O governo federal definiu o orçamento do Bolsa Família para 2026 em R$ 158,6 bilhões, valor que será destinado ao atendimento de quase 20 milhões de famílias em todo o país. Com isso, o programa permanece como uma das principais políticas públicas de transferência de renda do Brasil, mas com novas exigências e regras mais rigorosas.
Embora não haja reajuste nos valores médios do benefício, o governo busca fortalecer os critérios de seleção dos beneficiários, o que levanta uma dúvida comum de se quem recebe um salário mínimo poderá continuar no programa no próximo ano.
Salário mínimo e possibilidade de Bolsa Família
A proposta orçamentária do governo para 2026 define que o salário mínimo em 2026 será de R$ 1.518, sem aumento real acima da inflação. O valor, como muitos sabem, serve como referência para diversas políticas públicas, inclusive o Bolsa Família, que utiliza o rendimento mensal per capita como base de cálculo para definir quem tem ou não direito ao benefício.
Assim, apesar da dúvida de muitos brasileiros, receber um salário mínimo não impede automaticamente o acesso ao Bolsa Família, uma vez que o que importa é a renda per capita da família, ou seja, quanto cada pessoa do grupo familiar recebe em média por mês.
Além do rendimento per capita, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social também ressalta a necessidade de:
- Inscrição e dados atualizados no Cadastro Único (CadÚnico);
- Cumprimento de condicionalidades nas áreas de saúde e educação, como:
- Frequência escolar de crianças e adolescentes;
- Acompanhamento pré-natal de gestantes;
- Vacinação em dia.
Seleção dos beneficiários e quem ultrapassa renda
Hoje, famílias que se enquadram nos critérios e ainda não recebem o Bolsa Família devem procurar o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) mais próximo e realizar a inscrição no Cadastro Único. Para isso, é necessário apresentar:
- Documento de identificação de todos os membros da família;
- Comprovante de residência;
- Comprovante de renda, se houver.
É importante ressaltar que a inscrição não garante o recebimento automático, uma vez que o governo realiza uma análise detalhada dos dados antes de incluir a família no programa.
Em casos de famílias que passarem a ganhar acima do limite, uma vez dentro do Bolsa Família, elas continuarão recebendo 50% do valor do benefício por mais 24 meses, antes de serem desligadas definitivamente do programa. A medida busca evitar interrupções abruptas de renda, permitindo uma adaptação gradual à nova realidade econômica da família.
No entanto, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social destaca que estão sendo desenvolvidos novos sistemas de cruzamento de dados com foco em evitar fraudes e duplicidade de cadastros.
Orçamento e explicação da falta de aumento do Bolsa Família
Para 2026, o orçamento do Bolsa Família fica em R$ 158,6 bilhões, representando uma leve queda em relação a 2025, que teve R$ 169 bilhões disponíveis. Mesmo assim, o Bolsa Família permanece como a segunda maior despesa social do governo, atrás apenas da Previdência Social.
Segundo o governo, a manutenção do valor dos benefícios está ligada à necessidade de controle fiscal e equilíbrio orçamentário, especialmente em um ano que antecede as eleições presidenciais. O valor médio atual é de R$ 671 por família, segundo dados do próprio Ministério.
No entanto, especialistas alertam que a falta de reajuste pode reduzir o poder de compra dos beneficiários, especialmente em regiões com custo de vida elevado, como São Paulo, Brasília e algumas capitais do Nordeste.
Valores e atenção ao Cadastro Único em 2026
O governo decidiu não reajustar os valores médios pagos às famílias em 2026, mantendo o valor mínimo de R$ 600 por família. No entanto, o programa prevê benefícios complementares, conforme a composição familiar:
Benefício adicional | Valor |
Por criança de até 6 anos | R$ 150 |
Por criança/jovem até 18 anos incompletos | R$ 50 |
Por gestante | R$ 50 |
Por bebê até 6 meses | R$ 50 |
Com esses acréscimos, o valor total recebido por uma família pode ultrapassar R$ 900 mensais, dependendo da composição e da situação de cada integrante.
No entanto, é importante manter a atenção ao Cadastro Único (CadÚnico), que passará por aperfeiçoamentos em 2026, com a implementação de novas ferramentas de atualização automática, integração com dados de escolas, postos de saúde e conselhos tutelares e uma fiscalização mais efetiva por meio de visitas domiciliares e auditorias locais.
Assim, famílias com dados desatualizados ou inconsistentes poderão ter o benefício suspenso ou bloqueado até que regularizem a situação.
Para garantir o benefício, é essencial manter o CadÚnico atualizado, cumprir as condicionalidades e acompanhar as possíveis mudanças previstas para o próximo ano.
Não quer perder nenhum concurso? Veja a lista de todos clicando em nossos links abaixo: