A perícia médica realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é uma etapa essencial para o trabalhador que precisa comprovar incapacidade laboral. O processo, muitas vezes cercado de ansiedade, continua sendo um dos mais importantes para quem solicita benefícios como o auxílio por incapacidade temporária, a aposentadoria por invalidez ou o benefício de prestação continuada (BPC/LOAS).

Em 2025, o procedimento passou por algumas atualizações que afetam diretamente o agendamento, a análise documental e o atendimento presencial.

Casos em que a perícia médica do INSS é exigida

Para melhor entendimento, é preciso ter em mente que a perícia médica do INSS é uma consulta técnica feita por um médico perito da Previdência Social, com a finalidade é verificar se o segurado realmente está incapacitado de exercer suas atividades laborais.

Isso acontece porque a concessão de benefícios por incapacidade depende não apenas do diagnóstico de uma doença, mas da comprovação de que essa condição impede o trabalhador de desempenhar suas funções habituais.

Assim, a perícia médica é obrigatória em todos os pedidos relacionados a incapacidade, seja temporária ou permanente.

O trabalhador deve agendar e comparecer à perícia nos seguintes casos:

  • Quando estiver afastado do trabalho por mais de 15 dias por motivo de doença ou acidente;
  • Ao solicitar auxílio por incapacidade temporária, aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente;
  • Para renovação ou prorrogação do benefício já concedido;
  • Em casos de acidente de trabalho com necessidade de afastamento;
  • Quando for requerida a concessão do BPC/LOAS para pessoas com deficiência, mediante avaliação médica e social.

Como agendar a perícia médica do INSS em 2025

A forma mais prática de agendar a perícia continua sendo por meio do aplicativo Meu INSS, disponível para smartphones Android e iOS. Também é possível realizar o agendamento através do site meu.inss.gov.br ou pela Central de Atendimento 135.

O processo é simples e rápido. Após login com CPF e senha do Gov.br, o usuário pode selecionar o tipo de serviço, escolher a data, horário e a agência mais próxima.

Já no dia, chegar preparado com os documentos corretos pode fazer toda a diferença na decisão do perito. Em 2025, o INSS reforçou a exigência de laudos atualizados e bem fundamentados. Nos documentos pessoais, é exigido documento oficial com foto (RG, CNH ou carteira de trabalho), além de CPF e o comprovante de agendamento da perícia.

Para os documentos médicos, esteja com atestado com assinatura, data, CID (Código Internacional de Doenças) e tempo estimado de afastamento, além de laudo de exames e relatórios médicos que descrevem como a doença afeta sua capacidade de trabalhar.

Se empregado, também é necessário a carteira de trabalho ou contracheque, declaração da empresa com o último dia trabalhado, além de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), se aplicável.

Vale lembrar que é essencial comparecer com no mínimo 20 minutos de antecedência, uma vez que o não comparecimento gera cancelamento automático, e o novo agendamento só será possível após 30 dias.

Como se preparar para a perícia do INSS

O comportamento do segurado na hora da perícia influencia diretamente na decisão do médico. Por isso, é importante estar atento a algumas orientações práticas como não tentar dramatizar ou exagerar sua situação, uma vez que a perícia é uma avaliação técnica, não emocional e o perito não decide com base em sentimentos, mas em evidências médicas e legais.

Ainda, explique claramente como sua doença ou condição física afeta sua rotina de trabalho. Dê exemplos práticos e objetivos, como um pedreiro com hérnia de disco que não pode carregar peso e uma diarista com tendinite que não consegue esfregar o chão, que ajudam o perito a entender o impacto da enfermidade na atividade profissional.

Além disso, não tente falar demais. Muitos segurados acreditam que, ao relatar todas as doenças que possuem, aumentam suas chances de aprovação, mas, na prática, isso pode desviar o foco do problema principal e até comprometer o entendimento do perito.

O recomendado é deixar que o médico conduza a entrevista e responda de forma direta às perguntas feitas. Se houver várias enfermidades, destaque apenas a que realmente impede o exercício da profissão.

O que acontece após a perícia?

O resultado da perícia costuma sair em até 5 dias úteis e pode ser consultado diretamente pelo aplicativo ou site Meu INSS.

Se o benefício for concedido, o segurado receberá uma carta com as informações do valor e da data de pagamento. Caso seja negado, é possível apresentar recurso administrativo ou buscar a Justiça para contestar a decisão.

Entre os principais motivos de negativa estão a falta de documentos ou laudos atualizados, diagnóstico sem relação com a incapacidade, relatórios médicos genéricos, ausência de vínculo empregatício (em alguns casos), além de contradições entre o relato do segurado e a documentação apresentada.

É importante lembrar que o benefício por incapacidade não é concedido apenas com base em uma doença, mas sim com provas de que essa doença impede o exercício da função habitual.

O que fazer se o pedido for negado?

Se o INSS negar o benefício, o trabalhador pode entrar com recurso administrativo no prazo de 30 dias. Esse processo também pode ser feito pelo Meu INSS, e deve conter documentos novos ou argumentos técnicos que comprovem o direito ao afastamento.

Caso o recurso também seja indeferido, é possível ingressar com uma ação judicial. Neste caso, um perito judicial será nomeado para reavaliar o segurado, com base em novos exames e relatórios.

A via judicial tem sido uma alternativa viável, principalmente quando o pedido administrativo é negado de forma injusta ou por erro de avaliação.