Mesmo com o anúncio do governo federal de um significativo reajuste nos benefícios dos servidores públicos federais, a mobilização grevista persiste, em busca de melhorias na remuneração.

Na última sexta-feira, dia 26 de abril, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica - SINASEFE, em conjunto com Andes-SN e Fasubra, formalizou um ofício rejeitando as propostas apresentadas no dia 19 de abril. Além disso, solicitaram uma nova rodada de negociações em conjunto com o MGI, sugerindo que estas ocorram entre os dias 29 de abril e 3 de maio.

Veja o trecho do documento:

Os Comandos Nacionais de Greve do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA), e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), reafirmando sua atuação unitária ante os intentos de fratura da atuação conjunta das categorias, informam que, em ampla consulta das suas bases, rejeitaram a proposta apresentada pelo Governo Federal em 19/04/2024, pelo que solicitam que sejam convocadas, em caráter de urgência, novas reuniões das mesas de negociação específicas e temporárias (PCCTAE, EBTT e MS) com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI)."

Na última quinta-feira (25), a Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (SRT/MGI) divulgou um acordo que prevê um aumento substancial nos auxílios oferecidos aos servidores. Veja os números desse reajuste:

  • Auxílio alimentação de R$ 658,00 para R$ 1 mil (alta de 51,9%);
  • Assistência à saúde complementar per capita média (auxílio saúde) de R$ 144,38 para cerca de R$ 215,00;
  • Assistência pré-escolar (auxílio creche) de R$ 321,00 para R$ 484,90.

É importante destacar que os recursos para viabilizar esses reajustes já estão assegurados no Orçamento de 2024. Embora os novos valores entrem em vigor a partir de maio deste ano, o pagamento retroativo será efetuado em junho, devido ao fechamento prévio da folha de salários do próximo mês.

Reajuste salarial de 7% á 10%

Apesar dessas medidas, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), representante de 80% dos servidores federais, permanece firme em sua demanda por reajustes salariais que variam entre 7% e 10% para o corrente ano. A Condsef, embora reconheça o caráter positivo do reajuste nos auxílios, ressalta a necessidade de uma valorização salarial condizente com as responsabilidades e desafios enfrentados pelos servidores.

No dia 3 de abril, o SINASEFE aderiu à greve nacional convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), em busca de uma mudança salarial que atenda às suas demandas. Desde então, o sindicato tem mantido sua determinação em prol dessa causa.

Presidente anunciou reajuste salarial

Na terça-feira passada, dia 23 de abril, o presidente Lula anunciou um reajuste salarial em resposta a demandas anteriores que foram negadas. O presidente afirmou que todos os funcionários públicos terão seus salários revisados.

Embora sem especificar uma data precisa, o presidente assegurou que esse aumento será implementado. Contudo, ele também deixou claro que não será possível atender a todas as solicitações das diversas categorias.

Segundo a administração, o plano anterior previa que os aumentos fossem realizados em duas fases, nos anos de 2025 e 2026, cada uma com um acréscimo de 4,5%.

Lula ressaltou o longo período de estagnação salarial enfrentado pelos servidores, que não recebiam reajustes há muito tempo e raramente recorriam a greves. Ele destacou o compromisso de sua administração em garantir melhorias salariais para todas as carreiras, mas reconheceu que nem sempre é possível atender totalmente às expectativas, sendo necessário buscar um equilíbrio entre as demandas dos funcionários e a capacidade financeira do governo.