O programa Auxílio Brasil beneficia atualmente mais de 18,15 milhões de famílias que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza no país. Criado em 2021 pelo governo federal, o programa de transferência de renda substituiu o Bolsa Família incorporando toda a sua base de beneficiários e recebendo novas famílias a partir de 2022.

Em novembro, com a mudança nos programas sociais o governo aprovou também um aumento no tíquete médio do benefício - que saltou de R$ 190 para em torno de R$ 227 por família. Contudo, o valor não foi suficiente para amparar as famílias que vinham recebendo parcelas de R$ 375 do Auxílio Emergencial 2021.

Por esse motivo, no mês de dezembro o Ministério da Cidadania anunciou a criação do Benefício Extraordinário do Auxílio Brasil. Assim, a partir de janeiro deste ano cada família aprovada no programa passou a receber parcelas mensais de, no mínimo, R$ 400.

Auxílio Brasil será de R$ 400 em 2023?

O pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400, que começou em janeiro, teria caráter temporário com duração até dezembro deste ano.

Porém, no mês passado o Congresso Nacional a Medida Provisória n° 1076 que institui o Benefício Extraordinário com uma alteração no texto que torna o valor mínimo permanente.

Dessa forma, as famílias que a partir de janeiro de 2023 voltariam a receber o valor base do Auxílio Brasil (próximo aos R$ 217) vão continuar tendo as parcelas de R$ 400 reais depositadas mensalmente na conta.

O Projeto de Lei de Conversão (PLV nº 6/2022) foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 18 de maio. "Trata-se de um marco para o nosso país, pois garantimos de forma permanente uma renda mínima para as pessoas que mais necessitam, pelo maior programa de transferência de renda da nossa história", afirmou o ministro da Cidadania, Ronaldo Bent.

Escolhido como relator-geral do Orçamento 2023, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) defendeu que as despesas do Auxílio Brasil fiquem de fora do teto de gastos públicos.

"A minha posição, que sempre foi uma posição favorável à manutenção do teto de gastos, eu acho que nesses casos nós poderíamos fazer uma exceção em favor de salvar vidas, de melhorar a vida das pessoas e até de salvar pessoas que estão passando fome", afirmou o relator da proposta.

O relator da proposta tem até o dia 31 de agosto para elaborar o texto do Projeto de Lei Orçamentária Anual juntamente com a Comissão Mista de Orçamento, para que o projeto seja votado pelos parlamentares até o fim do ano.

Com a aprovação do benefício permanente de R$ 400, as despesas com o Auxílio Brasil chegarão a quase R$ 90 bilhões no próximo ano, considerando o número atual de famílias integrantes do programa - em torno de 18 milhões.

Apenas os benefícios básicos do programa demandam do orçamento R$ 47 bilhões por ano. Somado ao benefício extra que eleva as parcelas para R$ 400 são mais R$ 41 bilhões que o governo terá que investir no próximo ano. "A prioridade nossa no momento pós-pandemia sem nenhuma dúvida é salvar vidas é dar dignidade as pessoas e nós não podemos fugir dessa responsabilidade", declarou Castro.

Renda da família aumentou, vou perder o benefício?

Pelas regras do Auxílio Brasil, as famílias que tiverem aumento da renda mensal acima do valor estipulado para ingressar no programa (de até R$ 210 por pessoa) e que apresentem em sua composição crianças, jovens de até 21 anos ou gestantes, não terão o benefício cancelado pelo prazo de 2 anos (24 meses).

Por meio da Regra de Emancipação do Auxílio Brasil, o beneficiário que tiver aumento de renda que não ultrapasse R$ 525 poderá permanecer no programa social. Caso o beneficiário venha a perder a renda após o prazo de dois ano ele poderá solicitar novamente a entrada da família no programa e terá prioridade na concessão do benefício, desde que esteja enquadrada nas regras para receber o benefício.

Valores dos benefícios do Auxílio Brasil

O Auxílio Brasil será composto por três modalidades que formarão o núcleo básico do programa e outras que funcionarão como ferramentas de inserção socioeconômica.

Confira quais benefícios serão pagos no Auxílio Brasil:

  • Benefício Primeira Infância: parcela de R$ 130 paga para famílias com crianças de idade entre zero e 36 meses incompletos;
  • Benefício Composição Famíliar: no valor de R$ 65 mensais por integrante e pago para famílias com gestantes, nutrizes ou pessoas de idade entre 3 e 21 anos incompletos;
  • Benefício de Superação de extrema pobreza: sem valor definido, é pago para famílias cuja renda per capita mensal seja igual ou inferior ao valor da linha de pobreza (R$ 210), mesmo somando os benefícios anteriores;
  • Benefício Compensatório de transição: é concedido às famílias que faziam parte do programa Bolsa Família que tiveram redução no valor do benefício recebido em decorrência do enquadramento no programa Auxílio Brasil.
Tabela de valores do Auxílio Brasil [atualizada]
Tipo de benefício Valor
Benefício Primeira Infância R$ 130 por integrante (limitado a 5 benefícios)
Benefício Composição Familiar R$ 65 por integrante (limitado a 5 benefícios)
Benefício de Superação da Extrema Pobreza Valor calculado individualmente para cada família
Auxílio Esporte Escolar R$ 100 + parcela única de R$ 1.000
Bolsa de Iniciação Científica Junior R$ 100 + parcela única de R$ 1.000
Auxílio Criança Cidadã R$ 200 (turno parcial) e R$ 300 (turno integral)
Auxílio Inclusão Produtiva Rural R$ 200 por família
Auxílio Inclusão Produtiva Urbana R$ 200 por família
Benefício Compensatório de Transição Valor será calculado individualmente para cada família