A fila de espera das famílias brasileiras que se encontram em situação de extrema pobreza para serem beneficiadas pelo Auxílio Brasil teve um salto de 113% comparado ao mês de março, quando esse número de famílias era de 1.307.930. Ou seja, agora são mais 1.480.432 de famílias que se somaram à demanda reprimida em abril, superando o total de março.

Segundo o Ministério da Cidadania, no início deste ano a fila de brasileiros que esperavam pelo benefício do Auxílio Brasil foi zerada. Porém, com o passar dos meses, esta fila voltou a crescer.

Um estudo da CNM (Confederação Nacional de Municípios) revela que 2.788.362 famílias que se encaixam nos requisitos para receber o benefício não tiveram acesso a ele em abril deste ano.

O estudo mostra também que o número de famílias que poderiam estar recebendo o Auxílio Brasil é próximo de 3 milhões que estavam na fila em dezembro de 2021 e foram incluídas no programa, fazendo com que essa fila fosse zerada em janeiro deste ano, logo após o governo transformar o Bolsa Família em Auxílio Brasil.

Quem tem direito ao Auxílio Brasil?

Para receber o benefício do Auxílio Brasil, as famílias devem atender às condições do programa e estar inscritas no CadÚnico (Cadastro Único). Para isso, não precisa se inscrever no programa, pois o Governo Federal avalia no próprio CadÚnico quem é elegível. Mesmo assim, a demanda reprimida leva em conta o número de inscritos no Cadastro que se enquadram para o recebimento.

No mês de julho de 2021 (ainda como Bolsa família), havia uma demanda por acesso ao programa de 2,41 milhões de famílias. Já em novembro do mesmo ano, o número saltou para mais de 3,18 milhões, um aumento de 32% em 4 meses.

Por outro lado, em janeiro de 2022, a quantidade de famílias que esperavam o benefício caiu consideravelmente 86,4%, para 434,2 mil, com a inclusão das 3 milhões de famílias no programa. Em fevereiro o aumento foi de 142% no número de famílias sem receber o benefício, passando de 1 milhão. Já em março, houve um aumento de 25%, para 1,3 milhão de famílias na fila.

20,5 milhões de famílias deveriam estar no programa

No estudo da CNM, no mês de julho de 2021 haviam mais de 25 milhões de famílias cadastradas no CadÚnico, e aproximadamente 19,1 milhões estavam dentro dos requisitos para receber o benefício. Isso significa que 76% das famílias brasileiras inscritas no CadÚnico deveriam estar incluídas no programa de transferência de renda. Porém o número de beneficiários era de 16,7 milhões.

No mês de abril houve aumento da fila de espera a uma velocidade que aproxima os dados de antes da migração dos programas (Bolsa Família para o Auxílio Brasil), que era de 3,1 milhões de famílias.

De acordo com a CNM, a previsão orçamentária de R$ 89 bilhões referente ao pagamento do benefício não é suficiente para que a demanda reprimida seja zerada, e que nos três primeiros meses do ano mais de 30% desse total foi executado.