo é resistente a prorrogação e até o momento só anunciou que quer ampliar o Bolsa Família e que estudará agora em janeiro como fazê-lo.

Auxílio Emergencial tem pagamentos ainda em 2021

O Auxílio Emergencial foi anunciado em abril e teria, inicialmente, três parcelas de R$ 600. Mais tarde, foi prorrogado por mais dois meses no seu valor original (R$ 600) e posteriormente estendido até o final de 2020 com o pagamento de mais quatro parcelas extras, mas com menor valor (R$ 300). No total, foram 9 parcelas pagas a 68 milhões de brasileiros.

A última rodada de pagamentos - o Ciclo 6, foi até 29 de dezembro e teve o crédito em conta realizado. Ainda assim, a liberação de saques e transferências segue acontecendo em janeiro para aqueles que ainda não movimentaram os valores no Caixa TEM.

Os beneficiários nascidos entre março e dezembro terão saques em espécie e transferências liberados no decorrer de janeiro, até o dia 27. Nesta quarta-feira de 6 de janeiro poderão sacar os valores na boca do caixa os nascidos em abril que tiveram o crédito em conta realizado no dia 14/12. Veja o calendário da última parcela do Auxílio para saques e transferências:

Ciclos 5 e 6
Mês de nascimento Crédito em conta Saque e transferência
Janeiro 13 de dezembro 19 de dezembro
Fevereiro 13 de dezembro 19 de dezembro
Março 14 de dezembro 04 de janeiro
Abril 16 de dezembro 06 de janeiro
Maio 17 de dezembro 11 de janeiro
Junho 18 de dezembro 13 de janeiro
Julho 20 de dezembro 15 de janeiro
Agosto 20 de dezembro 18 de janeiro
Setembro 21 de dezembro 20 de janeiro
Outubro 23 de dezembro 22 de janeiro
Novembro 28 de dezembro 25 de janeiro
Dezembro 29 de dezembro 27 de janeiro