Na última quarta-feira (16), a Petrobrás anunciou uma baixa de 5,3% no preço médio do GLP (gás liquefeito de petróleo), também chamado de gás de cozinha. O corte entrou em vigor nas refinarias da companhia desde a ontem (17).

A partir dessa medida, o preço médio de venda para as distribuidoras passou de R$ 3,7842 por quilo para R$ 3,5842 por quilo. Com isso, o valor de um botijão de 13 quilos passará a ser vendido a R$ 46,59 para as distribuidoras. Ou seja, vai haver uma baixa de R$ 2,60, conforme o comunicado da Petrobras.

Esse mesmo corte deve ocorrer no preço final, cerca de R$ 2. Como o Gás estava com preço médio de R$ 109 na semana passada, segundo a ANP, deve custar agora, em média, R$ 107 no país a partir desta semana.

O que impulsou a redução no preço do gás de cozinha?

Em uma nota publicada no seu site, a Petrobras afirmou que a decisão "acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras". Além disso, a prática "busca o equilíbrio com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio".

Na semana passada, um botijão de 13 kg custou R$ 110,42, em média, ao consumidor do Brasil, segundo a pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Na ocasião, o valor ficou 0,5% acima do encontrado na semana anterior (R$ 109,86).

Para se ter ideia, há um anos atrás, em novembro de 2021, o botijão estava na faixa de R$ 102, também conforme a ANP. O alto preço do gás de cozinha afetou em cheio as famílias de renda baixa na pandemia, já que o produto pesa ainda mais sobre o bolso dos mais pobres.

Diante dessa alta absurda dos preços, parte dos brasileiros começaram a fazer as suas refeições com lenha, e até mesmo, com álcool. Por isso, o governo passou a pagar aos beneficiários do Auxílio Brasil, um Vale-Gás a cada 2 meses, desde que se enquadrem nos critérios do programa.

Última baixa aconteceu há quase 2 meses

De acordo com a Petrobras, o corte é o primeiro desde o dia 23 de setembro, antes das eleições presidenciais, quando o GLP teve uma redução de 6% nas refinarias.

A baixa dos preços dos combustíveis foi usada como uma forma do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentar a sua reeleição. Entretanto, durante a disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o petróleo voltou a ganhar força no mercado internacional.

E assim, o aumento das cotações parou a sequência de baixas nos combustíveis da Petrobras. Porém, a Petrobrás diz que segurou os preços dos produtos como gasolina e óleo diesel, o que levou a uma defasagem em relação ao mercado internacional.

Por fim, vale ressaltar que na abertura do mercado na última quarta (16), a gasolina estava 3% abaixo (ou R$ 0,10) da paridade de importação nos polos da Petrobras, segundo cálculos da Abicom. Já no diesel, a defasagem era maior, de 6% (ou R$ 0,32), nos polos da estatal.