Muitos concurseiros iniciantes têm dúvidas em relação aos concursos de nível superior. Boa parte dos interessados acredita que a exigência da graduação já vale a partir do ato de inscrição. No entanto, o candidato pode sim se inscrever ainda com seu curso de graduação em andamento. Confira.

A comprovação da conclusão do curso superior só é pedida no ato da posse no cargo, que acontece pelo menos seis meses depois da data de lançamento do edital de abertura da seleção. Isso não é uma regra, mas dificilmente os órgãos conseguem concluir um concurso público e homologar o resultado final antes desse prazo. Então, se você vai se formar em até 6 meses após o lançamento daquele esperado concurso, vá em frente e inscreva-se. Lembrando ainda que o convocado dispõe de 30 dias depois da convocação para apresentar os documentos necessários para tomar posse. Outro fator importante a se considerar é que os concursos de nível superior normalmente exigem prova discursiva, além da objetiva, e as redações levam mais tempo na sua correção. Outras etapas podem ainda ser pedidas, dependendo do cargo e da instituição, e o resultado demora mais a ser publicado. Há concursos que levam mais de 8 meses para começarem a nomear os aprovados, envolvendo o período do lançamento do edital até a homologação do resultado final.

Quando se está na graduação, deve se considerar não o último dia de aula como o seu prazo, mas sim a data em que irá receber o diploma e adicionar o tempo necessário para obter o registro no respectivo conselho de classe, que as vezes também é exigido. Vale consultar a faculdade, já que alguns diplomas demoram bem mais do que o esperado, e também conferir o prazo estimado pelo órgão de classe, entrando em contato direto com responsáveis por essas áreas. Assim, pode-se estimar uma data em que o candidato estará apto a tomar posse.

Alguns concursos liberam o cronograma completo já com o edital de abertura, mas ele só trará o calendário até a homologação de resultado. Em outros casos o candidato pode pesquisar pelos últimos concursos do órgão, observar o tempo entre as provas e o resultado e entre o resultado e as primeiras convocações. É interessante verificar se a banca organizadora é a mesma dos concursos anteriores, já que as realizadoras costumam seguir os mesmos procedimentos, seguindo um padrão.

Outra possibilidade é que, na hora da convocação, o aprovado pode pedir "fim da fila", situação que o mantém entre os aprovados e apenas o coloca em posição posterior aos demais. É necessário consultar o edital para saber se o pedido é permitido. Essa é uma estratégia para quem se classificou dentro do previsto pelo edital, já que todos os aprovados serão convocados dentro do prazo de validade - que normalmente é de dois anos, prorrogável uma vez - e esse tempo é o suficiente para concluir os trâmites necessários caso o curso já esteja em andamento. Entretanto, não é uma boa ideia para os candidatos que se classificaram dentro do previsto para cadastro reserva, já que essas vagas não são garantidas. Com a diminuição atual do número de convocações, é remota a chance de pedir fim de fila e ainda ser convocado outra vez.

Então estude, planeje, analise suas possibilidades e o tempo de que você dispõe, depois decida se a hora de prestar aquele concurso já é agora. E lembre-se: caso você consiga uma aprovação e falte tempo para os trâmites de posse, você já tem uma boa carga de conhecimento e não vai ser difícil passar em um futuro certame.