Desde novembro de 2022, o pente-fino do Governo no Cadastro Único vem sendo anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O início do procedimento foi confirmado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, em fevereiro deste ano. A partir desse pente-fino será possível garantir que o Bolsa Família 2023 chegue apenas para quem precisa.

Paralelo a isso, o governo vem solicitando que parte dos 21 milhões de beneficiários, realizem o seu recadastramento com urgência. Só assim, é possível garantir o pagamento do Bolsa Família no mês seguinte.

Enquanto isso, quem não realizar a atualização do Cadastro Único (CadÚnico) terá o pagamento do benefício bloqueado. A partir disso, é possível reverter esse cancelamento? Qual é o passo a passo? Descubra a seguir.

O que é o Cadastro Único?

O Cadastro Único é um sistema de registro de informações socioeconômicas das famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza. Ele é usado pelo governo federal, estadual e municipal para identificar as necessidades dessas famílias. Assim, é possível ofertar serviços e benefícios sociais, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a Tarifa Social.

O Cadastro Único é mantido pelo Ministério da Cidadania e suas informações são atualizadas pelas próprias famílias ou por um representante autorizado junto às Prefeituras. O cadastro é realizado por meio de entrevistas com as famílias, que fornecem informações sobre renda, composição familiar, moradia, escolaridade, trabalho e outras questões relevantes.

Atualmente, o sistema conta com 40 milhões de registros. Segundo o governo federal, desse total, cerca de 25% ou 10 milhões de famílias caíram no pente-fino, sendo que 2,5 milhões tem fortes indícios de fraude no programa. Nestes casos, os cidadãos estão sendo convocados a atualizar os seus cadastros.

Meu benefício foi negado; cai no pente-fino?

Em suma, se você teve o seu benefício do Bolsa Família negado, é bem provável que caiu no pente-fino feito do governo. Na maioria dos casos, há inconsistência entre os dados informados, e as regras do benefício. Ou ainda, o seu cadastro no CadÚnico está desatualizado há mais de 2 anos, sendo necessário atualizar o mesmo.

Nesses casos, é necessário ir até o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) mais próximo. Somente lá você pode explicar a situação e realizar a atualização dos seus dados, a partir da apresentação dos documentos que descreveremos a seguir.

O que mais bloqueia pessoas hoje no Bolsa Família, são:

  • Renda acima do permitido para aderir ao programa, que é de R$ 218 per capita (por pessoa);
  • Ser de família unipessoal. O Governo está batendo os dados para saber se cônjuges Pai e mãe) não estão recebendo em dobro o benefício, ao invés de um pagamento por família permitido.
  • Quem tem o cadastro unipessoal e foi aprovado no período eleitoral de 2022 (entre setembro e novembro) está tendo o benefício cortado por suspeitas de favorecimento eleitoral do antigo governo.
Somente a partir do processo de atualização dos dados do CadÚnico, é possível ter chance de reverter o cancelamento do seu benefício, e ter os pagamentos retomados. Caso contrário, você será cortado de forma definitiva da lista do Cadastro Único, e consequentemente, da folha de pagamento dos benefícios sociais do governo federal.

Reforçando: Como funciona a inscrição e atualização no Cadastro Único

Para se inscrever no CadÚnico, é necessário que uma pessoa responsável pela família, com ao menos 16 anos, responda um questionário de cadastro, no CRAS mais próximo da sua residência.

Esse responsável deve ser, de preferência, mulher, e ter o seu CPF ou Título de Eleitor em mãos. Já no caso de uma família indígena ou quilombola, é necessário apresentar a Certidão Administrativa de Nascimento do Indígena (RANI).

Para realizar o cadastro dos integrantes da respectiva família, é preciso levar até o CRAS, pelo menos um dos documentos abaixo, de cada um:

  • Certidão de Nascimento;
  • Certidão de Casamento;
  • CPF;
  • Carteira de Identidade (RG);
  • Certidão Administrativa de Nascimento do Indígena (RANI) - no caso de família indígena ou quilombola;
  • Carteira de Trabalho;
  • Título de Eleitor;
  • Conta de serviços referente aos últimos 3 meses.

Por fim, é importante mencionar que esses documentos devem ser atualizados a cada 2 anos. Ou ainda, sempre que ocorrer uma alteração na composição familiar. Só assim, é possível evitar o cancelamento do benefício.

A consulta se seus dados estão atualizados pode ser feita no aplicativo do Cadastro Único ou ainda no app do Bolsa Família. Veja: