Uma declaração dada pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, na última sexta-feira, dia 15 de março, jogou um verdadeiro balde de água fria naqueles que têm como objetivo prestar concursos para a União. Segundo ele, apesar do grande número de servidores com previsão de se aposentar em breve, o Governo Federal não pretende realizar novos concursos públicos nos próximos meses.

A declaração foi dada durante um evento realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), organização que, aliás, costuma ser banca organizadora de concursos públicos. Segundo Guedes, a previsão é de mais de 40% do quadro de efetivos atual deve se aposentar nos próximos anos, no entanto, a reposição não está sendo pensada como uma alternativa. O ministro diz que o foco será a digitalização dos processos.

Essa digitalização, ainda segundo o político, vai mais ao encontro do processo de corte de gastos que o governo tem em mente e que é necessário. Ele não deu maiores esclarecimentos, no entanto, a respeito de como e quando acontecerá esse processo de digitalização. Apenas ressaltou que também faz parte desse processo de economia a Reforma da Previdência, e que por isso espera a ajuda de todos para aprová-la.

Com esse posicionamento, que vem sendo reforçado desde o início do ano, quando o novo governo assumiu seus cargos, ficam praticamente descartados alguns dos concursos públicos que eram muito esperados para 2019, como o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Agência Nacional das Águas (ANA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Esses órgão, entre outros, no entanto, possuem um déficit de servidores tão grande atualmente, que vivem à beira de um verdadeiro colapso. A realização de alguns desses certames, inclusive, são fundamentais para mudar cenários de tragédia que vêm se mostrando no Brasil. Esse é o caso, por exemplo, do concurso da ANA, cuja realização poderia colocar em atividade mais profissionais fiscalizadores de barragens, o que poderia evitar novas tragédias como a de Mariana e de Brumadinho, registradas recentemente (saiba mais do pedido).

Resta, portanto, aguardar as próximas decisões do governo, torcendo para que em breve esse cenário de corte de gastos com concursos públicos seja modificado.