O IBGE divulgou nesta quinta-feira de 9 de junho os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) referente ao mês de maio, com leve alta de 0,45%. O acumulado nos últimos 12 meses é de 11,9%.

Agora, de janeiro a maio, o índice acumula alta de 4,96% nos primeiros 5 meses do ano. Se a média se mantiver, teremos inflação novamente acima de dois dígitos em 2022. Os combustíveis tiveram mais uma ligeira alta de 1%, mas desaceleraram em relação a abril, quando o aumento foi de 3,20%. Na gasolina, a alta passou de 2,48% em abril para 0,92% em maio e o etanol caiu (-0,43%) - em abril havia subido 8,44%.

O governo usa o INPC para reajustar o salário mínimo no país, assim como demais benefícios, como aposentadorias, Pis/Pasep e Seguro-Desemprego. A previsão da equipe econômica é de uma inflação de 6,7% no INPC em 2022 - lembrando que só nos primeiros 5 meses do ano ela já soma 4,96%. Veja:

IPCA e INPC de maio - Fonte: IBGE
IPCA e INPC de maio - Fonte: IBGE

No cálculo do governo o reajuste do salário mínimo pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor daria um aumento de R$ 81,20 em relação ao valor atual do mínimo, de R$ 1.212,00.

O governo já enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem com um novo salário mínimo fixado em R$ 1.293,20 para o ano de 2023.

Como o governo espera o fechamento de dados do IBGE em janeiro, provavelmente o novo salário mínimo irá passar de R$ 1.300 no ano que vem com as sucessivas altas mensais da inflação.

No final do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro assinou a MP 1.091 que elevou o mínimo para os atuais R$ 1.212,00, uma alta de 10,18% se comparado aos R$ 1.100 de 2021, apenas repondo a inflação do período.

O valor do novo salário mínimo deve sair no Diário Oficial da União no último dia do ano e o novo valor começa a valer já no dia 1º de janeiro de 2023. Mais uma vez, é esperado apenas a correção da inflação no período.

Para cada R$ 1 de aumento no salário mínimo o governo estima que são R$ 364,8 milhões de custo adicional para a União.

No país, 5 estados têm tabelas próprias de salário mínimo, o chamado "mínimo regional". Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro possuem faixas de salário diferentes da nacional.

Veja como estão os valores nestes estados em 2022:

Paraná: O estado tem um dos maiores pisos regionais do país. O mínimo regional é de R$ 1.616,48.

Rio de Janeiro: As faixas de rendimento vão de R$ 1.238,11 na primeira até R$ 3.158,96 na 6ª faixa. As faixas envolvem também vários cargos e ramos de atividades diferentes.

Rio Grande do Sul: O piso regional do estado é de R$ 1.305,56 e faixas vão até R$ 1.654,50.

Santa Catarina: Os valores do Piso catarinense são divididos em faixas salariais, abrangendo diferentes setores profissionais. Para 2022 as quatro faixas são: R$ 1.281,00 (primeira); R$ 1.329,00; R$ 1.404,00 e R$ 1.467,00 (quarta).

São Paulo: Com faixas atualmente de R$ 1.163,55 a R$ 1.183,33, caso o governo não faça a correção, os trabalhadores terão o piso automaticamente reajustado pelo mínimo nacional, uma vez que nenhum estado pode pagar menos que o mínimo estipulado pelo governo federal.