A escolha da profissão é algo que nos permeia desde quando ainda somos crianças. Os familiares projetam seus desejos na criança e na escola não é diferente, há sempre aquela pergunta: O que você quer ser quando crescer? A criança mesmo pequena recebe a influência daqueles que a cercam, muitas querem ser como o pai ou como a mãe ou mesmo ser como aquele ídolo que tanto gosta. No decorrer da vida a identificação e a escolha da profissão assumem cada vez mais importância e valor na vida das pessoas. Para isso elas dedicarão tempo, dinheiro e o que for necessário para se formarem.

Mas nem sempre essa identificação é tão clara, muitos adolescentes passam por grandes dúvidas e incertezas quanto a qual profissão escolher ou para qual área seguir. Em muitos casos são presentes altos níveis de ansiedade, tensão, esgotamento psicológico e desânimo por se sentirem pressionadas a realizar uma escolha que parece ser tão definitiva em suas vidas. Nesses momentos o processo de Orientação Vocacional torna-se uma enorme ferramenta para ajudar esses jovens ou mesmo pessoas já na fase adulta que necessitam se encontrar para escolher uma profissão.

O título desse artigo "Eu e minha profissão" não foi meramente escrito, mas foi proposital. Separadamente falarei um pouco sobre o "Eu", sobre a "Minha" e sobre "Profissão". Ao darmos significado a cada uma dessas palavras teremos uma visão geral de como um aspecto influencia o outro e forma o todo:

"Eu": O "eu" fala sobre sua individualidade e personalidade, aquilo que te faz único e que te diferencia dos demais. O "eu" é a essência, é o que te move, expressão da sensibilidade, de como você se vê, como vê o mundo, como se sente, pensa e se comporta. Apesar do "eu" carregar características pessoais sua formação não deixa de receber influencias do meio externo e então construímos o que nos pertence.

"Minha": Fala de pertencimento, daquilo que você adquiriu com as experiências da vida, com os erros e acertos e com suas vivências. Diz respeito a sua história, ao que você passou, de quais pessoas conheceu e de como cada uma delas te marcou; Fala de escolhas de identificações; De contato com o meio, com a sociedade, com a cultura, seus costumes e valores. O que for seu foi adquirido pelo contato com o que é do outro.

"Profissão": É a consequência dos aspetos "eu e minha", pois são as concepções do individual juntamente com todo. O que a pessoa tomou como dela faz com que a identificação profissional aconteça. O indivíduo se enxerga naquela profissão tanto para ele mesmo quanto para a sociedade que o verá realizando tal função. Ele se reconhece e os outros o reconhecerão como tal.

O processo de Orientação Vocacional leva em consideração todos esses aspectos citados acima. Ele avalia a história da pessoa, quais influências ela sofre no caminho, quais são seus interesses, suas habilidades, seus objetivos, promove o autoconhecimento e realiza uma análise sobre o mercado de trabalho, bem como suas tendências e inovações. São ferramentas que nortearão o trabalho a ser desenvolvido.

Uma Orientação Vocacional eficaz pode ser composta por: Entrevistas; Aplicação de Técnicas e Testes Psicológicos; Dinâmicas de Grupo; Rodas de Discussões; Tarefas de Casa; Reflexões Individuais. Cada uma dessas estratégias promove o autoconhecimento e através dele é possível se sentir mais seguro para uma tomada de decisão.

Muitas questões podem estar em jogo no que se refere à escolha da profissão por isso é importante que todos os quesitos necessários sejam avaliados e levados em consideração.

Seguem algumas características bastante comuns presentes em quem possui dificuldade para escolher sua profissão:

  • Pressões externas: podem aparecer na escola, entre os amigos ou mesmo na família;
  • Baixa autoestima: achar que não é capaz de alcançar o que deseja;
  • Medo: medo de errar ou de fazer a escolha errada;
  • Pensar que é uma decisão definitiva: gera insegurança e medo;
  • Finanças: Podem dificultar o ingresso do curso desejado e causar sentimentos de impotência e tristeza;
  • Só me vejo fazendo isso: você só se imagina fazendo uma coisa e se ela não for possível no momento você não se permite elaborar um plano B;
  • Inconstância: você oscila muito de opinião não consegue seguir um objetivo, antes vagueia em seus pensamentos;
  • Comparações: quando você quer ser melhor que alguém ou quando se julga pior que outra e incapaz de conseguir o que ela consegue;
  • Agradar ao outro: escolher uma profissão para agradar aos pais, por exemplo, ou para trabalhar em algo com o que a família já trabalha, isso pode ser muito penoso se você não se identifica com a atividade em questão;
  • Tanto faz: você não se importa "se o rio corre para baixo ou para cima", acaba escolhendo o que será mais fácil e que irá demandar menos esforço. Essa atitude pode trazer graves consequências futuras como o arrependimento do tempo perdido e estado depressivo;

Se você se identificou com alguma delas saiba que o Acompanhamento Psicológico de Orientação Vocacional é esclarecedor e mapeia todas as interferências que você possa estar sofrendo ajudando-o a se conhecer melhor e a se encontrar escolhendo uma profissão que pode não durar a vida toda, mas que no momento e dada às condições do presente seja a melhor escolha a ser tomada.

"Para alçar grandes voos é necessário saber que há um lugar aonde se quer chegar".