O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 teve um começo conturbado com o vazamento de uma imagem da prova no primeiro dia de aplicação e uma investigação da Polícia Federal em andamento. No entanto, muitos candidatos que almejam participar do próximo Concurso Nacional Unificado (CNU) se questionam sobre o possível impacto desses acontecimentos em suas futuras avaliações.

A princípio, não há impactos diretos e negativos sobre o Concurso Nacional Unificado, uma vez que a banca organizadora do CNU ainda não foi selecionada, embora o processo de escolha já tenha sido iniciado e o Cebraspe é o grande favorito. Para aqueles que planejam concorrer no CNU, a realização deste concurso não está ligada ao recente vazamento do Enem.

Prova do Enem vazada

De acordo com o Inep, sempre que ocorre algum evento ou incidente desse tipo, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aciona a Polícia Federal para investigar quaisquer suspeitas. Nesse caso, a divulgação prematura da imagem da página da prova de redação começou a circular nas redes sociais durante a tarde do domingo, 5 de novembro. No entanto, o Inep esclareceu que as imagens vazadas foram compartilhadas após o início da prova, o que exclui a possibilidade de envolvimento de servidores públicos do Inep.

O vazamento das provas do Enem não apenas é alarmante, mas também criminoso, uma vez que o uso de smartphones ou dispositivos eletrônicos é estritamente proibido durante o exame. A Polícia Federal está investigando se os registros foram feitos por algum candidato que desrespeitou essa regra. Atestando o fato, ele será eliminado.

Posso confiar no CNU?

Embora o Inep seja responsável pela organização do Enem, a aplicação das provas é de responsabilidade do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). Até o momento, o Cebraspe ainda não se manifestou sobre o incidente.

A seleção da banca organizadora para o CNU está em andamento, e a contratação deve ocorrer até o final de novembro.

Algumas instituições que estão concorrendo para organizar o edital são:

  • Cebraspe;
  • Fundação Getúlio Vargas (FGV);
  • Fundação Cesgranrio;
  • Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades); e
  • Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).

Com a publicação do edital prevista para dezembro, os interessados terão a oportunidade de participar desse exame unificado, seguindo os mesmos moldes do Enem, o que representa um grande avanço na democratização do acesso ao serviço público.

Como vai funcionar o CNU?

O Concurso Nacional Unificado oferecerá mais de 6.640 vagas em carreiras de níveis médio e superior, e mais de 20 órgãos públicos já aderiram ao processo, sendo eles:

  • AGU (Advocacia Geral da União): 400 vagas;
  • Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica): 40 vagas;
  • ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar): 35 vagas;
  • Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários): 30 vagas;
  • Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas): 502 vagas;
  • IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): 895 vagas;
  • Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária): 742 vagas;
  • Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira): 50 vagas;
  • Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia): 80 vagas;
  • Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária): 440 vagas;
  • MCTI em partes (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação): 296 vagas;
  • MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania): 40 vagas;
  • MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços): 110 vagas;
  • MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e as carreiras transversais: 1.480 vagas;
  • MPO (Ministério do Planejamento e Orçamento): 60 vagas;
  • MPI (Ministério dos Povos Indígenas): 30 vagas;
  • MTE (Ministério do Trabalho e Emprego): 900 vagas;
  • MJP (Ministério da Justiça e Segurança Pública): 130 vagas;
  • MinC (Ministério da Cultura): 50 vagas;
  • Ministério da Saúde: 220 vagas;
  • MEC (Ministério da Educação): 70 vagas para ATPS;
  • Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar): 40 vagas.

Com essa iniciativa, o governo busca centralizar os concursos autorizados neste ano, tornando as provas acessíveis em diversas cidades, e permitindo que os candidatos concorram a vagas em mais de um cargo pagando apenas uma taxa de inscrição. O edital do CNU está previsto para ser publicado em dezembro, e a aplicação das provas ocorrerá até março de 2024.