Uma portaria publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira de 9 de julho incluiu 3 novos grupos que podem receber o Bolsa Família.

Um dos maiores programas de transferência de renda do mundo agora pode ter novos aprovados. O objetivo principal é reduzir a pobreza extrema e promover a inclusão social, oferecendo suporte financeiro direto às famílias em situação de vulnerabilidade. Ao longo de mais de 20 anos, o programa ajudou milhões de brasileiros a superar a fome, melhorar o acesso à educação e à saúde, e romper ciclos de pobreza.

Historicamente, o Bolsa Família foi constantemente aprimorado, incorporando novas diretrizes para atender de forma mais ampla a população. O impacto social foi expressivo: aumento da frequência escolar, redução da mortalidade infantil e fortalecimento da economia local.

Ao longo dos anos, diversas portarias e decretos ajustaram as regras de acesso ao Bolsa Família. A Portaria MDS nº 897, de 2023, foi uma das grandes mudanças recentes, detalhando os procedimentos para gestão dos benefícios e reforçando a fiscalização.

Com o objetivo de tornar o programa cada vez mais justo e eficiente, essas normas foram fundamentais para ampliar a cobertura e garantir que os recursos realmente cheguem a quem mais precisa.

Nova Portaria MDS nº 1.097/2025

Agora, a nova Portaria (MDS nº 1.097) publicada em 8 de julho de 2025, traz um novo aprimoramento do programa. Ela altera a Portaria nº 897/2023 para incluir novas categorias de famílias no programa.

Do ponto de vista legal, a portaria é amparada pela Constituição Federal e por legislações complementares, como a Lei nº 14.600/2023 e o Decreto nº 12.064/2024.

Quem são as famílias incluídas no programa

A Portaria nº 1.097/2025 incluiu três novas categorias prioritárias:

  • Famílias com pessoas em situação de rua: reconhecendo a urgência de atender essa população extremamente vulnerável.
  • Famílias em risco social com violação de direitos: identificadas por meio do Prontuário SUAS, essas famílias vivem em contextos de violência, exploração ou abandono.
  • Famílias em risco para insegurança alimentar: apontadas pelo Ministério da Saúde, representam núcleos em risco iminente de desnutrição ou fome severa.

Critérios de ingresso e atualização cadastral

Apesar da ampliação, os critérios de ingresso continuam rigorosos. As famílias precisam manter seus dados atualizados no Cadastro Único (CadÚnico), incluindo informações sobre composição familiar, renda e moradia.

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) também poderá editar normas complementares para detalhar procedimentos específicos.

O Ministério da Saúde será fundamental para identificar famílias em risco de insegurança alimentar. Com base em dados epidemiológicos e relatórios de unidades básicas de saúde, será possível priorizar núcleos que enfrentam maior risco nutricional.

A expectativa é beneficiar milhões de brasileiros em situações extremas. A medida ajudará a reduzir as desigualdades, promover segurança alimentar e garantir acesso a direitos básicos. O governo federal estima que, já em 2025, centenas de milhares de novas famílias serão incluídas no programa.

Essa mudança também poderá estimular a economia local, já que o aumento do consumo em comunidades vulneráveis fortalece o comércio e gera empregos indiretos.

Novo pagamento a partir de julho de 2025

Os novos benefícios já começarão a ser pagos a partir da folha de julho de 2025. O calendário segue a lógica atual, com pagamentos escalonados de acordo com o Número de Identificação Social (NIS). Os valores variam conforme a composição familiar e as condições específicas.

Para evitar fraudes, o MDS vai intensificar auditorias e monitoramentos. As prefeituras, por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), terão papel decisivo na checagem de informações. Auditorias independentes e sistemas digitais atualizados farão parte do novo pacote de segurança.

O papel das prefeituras e dos CRAS

Os CRAS serão responsáveis por acolher, orientar e acompanhar as famílias. As prefeituras, por sua vez, deverão garantir infraestrutura adequada e equipes capacitadas para realizar visitas domiciliares e atualizar cadastros.

Essa atuação local é essencial para tornar o programa mais eficiente e humano.

Em pronunciamentos oficiais, o Ministro do Desenvolvimento Social destacou que a meta é "zerar a fila invisível", ou seja, alcançar famílias que antes ficavam fora das estatísticas. A previsão é de impacto direto na redução da pobreza extrema e melhora nos indicadores de saúde e educação.

Calendário de Julho

Os novos aprovados poderão receber já a partir do dia 18 de julho, data de início do calendário do Bolsa Família no mês. Confira as datas de pagamento, conforme o número do final do NIS do beneficiário.

FINAL do NIS DATA de pagamento
1 18
2 21
3 22
4 23
5 24
6 25
7 28
8 29
9 30
0 31
Bolsa Família pode ter 3 novos grupos a partir do calendário de Julho - Fonte: MDS
Bolsa Família pode ter 3 novos grupos a partir do calendário de Julho - Fonte: MDS

Comparação com programas semelhantes no mundo

Em países como México (Programa Prospera) e Índia (Pradhan Mantri Garib Kalyan Yojana), políticas semelhantes já foram adotadas. O diferencial brasileiro está na articulação intersetorial e no foco em segurança alimentar e violação de direitos.

Essas experiências internacionais mostram que transferências condicionadas são eficazes no combate à pobreza, desde que acompanhadas de políticas complementares.

Entre os desafios, destacam-se a logística em regiões remotas, resistência política local e dificuldade de atualização cadastral. Além disso, a articulação entre diferentes órgãos federais e municipais exige integração tecnológica e investimentos em capacitação.