A cada mês, a fila de espera do Auxílio Brasil aumenta em um ritmo acelerado, comparada a anos anteriores. Isso ocorre porque, com o agravamento da situação de pobreza ou de extrema pobreza país afora, isso acaba colocando no grupo novas famílias que teriam direito ao benefício e aguardam a entrada no programa. ​Desde abril deste ano, são 350 mil novas famílias esperando pela aprovação a cada mês.

Apesar da PEC dos Benefícios (Proposta de Emenda à Constituição) aprovada pelo Congresso Nacional prever um adicional de R$ 41,25 bilhões até o final do ano para zerar a fila de espera, técnicos do governo não garantem que todos serão atendidos até o final do ano, já que isso depende da quantidade de famílias que irão procurar pelo benefício nos próximos meses.

Aumento na fila

Comparado a 2019, por exemplo, a fila de espera para o então Bolsa Família era de 200 mil em média. Com o aumento de pessoas procurando pelo benefício, a pressão no governo deve aumentar às vésperas da eleição.

Os especialistas dizem que essa disparada é reflexo do aumento de famílias pobres brasileiras, fazendo com que essas pessoas que receberam o auxílio emergencial e estão precisando de ajuda financeira neste momento, necessitam receber algum benefício diante do empobrecimento e da inflação.

PEC do Estado de emergência

Mirando a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao Congresso um pacote que eleva e cria benefícios sociais, aumentando o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, além de prometer acabar com as filas de espera.

Contudo, o governo estima atender 20,2 milhões de famílias com o Auxílio Brasil a partir de agosto, cerca de 2 milhões a mais que atualmente.

Ainda assim, só entre os meses de janeiro a maio deste ano, foram em média 2,5 milhões de famílias inscritas no CadÚnico (Cadastro Único), requisito principal para entrar nos programas sociais.

Orçamento para o programa

Mesmo com a proposta aceita pelo Congresso, existe pouca margem para atender mais que a quantidade de famílias já calculadas pelo governo. O Ministério da Cidadania pretende zerar a fila de espera até o final do ano, mesmo que, para isso, necessite de mais dinheiro para o programa.

Porém, será necessário espaço no Orçamento e no comportamento da procura pelo benefício no segundo semestre de 2022.

Entre os meses de janeiro e fevereiro, a fila de espera do Auxílio Brasil ficou zerada. Após, a ampliação do orçamento do programa passou a não ser o suficiente para atender a todos que esperavam pelos repasses.

Quem tem direito ao Auxílio Brasil

Para receber o benefício, o cidadão precisa comprovar os seguintes requisitos:

  • Quem estava inscrito no antigo Bolsa Família á recebe o Auxílio Brasil automaticamente;
  • Quem estava inscrito no CadÚnico mas não recebia o Bolsa Família entrou para a lista de espera e pode ser aprovado a cada nova análise do Ministério da Cidadania que ocorre todos os meses;
  • Quem não está inscrito no CadÚnico, mas atende aos requisitos de renda (veja abaixo) precisa procurar a Prefeitura de sua cidade ou o CRAS municipal para entrar no CadÚnico (sem garantia de receber). É necessário levar todos os documentos dos moradores da família, além de comprovante de residência e de renda (se tiver).
  • Para entrar no CadÚnico, requisito principal para receber o Auxílio Brasil, um responsável familiar deve comprovar ainda: Ter renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 606,00) na família; ou Ter renda mensal familiar total de até três salários mínimos (R$ 3.636,00); ou possuir renda maior que três salários mínimos, desde que o cadastramento esteja vinculado à inclusão em programas sociais nas três esferas do governo.

Uma pessoa da família pode fazer ainda um pré-cadastro por meio do novo aplicativo do Cadastro Único.

O aplicativo pode ser baixado por meio das lojas de aplicativos Apple Store e Play Store por meio do seu smartphone ou também poderá ser acessado na sua versão web através do endereço https://cadunico.cidadania.gov.br.