Após muitas críticas e polêmicas, o governo federal anunciou, na semana passada, o fim do empréstimo consignado do Auxílio Brasil. A informação foi confirmada por Rita Serrano, a nova presidente da Caixa Econômica Federal, durante a cerimônia de posse do seu cargo.

O empréstimo consignado do Auxílio Brasil foi uma das armas de campanha de Jair Bolsonaro. O programa foi anunciado às vésperas do 2º turno das eleições de 2022, e era visto como um grande trunfo para a reeleição de Bolsonaro, o que não aconteceu.

A partir da troca de governo, o presidente Lula trouxe de volta o Bolsa Família, no lugar do Auxílio Brasil. E a partir disso, muitos beneficiários se questionam se os descontos do empréstimo consignado, vão acontecer no pagamento do Bolsa Família. Abaixo, confira a resposta.

Como funciona o empréstimo consignado do Auxílio Brasil?

As regras do empréstimo consignado do Auxílio Brasil são semelhantes às de crédito disponibilizado aos trabalhadores formais, aposentados, pensionistas, militares e agentes de segurança pública.

O empréstimo contratado é pago por meio de descontos parciais que ocorrem diretamente na folha de pagamento. Sendo assim, o valor contratado é descontado diretamente do benefício.

O valor máximo do consignado se limita a 40% do valor mensal do Auxílio Brasil. Para o cálculo, são considerados R$ 400, e não o valor mensal de R$ 600. A partir disso, o valor da parcela é de no máximo de R$ 160.

Houve o estabelecimento de um limite de juros de 3,5% ao mês. Porém, cada instituição financeira podia adotar a taxa de sua preferência. Por exemplo: na Caixa, a taxa de juros era de 3,45% ao mês.

O governo vai perdoar as dívidas do empréstimo consignado?

Não. De acordo com a presidente da Caixa, Rita Serrano, está fora de cogitação perdoar as dívidas referentes à linha de crédito. Entretanto, ela disse que há a possibilidade de realizar uma negociação com o governo, para diminuir as taxa de juros.

Sendo assim, os segurados que já contrataram o empréstimo consignado, devem seguir pagando as parcelas, mesmo após a troca de programa, de Auxílio Brasil para Bolsa Família. Ou seja, o desconto vai ocorrer na folha de pagamento do Bolsa Família.

Por outro lado, quem perder o direito ao benefício social e contratou essa linha de crédito, deve ir até a instituição financeira onde firmou o contrato, e negociar a quitação da dívida.

Críticas à modalidade de crédito

Sob a justificativa de ser uma ação de cunho eleitoral, e que poderia tornar ainda pior a situação das famílias em situação de vulnerabilidade, muitos especialistas criticaram o crédito consignado. E é justamente isso que vem acontecendo: os beneficiários do Bolsa Família estão sofrendo com os descontos.

Em geral, grande parte dos brasileiros que solicitaram o empréstimo consignado do Auxílio Brasil, se encontram endividados. E é por isso, que o governo estuda uma forma de renegociar as dívidas dos beneficiários.

Não era surpresa para ninguém que esse crédito era um "tiro no pé". Entretanto, ninguém esperava que as consequências chegariam tão cedo. Diante desse cenário, o poder público precisa buscar formas de resolver a bomba deixada pelo governo anterior.