Uma possível nova medida do governo federal vem chamando a atenção dos beneficiários do Bolsa Família. O governo Lula estaria analisando a possibilidade de criar um voucher que permita que famílias de baixa renda comprem até 2 Kg de carne bovina por mês.

Mas isso é realmente verdade? Em parte, sim. Uma proposta nesse sentido foi apresentada por um grupo de pecuaristas do estado do Mato Grosso do Sul ao ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, em uma reunião em Brasília/DF. O nome temporário dado ao tal projeto é "Programa Carne no Prato".

Para que isso possa valer, um projeto de lei precisa ser aprovado no Congresso Nacional, inserindo o benefício para esse público específico, de mais baixa renda. Teixeira afirmou que encaminhou a proposta para a análise da Casa Civil e do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

Caso o programa comece a valer, as 21 milhões de famílias teriam direito ao benefício de 2Kg de carne mensais, o que implicaria em 42 toneladas de carne por mês. Especialistas já questionam a viabilidade dessa proposta, pois não teria como controlar se o recurso seria usado para este fim específico. Hoje, o governo já paga um vale-gás a 5 milhões de pessoas com um crédito em conta, que pode ser utilizado para outros fins.

Além disso, a quantia adicional de R$ 35 para comprar carne custaria R$ 735 milhões a mais por mês ao programa, o que daria R$ 8,7 bilhões ao ano aos cofres públicos, algo que o governo não tem.

Especialistas dizem ainda que outros tipos de proteína podem ser mais vantajosos em termos de custo-benefício, como a carne branca de aves e suínos.

A ideia de possibilitar o acesso à carne vermelha e a realização de churrascos aos finais de semana foi um dos temas extraoficiais da campanha de Lula durante as eleições de 2022. No entanto, após a posse do presidente, surgiram notícias falsas sobre a distribuição de uma suposta "bolsa picanha" para a população.