O mês de setembro começou com um alívio no bolso dos trabalhadores com carteira assinada, com o programa Crédito do Trabalhador registrando uma queda expressiva nas taxas de juros logo nos primeiros dias do mês.
O programa, criado em 2025, é uma mobilização governamental para oferecer empréstimos consignados com garantia do FGTS. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a taxa média dos empréstimos caiu de 3,48% ao mês no dia 1° de setembro para 2,62% em 4 de setembro, sendo este o menor patamar desde o lançamento do programa.
A migração de contratos antigos de consignado tradicional para o novo modelo é a principal causa para a redução, movimentando mais de R$ 15 bilhões. Hoje, o programa acumula R$ 46,5 bilhões em empréstimos ativos, consolidando-se como uma das principais linhas de crédito para trabalhadores formais.
Concorrência entre bancos derruba juros
É importante entendermos que o Crédito do Trabalhador é uma linha de financiamento que permite ao empregado de carteira assinada contratar empréstimos com garantia do FGTS, com um modelo que permite juros mais baixos do que os consignados tradicionais.
E, segundo o governo, um dos principais motivos da redução de juros foi a migração de quatro milhões de contratos antigos de outras modalidades de crédito para o programa do governo. O MTE destaca que a medida foi estratégica para estimular a concorrência entre os bancos.
Instituições financeiras com maiores volumes migrados, como Itaú Unibanco (R$ 10 bilhões), Santander (R$ 9 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 7,3 bilhões), começam a competir mais agressivamente, com maiores taxas e condições para novos clientes.
Portabilidade 100% digital começa em outubro
Segundo o Dataprev, trabalhadores poderão fazer a portabilidade e refinanciamento dos contratos diretamente pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital a partir de outubro de 2025. A nova funcionalidade surge para permitir que empregados levem seu contrato para bancos que ofereçam melhores taxas, sem sair de casa.
"Aos poucos, o programa vai se consolidando e os juros vão caindo, até porque não vamos tolerar taxas abusivas." - Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego
É esperado que um novo ciclo de redução nas taxas de juros comece com esta nova etapa do Governo Federal.
Como contratar o consignado com FGTS?
O processo de adesão ao consignado com FGTS é relativamente simples, e o trabalhador precisa seguir os seguintes passos:
- Baixar o aplicativo Carteira de Trabalho Digital (Android ou iOS);
- Fazer login com conta Gov.br;
- Indicar o valor desejado para empréstimo;
- Avaliar propostas enviadas por bancos cadastrados;
- Escolher a melhor opção e confirmar a contratação;
- Acompanhar os pagamentos pelo próprio aplicativo.
É importante ressaltar que as parcelas são descontadas automaticamente do salário, e o saldo do FGTS serve como garantia para inadimplência.
Quem pode contratar o consignado com FGTS?
Os cidadãos empregados com carteira assinada (CLT) não são os únicos que podem se beneficiar do Crédito do Trabalhador. Empregados domésticos e rurais, empregados de microempreendedores individuais (MEI) e diretores não empregados com saldo no FGTS também podem contemplar o consignado.
Há a ressalva de que é necessário ter o saldo disponível no FGTS, com margem consignável livre, assim como uma conta ativa no Gov.br.
Atenção ao custo total da dívida
O consignado com FGTS é uma modalidade que realmente oferece juros mais baixos, mas ainda é necessário atenção. Especialistas recomendam ficar de olho no Custo Efetivo Total (CET) antes da assinatura do contrato, uma vez que ele inclui todos os encargos, taxas administrativas e seguros embutidos na operação.
"Em situações de imprevisto e falta de reserva de emergência, essa alternativa é mais adequada do que outras opções existentes", alerta Leticia Camargo, planejadora financeira da Planejar.
É orientado que o crédito não seja utilizado para cobrir gastos cotidianos, como compras no mercado ou lazer, mas sim para quitar dívidas caras ou investir em necessidades urgentes, como moradia e saúde.
Mais de 25 milhões de trabalhadores devem ser atendidos
Segundo o Governo Federal, é estimado que o programa Crédito do Trabalhador poderá atender até 25 milhões de trabalhadores formais nos próximos quatro anos.
Hoje, o Brasil possui cerca de 47 milhões de pessoas empregadas com a carteira assinada, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais). Assim, com juros em queda, portabilidade digital e maior segurança para os bancos, é esperado que o Crédito do Trabalhador se consolide como uma das melhores opções de crédito para o trabalhador.
O programa oferece condições mais acessíveis ao usar o FGTS como garantia, permitindo que milhões de brasileiros troquem dívidas caras por uma alternativa mais saudável financeiramente.
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