Rumo à transformação digital, os Correios anunciaram oficialmente na última terça-feira (1º) o lançamento da plataforma Mais Correios, um marketplace que já soma meio milhão de produtos para venda.
A novidade reconfigura a empresa pública, que agora aposta em um modelo de negócio inspirado em gigantes do comércio eletrônico, como Mercado Livre e Amazon, com foco na capilaridade logística nacional. Vai dar certo? só o tempo dirá.
A plataforma já está no ar e pode ser acessada pelo endereço www.maiscorreios.com.br, reunindo vendedores e consumidores de todo o país em um ambiente acessível e com 25 categorias de produtos, entre elas eletrônicos, eletrodomésticos, vestuário, material de construção, itens de informática, entre outros.
O objetivo, segundo a estatal, é 'democratizar' o acesso às compras online e ampliar o alcance do comércio eletrônico nacional. Veja como ficou a nova plataforma:
Nova era ou novo problema?
O presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, definiu o lançamento como uma "virada de chave histórica" para a empresa, que por muitos anos foi vista como um órgão tradicional e limitado ao envio de correspondências e encomendas.
"Estamos reafirmando à sociedade e ao mercado nossa capacidade de reinvenção. O Mais Correios é a prova do nosso compromisso com a inovação e com o futuro do e-commerce brasileiro. Temos uma logística incomparável e agora oferecemos um canal direto para conectar vendedores e consumidores com qualidade e segurança", afirmou.
A estrutura do novo marketplace foi desenvolvida em parceria com a Infracommerce, empresa especializada em soluções de e-commerce. De acordo com o CEO da Infracommerce no Brasil, Luiz Pavão, a plataforma foi criada com base em três pilares: performance, escalabilidade e personalização. "Não é apenas uma plataforma nova. É um modelo de e-commerce voltado à inclusão digital e à pluralidade do mercado brasileiro. Conectamos consumidores de todos os perfis a uma experiência confiável e com alcance nacional", disse Pavão.
Ainda é cedo para tirar alguma conclusão se isso dará certo. Em 2024, os Correios registraram um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, segundo balanço divulgado no Diário Oficial da União, quatro vezes mais que em 2023.
Já no 1º trimestre de 2025, o prejuízo foi ainda maior: R$ 1,7 bilhão, um aumento de aproximadamente 115% em comparação ao mesmo período de 2024 (R$ 801 milhões). A empresa tem enfrentado dificuldades para se manter saudável nos últimos anos e essa medida pode ajudar a estancar a sangria vista nos últimos anos.
Marketplace colaborativo e não concorrente
Ao contrário de outras iniciativas que se posicionam como rivais diretas dos grandes players do setor, o Mais Correios pretende ser um parceiro estratégico, oferecendo visibilidade e novos canais de venda para quem já atua no ambiente digital.
A estatal segue sendo parceira logística de plataformas concorrentes, com quem mantém relações comerciais consolidadas, mas agora também terá um canal próprio de vendas, o que amplia sua presença na cadeia do e-commerce.
Com isso, pequenos e médios empreendedores ganham uma alternativa com alta penetração nacional, sem abrir mão da logística confiável e da estrutura dos Correios. A empresa aposta no atendimento em suas mais de 10 mil agências espalhadas pelo Brasil como diferencial de proximidade e suporte presencial para os usuários da nova plataforma.
Ainda neste semestre, está prevista a implantação também de um meio de pagamento próprio, fruto de parcerias com instituições especializadas em Banking as a Service (BaaS), o que pode ajudar no negócio. A estatal já recebeu propostas e está em fase final de análise.
Além disso, os Correios têm apostado em serviços complementares nas suas agências, como microsseguros e telefonia móvel, aproveitando a estrutura física nacional para gerar novas receitas.
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