O presidente Jair Bolsonaro declarou que o Auxílio Emergencial pode ser prorrogado até 2022. Em entrevista à Radio 89 FM, de São Paulo, o chefe do executivo afirmou que existe a possibilidade de continuar com o pagamento do benefício no próximo ano, caso a pandemia ainda não esteja controlada.

De acordo com Bolsonaro, a continuação do Auxílio Emergencial em 2022 vai depender do ritmo da vacinação contra a Covid-19 no país. "A gente espera que, com o término da vacina, com a questão da pandemia sendo dissipada, não seja mais preciso isso. Mas, se porventura continuar, nós manteremos o auxílio emergencial", afirmou o presidente.

Bolsonaro ressaltou que no ano passado o governo federal investiu mais de R$ 300 bilhões no pagamento de nove parcelas do Auxílio Emergencial. Segundo ele, o valor é equivalente a mais de 10 anos de pagamento do Bolsa Família. O programa social também foi citado pelo presidente, que informou os planos do governo em reforçar o benefício que hoje atende mais de 14,6 milhões de famílias.

"A economia está voltando agora. Em junho, houve a criação de mais 309 mil empregos. A economia formal está indo bem, mas a informal ainda não. Mas a questão do auxílio emergencial e do Bolsa Família temos que, realmente, pensar nisso. Gastar dinheiro nisso ou se endividar, que é a palavra mais correta, para atender aos mais necessitados até que a economia volte a sua normalidade", destacou ele.

O auxílio emergencial 2021 foi retomado após aprovação da PEC Emergencial no Congresso Nacional. Assim, ficou definido que o benefício seria pago em até 4 parcelas nos valores de R$ 150, R$ 250 e R$ 375, conforme a composição familiar do beneficiário.

Apesar de anunciar que existe a possibilidade de estender o pagamento do Auxílio Emergencial até 2022, o presidente Jair Bolsonaro não informou detalhes dos valores das parcelas e nem sobre a quantidade de beneficiários que poderão ser contemplados.

O governo federal deve analisar a questão do Auxílio Emergencial para 2022 após o pagamento das parcelas adicionais que terminam em outubro. Até o momento, a expectativa é que uma nova rodada do benefício não seja necessária, uma vez que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, garantiu a vacinação de todos os brasileiros até novembro deste ano.

Auxílio Emergencial 2021 vai até outubro

A vacinação em massa contra a Covid-19 também foi fator decisivo para o governo prorrogar o Auxílio Emergencial 2021 por mais três meses. Com a expectativa de que toda a população seja vacinada até setembro, o ministro Paulo Guedes confirmou o pagamento do Auxílio por mais dois ou três meses. "Os governadores estão dizendo que dentro de 2 ou 3 meses a população adulta vai estar toda vacinada, então nós vamos renovar o auxílio por 2 ou 3 meses e logo depois entra o Bolsa Família, já reforçado", afirmou ele ainda em junho.

No dia 05 de julho, o presidente Jair Bolsonaro assinou o decreto que estende o benefício até outubro. Serão pagas parcelas adicionais nos meses de agosto, setembro e outubro para o mesmo número de beneficiários que recebe atualmente - em torno de 40 milhões. Os valores também deve permanecer os mesmos: R$ 150 para pessoas sozinhas, R$ 250 para famílias com mais de um integrante e R$ 375 para famílias chefiadas por mulheres.

Ao comentar sobre a prorrogação do Auxílio Emergencial, o ministro Paulo Guedes também não descartou ampliar o pagamento até o fim do ano. Dessa forma, a prorrogação do Auxílio Emergencial 2021 vai depender do andamento da pandemia no país. "Quem dirige o auxílio emergencial é a pandemia. Se a pandemia continuasse fora de controle em setembro, outubro, novembro, vamos ter que renovar de novo o auxílio emergencial. Mas não é a expectativa no momento", disse o ministro em reunião virtual da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado.

Bolsa Família será reforçado a partir de novembro

Juntamente com o anúncio da prorrogação do Auxílio Emergencial, o presidente Jair Bolsonaro confirmou a reformulação do Bolsa Família a partir de novembro. Ainda sem muitos detalhes divulgados, já se sabe que o programa social será reestruturado para atender um número maior de pessoas. Segundo cálculo do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, o grupo de beneficiários do Bolsa Família pode saltar de 14,6 milhões para 17 milhões.

Outra mudança que deve ocorrer no projeto do novo Bolsa Família será no valor médio do benefício. Atualmente, os beneficiários do programa recebem cerca de R$ 190 mensais. Com o reajuste de 50%, confirmado pelo presidente Jair Bolsonaro, os integrantes do BF passarão a receber R$ 300 por mês a partir de novembro.

De acordo com o ministro da Cidadania, João Roma, o governo federal deverá encaminhar ainda no mês de agosto o projeto de reformulação do Bolsa Família por meio de uma Medida Provisória (MP). Roma se reuniu com o ministro da Economia no último dia 28 de julho para tratar da finalização das reformas nos programas sociais do governo.

"Nós pretendemos apresentar até o início do mês de agosto, através de uma Medida Provisória, buscando fortalecer o programa de transferência de renda, ampliando a quantidade de beneficiários, mas tornando esses programas não apenas uma teia de proteção para a população em situação de vulnerabilidade, como também propiciando novas ferramentas para que essas pessoas possam, sim, alcançar uma melhor qualidade de vida", informou o ministro.

Roma também reforçou a informação de que o reajuste no Bolsa Família aumentará o valor do benefício para R$ 300, declaração que já havia sido feita pelo presidente Jair Bolsonaro. "O presidente falou de um aumento de cerca de 50% do valor. Nós pretendemos que chegue a isso ou talvez até mais. Mas tudo isso vai depender obviamente de entendimento inclusive aqui com a área econômica em momento oportuno. Neste primeiro momento, o que nós precisamos fazer é a reestruturação dos programas. Existe toda uma operacionalização a ser feita", disse ele após a reunião.