O presidente Jair Bolsonaro informou na última terça-feira (15) que o governo planeja aumentar o valor do tíquete médio do Bolsa Família para R$ 300 em dezembro deste ano. A declaração de Bolsonaro ocorreu em entrevista a SIC TV, afiliada da TV Record em Rondônia, na qual o presidente afirmou que o aumento de 50% já está "praticamente acertado" entre os membros do governo.

De acordo com Bolsonaro, a equipe econômica praticamente já bateu o martelo sobre o novo valor do Bolsa Família. Ele chegou a citar a alta da inflação sobre os produtos de cesta básica para justificar o aumento no benefício. "No tocante ao Bolsa Família, tivemos uma inflação de 14% dos produtos da cesta básica, teve item que subiu até 50%. E o Bolsa Família a ideia é dar um aumento de 50% para ele em dezembro", afirmou. "Passaria em média de R$ 190 para R$ 300, é isso que tá praticamente acertado aí", disse ele.

Bolsonaro também citou que atualmente o número de beneficiários do Bolsa Família "está na casa dos 18 milhões de famílias". Contudo, segundo dados do Ministério da Cidadania, o programa bateu o recorde histórico de público atendido no mês de maio, com 14,69 milhões de famílias beneficiadas.

Ainda na entrevista concedida ontem, Bolsonaro confirmou a prorrogação do Auxílio Emergencial até setembro ou outubro. "Estamos na parcela dois de quatro da prorrogação do auxílio emergencial. E já está definido [que haverá] mais duas ou três parcelas. Está faltando só esse finalmente aí, de auxílio emergencial de média de R$ 250", disse o presidente. Veja o vídeo:

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A ideia de estender o Auxílio por mais duas ou três parcelas foi confirmada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada. Segundo o ministro, o número de parcelas vai depender do ritmo de vacinação da população adulta. "Os governadores estão dizendo que dentro de 2 ou 3 meses a população adulta vai estar toda vacinada, então nós vamos renovar o auxílio por 2 ou 3 meses e logo depois entra o Bolsa Família, já reforçado", disse Guedes.

400 mil aguardam na fila do Bolsa Família 2021

Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo apurou na última semana que em torno de 400 mil famílias esperam na fila para receber o benefício em 2021. Em março deste ano, a fila do Bolsa Família era composta por cerca de 1,2 milhão de brasileiros. Destes, 763 mil foram considerados elegíveis para receber o Auxílio Emergencial retomado em abril.

Mesmo já tendo apresentado a documentação necessária para comprovar que possuem direito ao benefício, essas 400 mil famílias deixaram de ser contempladas por alguma razão. Segundo o jornal, o Ministério da Cidadania já reconheceu que se tratam de pessoas abaixo da linha da pobreza e extrema pobreza que, portanto, possuem direito ao benefício.

O órgão não explicou o motivo pelo qual essas famílias não foram incluídas no Auxílio Emergencial como as demais e declarou apenas que o governo tem trabalhado para alcançar a maior cobertura possível "de famílias em situação de vulnerabilidade, assegurando uma renda mínima para essa parcela da população, ao mesmo tempo em que, com responsabilidade fiscal, respeita-se o limite orçamentário".

Com a confirmação da prorrogação do Auxílio Emergencial por mais dois ou três meses, o governo já anunciou que pretende finalizar até lá o projeto do novo programa que vai tomar o lugar do Bolsa Família. Até o momento, o governo não divulgou mais detalhes sobre o novo programa, mas sabe-se que ele deve incluir os 14 milhões de inscritos do Bolsa Família e parte dos beneficiários do Auxílio Emergencial.

A terceira parcela do auxílio emergencial para o público do Bolsa Família começa nesta quinta-feira de 17 de junho. Veja as datas de pagamento até o fim do mês, que seguem o Número de Identificação Social (NIS):

Calendário da 3ª parcela para o Bolsa Família

Dígito final do NIS Data de pagamento
1 17 de junho
2 18 de junho
3 21 de junho
4 22 de junho
5 23 de junho
6 24 de junho
7 25 de junho
8 28 de junho
9 29 de junho
0 30 de junho