O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu entrevista nesta segunda-feira (27) falando da atual situação do país. Enfrentando uma grave crise em três eixos: na política, saúde e economia, o ministro deu a entender que não será necessário suspender o teto de gastos para controlar a pandemia do novo Coronavírus no país. No entanto, Guedes foi enfático ao pedir ajuda aos servidores públicos, que deverão ficar sem reajuste salarial nos próximos 2 anos.

Os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, e do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participaram da reunião com o presidente Jair Bolsonaro na manhã desta segunda-feira.

Guedes disse ainda que com o reconhecimento do estado de calamidade pública pelo Congresso Nacional, o Executivo ficou dispensado de cumprir a meta de superávit. "Pela regra de ouro você não pode se endividar para pagar gasto corrente. Mas como é gasto emergencial, é gasto de saúde, então pode endividar. Se faltasse dinheiro para saúde, poderíamos romper o teto, mas não é o caso", disse. O teto de gastos limita o aumento de despesas federais ao aumento da inflação do ano anterior. A medida vale por 20 anos.

Ainda, após liberar recursos para estados e municípios, o ministro disse que já negocia com o Congresso Nacional uma proposta de suspensão de reajuste de salário dos servidores públicos até o fim do ano que vem (2021). Ainda assim, frisou que nenhum direito conquistado ou percentual de salário será retirado do funcionalismo.

"Precisamos também que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil, que vai fazer um sacrifício pelo Brasil, não vai ficar em casa trancado com geladeira cheia, assistindo a crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego. Eles vão colaborar, eles vão ficar sem pedir aumento por algum tempo", disse Guedes.

Programa Pró-Brasil

Na semana passada, o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, falou sobre o programa Pró-Brasil, um conjunto de ações de investimentos para gerar emprego e recuperar a infraestrutura do país, em resposta aos impactos trazidos pelo coronavírus. Guedes, até então não havia se posicionado sobre o plano, que segue em estudo.

Um dos itens do plano é já lançar novos editais de concessões de portos, e outros de concessões de rodovias e ferrovias que estão em análise pelo Tribunal de Contas da União. Com os juros continuam caindo pelo mundo, há liquidez no mercado e os investidores estão esperando pelas melhores oportunidade.

O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, frisou que o programa de venda e concessão de ativos continua andando e no segundo semestre leilões devem alcançar até R$ 250 bilhões para investimentos até 2022.

Com informações da Agência Brasil