Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, anunciou que o governo brasileiro irá lançar 14 medidas para estimular o crédito. Uma dessas medidas em discussão é a revisão dos juros do crédito rotativo do cartão de crédito, com o objetivo de ajudar a população de baixa renda. O governo está buscando uma solução negociada com os bancos, assim como foi feito com os juros do crédito consignado do INSS.

Desde 2017, o Banco Central limitou a 30 dias a cobrança do rotativo do cartão. Caso o cliente não pague após esse prazo, o banco deve parcelar o saldo devedor ou renegociar o débito com taxas mais vantajosas. Contudo, em fevereiro de 2023, a taxa de juros do rotativo aumentou 6 pontos percentuais, atingindo o patamar de 417,4% ao ano, tornando-se a linha de crédito mais cara do mercado.

Febraban emite nota

Em resposta às possíveis mudanças nos juros do cartão de crédito rotativo, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou em nota que está aberta a discutir o assunto de maneira técnica. No entanto, a entidade destacou que qualquer negociação deve levar em consideração a estrutura de custo das instituições financeiras, as especificidades de cada produto e a "racionalidade econômica".

A Febraban considera importante uma discussão aprofundada sobre as causas que levam aos patamares elevados de juros do cartão de crédito. A entidade ressalta ainda que esse é um tema complexo que demanda um amplo debate, envolvendo o Banco Central, o Ministério da Economia e todos os participantes da indústria financeira.

Veja a nota da Febraban

"Nesse sentido, a entidade entende como oportuna a discussão técnica e aprofundada das causas que levam o cartão de crédito a ter patamares elevados de juros. A Febraban ressalva, no entanto, que esse é um tema que nos convida a um amplo debate, para enxergar as consequências, envolvendo BC, Fazenda e os participantes da indústria".

Grupo de trabalho deve ser criado

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que o governo deverá criar um grupo de trabalho com o objetivo de discutir as causas dos altos juros nas operações com cartão de crédito rotativo.

O grupo será composto pelo governo, Banco Central e representantes da indústria de cartões de crédito. Ainda não há informações sobre a data em que o grupo de trabalho será efetivamente criado.

Vale ressaltar que o crédito rotativo do cartão de crédito é destinado para aqueles clientes que não paga o valor total da fatura na data do vencimento. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado, com a taxa média de juros cobrada pelos bancos somando 417,4% ao ano em fevereiro, de acordo com dados do Banco Central.