O salário mínimo nacional deve subir dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.631 em 2026, segundo nova projeção divulgada pelo Governo Federal.
O reajuste está previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, entregue ao Congresso Nacional recentemente. A proposta considera a reposição da inflação, estimada em 3,6%, acrescida de um ganho real de 2,5% sobre o valor atual.
Se confirmado, esse será o terceiro aumento consecutivo com ganho real do salário mínimo no Brasil, prática que havia sido descontinuada em anos anteriores.
Entenda como o valor do salário mínimo é calculado
O salário mínimo é reajustado anualmente com base em critérios definidos pela política nacional de valorização do mínimo. Em 2023, o governo retomou o modelo que combina a variação da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior com o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Para o reajuste de 2026, os parâmetros usados foram:
- Inflação estimada para 2025: 3,6%;
- Crescimento do PIB em 2024 (já consolidado): 2,5%.
Assim, o novo valor de R$ 1.631 representa uma correção inflacionária mais um aumento real, garantindo que o salário mínimo tenha crescimento acima da inflação e recupere parte do poder de compra perdido ao longo dos anos.
Esse é um grande impacto para o trabalhador brasileiro, especialmente que, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), cerca de 60 milhões de pessoas têm rendimento diretamente atrelado ao salário mínimo no Brasil.
Portanto, qualquer aumento no valor do salário mínimo impacta diretamente o orçamento público, elevando as despesas com benefícios sociais e previdenciários. Por outro lado, também movimenta a economia ao injetar mais recursos no consumo das famílias.
Projeto orçamentário prevê equilíbrio fiscal e investimentos
Além do novo valor do salário mínimo, o PLOA 2026 (PLN 15/2025) prevê:
- Despesa primária total: R$ 2,428 trilhões;
- Meta de resultado primário: superávit de R$ 34,3 bilhões (equivalente a 0,25% do PIB);
- Piso constitucional da Saúde: R$ 245,5 bilhões;
- Piso constitucional da Educação: R$ 133,7 bilhões;
- Investimentos públicos: R$ 83 bilhões.
Segundo o governo, a proposta orçamentária busca equilibrar responsabilidade fiscal com investimentos sociais, mantendo os compromissos constitucionais e expandindo os investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Governo projeta crescimento econômico e controle da inflação
Para 2026, o Ministério da Fazenda trabalha com uma projeção de crescimento do PIB de 2,44% e uma inflação estimada de 3,6%. Esses números foram usados como base para a definição do reajuste do salário mínimo e para as demais projeções do orçamento.
Veja a evolução do salário mínimo nacional nos últimos anos:
Ano | Valor do Salário Mínimo |
2021 | R$ 1.100 |
2022 | R$ 1.212 |
2023 | R$ 1.302 |
2024 | R$ 1.412 |
2025 | R$ 1.518 |
2026 (projeção) | R$ 1.631 |
Se aprovado, o reajuste de 2026 representará um aumento de R$ 113,00 em relação ao valor atual.
Durante a coletiva de imprensa de apresentação do PLOA, representantes dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda reforçaram que o objetivo é fortalecer o crescimento econômico com justiça social e responsabilidade fiscal.
PLOA projeta gastos para os próximos três anos
Uma das novidades da proposta orçamentária de 2026 é a inclusão de um planejamento de médio prazo, com a projeção de gastos para os anos de 2027, 2028 e 2029.
Segundo Flávio Luz, consultor-geral de Orçamento do Senado, essa inovação permite uma visão mais clara das prioridades futuras do governo e facilita o acompanhamento dos compromissos assumidos:
"Chama a atenção a ‘orçamentação’ de médio prazo, que é uma janela de três anos à frente, com as despesas estimadas para esse período. Isso permite que parlamentares e sociedade tenham uma noção mais clara do horizonte de investimentos e programas públicos", afirmou Luz.
Próximos passos da tramitação no Congresso
Após a entrega do PLOA ao Congresso, a tramitação começa na Comissão Mista de Orçamento (CMO), formada por deputados e senadores. O relator do projeto será o deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), e o presidente da comissão é o senador Efraim Filho (União-PB).
O cronograma da tramitação segue os seguintes passos:
- Audiências públicas com representantes do governo e especialistas;
- Apresentação de emendas por parlamentares e comissões permanentes;
- Relatório de receitas (avaliando as estimativas do governo);
- Relatório preliminar com diretrizes para os relatórios setoriais;
- Relatórios setoriais (por área temática);
- Votação do texto final na CMO;
- Aprovação no Plenário do Congresso Nacional.
A Constituição determina que a Lei Orçamentária Anual (LOA) deve ser aprovada até 22 de dezembro de 2025, para que entre em vigor em 1º de janeiro de 2026.
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