O presidente Jair Bolsonaro oficializou no dia 5 de julho a prorrogação do Auxílio Emergencial 2021 por mais 3 parcelas. Bolsonaro assinou um decreto que estende o pagamento do benefício até outubro e editou uma medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 20 bilhões para financiar as parcelas adicionais.

A prorrogação do benefício havia sido assegurada pelo ministro da Cidadania, João Roma, durante evento em Sorocaba-SP uma semana antes da oficialização. "O presidente Bolsonaro deve anunciar nesta semana a extensão do Auxílio Emergencial com novas parcelas. Os valores continuam os mesmos. Vamos aguardar o pronunciamento do presidente Bolsonaro", declarou Roma.

Antecipando Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes confirmou em uma reunião virtual no Senado, que o auxílio terá mais 3 parcelas em agosto, setembro e outubro. "Então o auxílio que terminaria em 31 de julho, ele segue agosto, setembro e outubro. Outubro é o mês que todos os governadores tão dizendo que terão vacinado toda a população adulta brasileira. Alguns estados estão inclusive anunciando pra final de agosto e início de setembro", disse.

Além de confirmar a extensão do benefício, Guedes deixou em aberto uma nova prorrogação depois desses 3 meses, podendo o auxílio ir até o fim de 2021. "Quem dirige o auxílio emergencial é a pandemia. Se a pandemia continuasse fora de controle em setembro, outubro, novembro, vamos ter que renovar de novo o auxílio emergencial. Mas não é a expectativa no momento". Confira a fala do ministro:

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Valor da extensão do Auxílio Emergencial 2021

Segundo confirmou o ministro, o Auxílio Emergencial deve ser estendido com os mesmos valores já pagos atualmente - ou seja, parcelas de R$ 150, R$ 250 e R$ 375. "Acredito que ao longo desta semana ela deva estar definida pelo presidente [Jair Bolsonaro] e o anúncio poderá ser feito", disse ele.

Guedes explicou que para custear o pagamento de mais 3 parcelas o governo federal teria que abrir crédito extraordinário, já que o teto de R$ 44 bilhões aprovado na PEC Emergencial não será suficiente. Segundo o ministro, a prorrogação do Auxílio Emergencial 2021 custará R$ 27 bilhões aos cofres da União, visto que o pagamento de cada parcela do benefício representa uma despesa de R$ 9 bilhões. No entanto, ainda há saldo remanescente dos pagamentos anteriores.

Dessa forma, o governo não deve ampliar o número de beneficiários e as 7 parcelas do Auxílio 2021 devem continuar chegando para o grupo de 39 milhões que foram aprovados para receber as primeiras parcelas. A parcela de R$ 150 é para pessoas que moram sozinhas, R$ 250 para famílias compostas por mais de uma pessoa e de R$ 375 para mulheres chefes de família.

Calendário da prorrogação do Auxílio Emergencial

A primeira parcela da extensão do auxílio vai começar em agosto e seguir o cronograma realizado até aqui, com créditos sempre a partir do dia 20 de cada mês. O cronograma completo foi divulgado pelo governo federal no dia 12 de agosto e traz as datas das três parcelas adicionais a serem pagas nos meses de agosto, setembro e outubro.

Diferente dos pagamentos anteriores, o calendário da extensão não será antecipado e as datas divulgadas pela Caixa são definitivas. O ministro da Cidadania, João Roma, explicou que nas parcelas de 1 a 4 havia um tempo hábil muito curto, mas foi possível antecipar as datas. "Já no caso atual, conseguimos prazo maior de planejamento. Não haverá necessidade de antecipação porque o calendário já está bem consolidado", concluiu João Roma.

Calendário da parcela 5 do Auxílio Emergencial

Calendário 5ª parcela - Auxílio Emergencial 2021 (público geral)
Mês de nascimento Data do crédito em conta Data para saque em dinheiro
Janeiro 20 de agosto 01 de setembro
Fevereiro 21 de agosto 02 de setembro
Março 21 de agosto 03 de setembro
Abril 22 de agosto 06 de setembro
Maio 24 de agosto 09 de setembro
Junho 25 de agosto 10 de setembro
Julho 26 de agosto 13 de setembro
Agosto 27 de agosto 14 de setembro
Setembro 28 de agosto 15 de setembro
Outubro 28 de agosto 16 de setembro
Novembro 29 de agosto 17 de setembro
Dezembro 31 de agosto 20 de setembro

Calendário da parcela 6 do Auxílio Emergencial

Calendário 6ª parcela - Auxílio Emergencial 2021 (público geral)
Mês de nascimento Data do crédito em conta Data para saque em dinheiro
Janeiro 21 de setembro 04 de outubro
Fevereiro 22 de setembro 05 de outubro
Março 23 de setembro 05 de outubro
Abril 24 de setembro 06 de outubro
Maio 25 de setembro 08 de outubro
Junho 26 de setembro 11 de outubro
Julho 28 de setembro 13 de outubro
Agosto 29 de setembro 14 de outubro
Setembro 30 de setembro 15 de outubro
Outubro 01 de outubro 18 de outubro
Novembro 02 de outubro 18 de outubro
Dezembro 03 de outubro 19 de outubro

Calendário da parcela 7 do Auxílio Emergencial

Calendário 7ª parcela - Auxílio Emergencial 2021 (público geral)
Mês de nascimento Data do crédito em conta Data para saque em dinheiro
Janeiro 20 de outubro 01 de novembro
Fevereiro 21 de outubro 03 de novembro
Março 22 de outubro 04 de novembro
Abril 23 de outubro 05 de novembro
Maio 23 de outubro 09 de novembro
Junho 26 de outubro 10 de novembro
Julho 27 de outubro 11 de novembro
Agosto 28 de outubro 12 de novembro
Setembro 29 de outubro 16 de novembro
Outubro 30 de outubro 17 de novembro
Novembro 30 de outubro 18 de novembro
Dezembro 31 de outubro 19 de novembro

Bolsa Família vai virar Auxílio Brasil

O governo federal encaminhou a Medida Provisória nº 1.061, que cria o programa Auxílio Brasil. O novo programa de transferência de renda vai substituir o Bolsa Família a partir de novembro deste ano e irá ofertar três modalidades de benefícios e outros seis tipos de auxílios complementares.

A MP ainda irá passar por votação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e se for aprovada o programa entrará em vigor logo após o fim do pagamento do Auxílio Emergencial, que termina em outubro. O Auxílio Brasil terá valor que gira em torno de R$ 300 - cifra a ser confirmada ainda pela equipe econômica no mês de setembro - e vai atingir cerca de 16 milhões de brasileiros.

Durante entrevista para a Rádio Bandeirantes, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, respondeu questionamentos sobre as mudanças no Bolsa Família. Segundo o ministro, a sua gestão iniciou o projeto de reformulação do programa que agora foi fifinalizado pelo ministro João Roma. Uma das principais alterações deve ser no valor do tíquete médio, que deve sair de R$ 192 para em torno de R$ 300.

"O desejo é que ele chegue o mais próximo possível dos 300 reais como ticket médio, pois existem várias nuances de composições familiares. O desejável é que na média, a família que ganha menos e a família que ganha mais, a gente atinja esse valor", disse Lorenzoni.

A declaração do ministro está alinhada com o que disse o presidente Jair Bolsonaro em entrevista ao canal SIC TV no dia 15 de junho. Bolsonaro afirmou que o governo planeja aumentar o valor do Bolsa Família para R$ 300 em dezembro deste ano. Segundo o presidente, o aumento de 50% já está "praticamente acertado" entre os membros do governo.

Bolsonaro chegou a citar a alta da inflação sobre os produtos de cesta básica para justificar o aumento no benefício. "No tocante ao Bolsa Família, tivemos uma inflação de 14% dos produtos da cesta básica, teve item que subiu até 50%. E o Bolsa Família a ideia é dar um aumento de 50% para ele em dezembro", afirmou. "Passaria em média de R$ 190 para R$ 300, é isso que tá praticamente acertado aí", disse ele.

No ato de assinatura da prorrogação do Auxílio Emergencial, o ministro da Cidadania João Roma garantiu que após o fim do benefício em outubro o governo federal irá implementar o novo Bolsa Família "fortalecido e ampliado". "Ao final da última parcela do Auxílio, em outubro, entraremos com um novo programa social do Governo Federal, já em novembro, fortalecido e ampliado, para que os brasileiros possam avançar cada vez mais, não só com o suporte do Estado brasileiro nesse momento de vulnerabilidade, mas também com todos os auxílios para que eles possam vencer e avançar na sua qualidade de vida", afirmou o ministro.