Os trabalhadores que possuem registro biométrico na Caixa Econômica Federal já podem sacar até R$ 3 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) diretamente nos terminais de autoatendimento, sem a necessidade de cartão ou senha.

A funcionalidade, liberada desde a última sexta-feira, 13 de junho, é válida para qualquer modalidade de saque já autorizado, como demissão sem justa causa, saque por calamidade, por doença grave e o saque-aniversário.

A medida faz parte do processo de modernização e transformação digital do banco, que busca oferecer mais praticidade aos clientes.

A tecnologia contempla não apenas correntistas da Caixa, mas também beneficiários de programas sociais e qualquer trabalhador que tenha feito o cadastramento biométrico em uma agência do banco. Atualmente, o saque biométrico está disponível para valores de até R$ 3 mil. Já para saques de até R$ 1.500, continua sendo possível utilizar o cartão do cidadão e a senha correspondente.

Avanços na biometria

A Caixa Econômica Federal vem acelerando seu processo de modernização ao ampliar o uso da biometria nos caixas eletrônicos. A medida faz parte de um movimento estratégico voltado à transformação digital da instituição, que busca oferecer mais agilidade e segurança aos clientes.

Em 2024, o banco alcançou um marco importante ao registrar mais de 33 milhões de biometrias em sua base de dados. Esse avanço tecnológico teve reflexo direto no atendimento presencial: aproximadamente 9 milhões de atendimentos nas agências físicas foram evitados graças à identificação biométrica.

Para 2025, a expectativa da Caixa é ampliar ainda mais esse impacto, com a projeção de queda de mais 6 milhões no número de atendimentos presenciais. Ao todo, o número de biometrias cadastradas já ultrapassa a marca de 50 milhões, indicando uma adesão expressiva por parte dos usuários aos canais digitais e autoatendimento.

Os cadastros biométricos seguem disponíveis em todas as agências da Caixa.

Saque-aniversário: Caixa paga 2ª parcela de valores retidos

Além da nova funcionalidade com biometria, a Caixa confirmou que pagará, entre os dias 17 e 20 de junho, a segunda e última parcela da liberação dos valores retidos do saque-aniversário do FGTS para trabalhadores demitidos. A medida, prevista na Medida Provisória nº 1.290, contempla cerca de 774,7 mil pessoas, com um total de R$ 6 bilhões a serem liberados.

O valor médio por beneficiário nessa etapa será de R$ 7.700, variando de acordo com o saldo restante nas contas do FGTS. A primeira parcela, paga em março deste ano, também foi de R$ 6 bilhões e beneficiou mais de 12,1 milhões de trabalhadores.

O pagamento é automático, feito diretamente na conta bancária informada pelo trabalhador no aplicativo do FGTS. Pelo app, também é possível consultar o saldo disponível, extratos e informações sobre cada movimentação.

Governo estuda mudanças no saque-aniversário

O modelo de saque-aniversário tem sido alvo de críticas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O ministro Luiz Marinho voltou a destacar que o formato enfraquece a proteção social oferecida pelo FGTS.

Dados do governo revelam que, desde a criação da modalidade em 2020, mais de R$ 142 bilhões foram retirados do fundo. Entretanto, 66% desse montante foram utilizados como garantia em empréstimos, o que significa que os valores foram transferidos diretamente aos bancos, sem chegar ao trabalhador.

Atualmente, 37 milhões de brasileiros aderiram ao saque-aniversário, sendo que 25 milhões comprometeram parte ou todo o saldo de suas contas ao contratá-lo como garantia para crédito.

O governo avalia mudanças no modelo ou até mesmo sua extinção, com o objetivo de restabelecer o caráter original do FGTS como uma reserva para momentos de vulnerabilidade financeira, especialmente diante da perda do emprego.

Calendário da segunda parcela do saque-aniversário retido:

  • 17 de junho de 2025 (terça-feira)
  • 18 de junho de 2025 (quarta-feira)
  • 20 de junho de 2025 (sexta-feira)

Os depósitos seguirão a ordem estabelecida pela Caixa Econômica Federal e dependerão da atualização correta dos dados bancários dos trabalhadores.