O que faz e quanto ganha um Diplomata no Brasil?

A diplomacia brasileira pode parecer ser uma carreira desafiadora e complexa, mas oferece oportunidades atraentes com remuneração inicial básica que em 2023 ultrapassa a casa de R$ 20 mil.

Dessa forma, quem sonha em um dia se tornar servidor público pode conhecer os desafios e benefícios dos diplomatas brasileiros para se inspirar. Um novo concurso vem aí, após o IADES ser definido como banca organizadora.

A função entrou em pauta novamente neste ano, após o governo federal autorizar uma nova contratação de diplomatas. Agora neste mês de maio, inclusive, deve sair o edital da seleção. Nesta matéria, você vai descobrir o que faz e quanto ganha um diplomata no Brasil.

O que faz um Diplomata?

O Diplomata é um servidor público que atua na área de relações internacionais, de forma a representar o país no exterior. Entre outras funções, o profissional defende e promove os objetivos do presidente em acordos e eventos, e pode ser lotado na Embaixada Brasileira (que fica em outros países) e consulados.

A lista de atribuições dos diplomatas é grande e também envolve a defesa de brasileiros que se encontram em outros países. Veja abaixo os principais afazeres:

• Representar o governo no exterior;
• Negociar e celebrar tratados, acordos e demais atos internacionais;
• Organizar, instruir e participar de missões especiais em conferências e reuniões internacionais;
• Promover os produtos nacionais em outros mercados
• colher as informações necessárias à formulação e execução da política exterior do Brasil;
• Dar execução às diretrizes de política externa estabelecidas pelo Presidente da República;
• Proteger cidadãos brasileiros no exterior;
• Tratar da promoção cultural do Brasil no exterior.

Os diplomatas estão ligados ao Ministério das Relações Exteriores, também conhecido como Itamaraty.

Quanto ganha um Diplomata no Brasil?

O Diplomata em início de carreira (Terceiro Secretário) teve aumento de salário em 2023, de R$ 19.199,06 para R$ 20.926,97 após o reajuste do governo nesse ano. Porém, esse valor considera apenas o subsídio básico fixado em lei. Veja abaixo o quadro completo:

Como se tornar um Diplomata?

Apesar das funções, não é necessário ser formado em relações internacionais. Para se tornar um Diplomata, é necessário possuir curso superior completo em qualquer área de formação e ser aprovado em concurso público.

Além disso, após a aprovação em concurso público, haverá um treinamento para seguir na carreira: trata-se do Curso de Formação de Diplomatas, ministrado pelo Instituto Rio Branco, que tem duração de 15 meses e contempla aulas, seminários, conferências e até mesmo viagens para estudos.

Abaixo, confira todos os requisitos para se tornar um Diplomata no Brasil, com base na última contratação do governo:

• Ter idade mínima de 18 anos;
• Ter diploma de conclusão de curso de graduação de nível superior, em qualquer área, emitido por universidade brasileira reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC);
• Ter sido aprovado no concurso;
• Concluir o Curso de Formação de Diplomatas;
• Ser brasileiro nato;
• Estar no gozo dos direitos políticos;
• Estar em dia com as obrigações eleitorais;
• Estar em dia com as obrigações do Serviço Militar, no caso dos candidatos do sexo masculino;
• Apresentar aptidão física e mental para o exercício das atribuições do cargo, verificada por meio de exames pré-admissionais.

É preciso ser fluente em outros idiomas?

Uma dúvida bastante comum que aparece é sobre idiomas. Afinal, o diplomata atua em relações com outros países, então seria notável o candidato ter fluência em língua inglesa, por exemplo.

No entanto, esse requisito não vem explícito no edital - o que gera dúvidas -, mesmo assim, existe uma necessidade de se possuir noções avançadas e ter comunicação em outros idiomas, em especial o inglês, espanhol e francês - que são assuntos cobrados na prova e presentes no Curso de Formação.

Além disso, os aprovados ainda passarão pela etapa de exames pré-admissionais onde o domínio dos idiomas será um diferencial na classificação.

Dessa forma, a carreira diplomática é uma profissão bastante importante para o país e que exige dedicação, estudo e conhecimento dos servidores.

Como é a carreira de Diplomata?

Quando o candidato é aprovado no concurso público e passa pelo Curso de Formação de Diplomatas, a carreira diplomática se inicia no cargo de Terceiro-Secretário. Depois, será possível progredir na carreira, segundo requisitos previstos em lei, como tempo de serviço e habilidades. O topo do quadro é o cargo de Ministro de Primeira Classe (Embaixador).

Confira abaixo todos os cargos da hierarquia diplomática em ordem decrescente:

• Ministro de Primeira Classe (Embaixador);
• Ministro de Segunda Classe;
• Conselheiro;
• Primeiro-Secretário;
• Segundo-Secretário;
• Terceiro-Secretário.

Dessa forma, após ser nomeado como Terceiro-Secretário depois do concurso público, os servidores estão aptos para os cargos seguintes na carreira que seguem esta ordem: Segundo-Secretário, Primeiro-Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de Primeira Classe (Embaixador).

Governo vai contratar diplomatas em 2023: Como vai ser o concurso?

O Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) 2023 vem aí! O IADES acaba de ser contratado como a banca examinadora do certame desse ano, sendo que o extrato foi publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira, 4 de maio.

O CACD é o processo seletivo para ingresso na carreira de diplomata que vem sendo realizado, desde 1996, e pode acontecer pelo menos uma vez por ano. Em 2023, o governo vai ofertar um total de 30 vagas para Terceiro-Secretário.

Esse concurso público sempre tem abrangência nacional, com provas ocorrendo em todas as capitais do Brasil e no Distrito Federal.

A aprovação no CACD logo habilita o candidato a matricular-se no Curso de Formação de Diplomatas do Instituto Rio Branco e a ingressar no cargo de terceiro-secretário da carreira de diplomata, de acordo com a ordem de classificação obtida.

O CACD é composto por três grandes fases que consistem em aplicação de provas de conhecimentos aos candidatos, de idiomas a economia. Confira abaixo os temas:

• Primeira fase de provas objetivas de caráter eliminatório, com questões de língua portuguesa, história do Brasil, história mundial, geografia, língua inglesa, política internacional, economia e direito;
• Segunda fase de Provas objetivas de caráter eliminatório e classificatório, com questões de língua portuguesa e língua inglesa; e
• Terceira fase com provas escritas de caráter eliminatório e classificatório, com questões de história do Brasil; política internacional; geografia; economia; direito; e língua espanhola e língua francesa.

Fonte: Ministério das Relações Exteriores (MRE)