Através das redes sociais, canais oficiais e portais de reclamações, o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) identificou ao menos 2 mil reclamações sobre o novo empréstimo consignado do Auxílio Brasil.

O levantamento do instituto foi realizado entre os dias 11 e 17 de outubro, e localizou graves críticas a respeito dos bancos que estão ofertando a linha de crédito. Dentre eles, estão a Caixa Econômica Federal, o Banco Pan e a fintech Meu Tudo.

Todos os tipos de reclamações

Ione Amorim, coordenadora do programa de serviços financeiros IDEC, que participou do monitoramento, foi ouvida pelo Portal iG no qual relatou que as reclamações tiveram início por ocorrer alguns problemas operacionais com a solicitação do crédito, mas que foram se entendendo para situações mais graves.

Alguns dos relatos iniciais à liberação estão relacionados com problemas para acessar o crédito, instabilidade no sistema e falta de suporte pelas instituições financeiras.

Após alguns dias, os beneficiários começaram a perceber outros tipos de situações, como ligações de telemarketing oferecendo o crédito (o que é proibido) e oferta de seguro prestamista.

Falta de clareza para o consumidor

A coordenadora diz que no oferecimento do crédito falta informação, clareza e transparência na hora da contratação do empréstimo consignado.

Outro ponto que Ione cita é falta de informação sobre o produto, além de uma explicação melhor sobre a negativa do crédito ou quando um valor diferente é aprovado.

Segundo a Caixa Econômica Federal, todo o processo de contratação é feito através de um canal onde a linguagem é simples e tem usabilidade simplificada, e que a contratação do seguro prestamista está bem explicada no aplicativo do Caixa Tem, caso o cliente queira contratar.

Planejamento dos valores


Ione ressalta que é necessário que o beneficiário utilize o crédito consignado do Auxílio Brasil de forma planejada, para que não seja criada uma nova dívida.

No dia de ontem, 18, o Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), pediu para que a Corte suspenda a concessão do crédito consignado pela Caixa Econômica Federal.

O pedido foi feito pelo subprocurador Lucas Furtado, que alegou que a oferta do crédito tem indícios de desvio de finalidade, e que o objetivo final é meramente eleitoreiro. De acordo com o pedido, existem riscos de prejuízos para a Caixa e para os recursos públicos.